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Revista / CINEMA

Fernanda Torres exalta sua personagem em Ainda Estou Aqui: 'Era uma heroína'

Ao lado de Selton Mello e Walter Salles, Fernanda Torres emociona o mundo com o filme Ainda Estou Aqui e ergue a torcida brasileira pelo Oscar

Revista CARAS Publicado em 24/10/2024, às 15h00

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A atriz Fernanda Torres - Foto: Getty Images
A atriz Fernanda Torres - Foto: Getty Images

A sétima arte brasileira está em festa! Aclamado pela crítica mundial, o longa Ainda Estou Aqui desponta como uma verdadeira obra-prima do audiovisual nacional. Por onde passou, o filme de Walter Salles (68), estrelado por Fernanda Torres (59), recebeu aplausos, prêmios e, o mais importante, cumpriu sua função de emocionar e levar o público à reflexão.

Fernanda Torres divide o protagonismo da história com Selton Mello (51). A trama é baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva (65), publicado em 2015 e que narra a trajetória de sua mãe, Eunice Paiva (1929-2018), uma mulher que se tornou símbolo de luta contra a ditadura militar.

"Ela nunca teve vontade de se tornar uma pessoa pública, mas ela era uma heroína. Ela foi uma mulher que enfrentou uma tragédia e evitou um melodrama. Ela não queria chorar com sua família nas ruas. Ela não queria que seus filhos virassem vítimas da ditadura", disse Fernanda, que interpreta a protagonista.

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A tragédia a qual a atriz se refere foi a prisão, tortura e desaparecimento do marido de Eunice, o ex-deputado Rubens Paiva (1929-1971), assassinado pela ditadura. Incansável, ela passou a vida em busca de informações do paradeiro do marido, cujo corpo nunca foi encontrado.

"Eunice nunca quis só tinha fotos do Rubens, não vi vídeos, não ouvi a voz dele, mas mais importante do que mimetizar o personagem e tentar achar o jeito que ele falava, que ele andava, é achar o que ele emanava. E ele era uma figura encantadora, charmosa, bem-humorado e com amor ajudava a família a viver", falou Selton, que interpreta o ex-deputado.

"Eunice nunca se deixou vitimizar pela ditadura, nunca se dobrou à ditadura e é econômica em suas reações. Ela se define pela subtração, tudo era pouco, mas letal. O filme tenta fazer a mesma coisa",  definiu Salles. "Por que recontar essa história? Porque os abusos continuam, e não são só os políticos, né?", defendeu Marcelo.

Em cada parada do elenco e da equipe para divulgar o longa, a reação tem sido sempre a mesma: a catarse diante do roteiro que mescla uma história política e pessoal, em uma espécie de retrato do País dos anos 1970. No Festival de Veneza, por exemplo, onde fez sua estreia mundial, o filme foi aplaudido por dez minutos após sua exibição e ainda levou o prêmio de Melhor Roteiro.

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

"Um país sem memória é um país sem presente e sem futuro. Sempre acho que literatura e cinema são antídotos importantes contra o esquecimento e a única forma de você se defender da desinformação é acreditar em educação pública, acreditar em informação. Nós oferecemos reflexos polifônicos e quanto mais reflexos existirem, melhor", festejou o diretor. "Representar o meu País é uma coisa muito importante. É um filme necessário", destacou Selton.

Depois da Itália, foi a vez de o Festival de Toronto, no Canadá, ovacionar a produção. Na sequência, ele passou pelos festivais de San Sebastian na Espanha, Nova York, nos EUA, e Londres, na Inglaterra. "Selton, eu e Walter formamos o 'trio ternura' na linha de frente de uma jornada que segue entre Europa, Estados Unidos e Brasil. Nos próximos meses, nossa perspectiva é a de fazer alguns zigue-zagues sobre o Atlântico. Nunca vivi isso!", chegou a dizer Fernanda.

Na jornada de reconhecimentos, o filme ainda levou o Prêmio de Audiência do Festival de Vancouver e, para completar, a atriz foi homenageada no Critics Choice Awards com o Latino Celebration, honraria entregue aos artistas latino-americanos que se destacaram no cinema.

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

A maior consagração, no entanto, ainda pode estar por vir! Em uma decisão unânime, o longa foi selecionado pela Academia Brasileira de Cinema para representar o País na disputa por uma vaga na premiação máxima da sétima arte, o Oscar, na categoria de Melhor Filme Internacional.

Para completar, a crítica especializada mundial ainda joga luz na atuação de Fernanda e destaca que a atriz tem chances de concorrer ao Oscar de Melhor Atriz. Se as previsões forem confirmadas, o filme poderá repetir —ou até superar— o sucesso do longa Central do Brasil.

Também dirigida por Salles e estrelada por Fernanda Montenegro (95), mãe de Fernanda Torres, a
produção alçou o Brasil à elite do cinema mundial em 1999. Por coincidência do destino, após a mãe ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz, agora, é a filha que terá a chance de disputar a estatueta dourada. E, para completar a lista de sincronicidade, Fernandamãe também integra o elenco de
Ainda Estou Aqui. A veterana dá vida a Eunice já na fase mais velha.

"Eu acho que é uma indústria pesadíssima e já é um milagre a gente estar com as críticas que a gente está, porque é um filme pequeno para o mundo. É um filme falado em português. Nós estamos em todos os festivais mais importantes do mundo. Eu já considero incrível o que está acontecendo. A gente tem que ser realista, é um ano muito forte de atrizes. Só de eu estar na shortlist já é um milagre", ponderou Fernanda-filha, citando atrizes como Angelina Jolie (49), Saoirse Ronan (30) eJulianne Moore (63), todas com chances de serem indicadas.

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

A lista oficial dos concorrentes será divulgada apenas em janeiro e, até lá, elenco, produção, direção e todo o Brasil seguirá na expectativa. Amigos dentro e fora dos sets, Selton e Fernanda exalam sinergia em cada sessão do filme e, se depender do ator, a estrela deve, sim, levar o Oscar para casa!

"É uma honra poder retomar a parceria com a Fernanda, que está entregando uma das performances mais poderosas do ano no cinema mundial. Não é exagero. É muito bonito estar perto dela e poder aplaudir uma colega que admiro tanto", elogiou o ator.

"É um momento especial para o cinema nacional. Somos uma cinematografia em recuperação. Agora precisamos de continuidade, pois é isso que vai fazer o espectador voltar às salas", comemorou Salles, que frequentava a casa dos Paiva quando era adolescente. "Na casa deles, pulsava um outro país, que era quase o contracampo do país da ditadura e onde a discussão sobre política era livre e acalorada, onde tocava o tempo inteiro música brasileira", comentou o diretor.

Produzido pela RT Features e VideoFilmes em coprodução com o Globoplay, o filme ainda conta com talentos como Marjorie Estiano (42), Dan Stulbach (55) e Humberto Carrão (33) no elenco e chega às telas brasileiras no início de novembro. Ao todo, foram cerca de sete anos para a história ficar pronta e tudo foi feito com o aval e apoio da família Rubens Paiva.

Para Salles, que ficou mais de dez anos sem fazer um filme brasileiro, o retorno não poderia ser em melhor estilo. "Eu me apaixonei de imediato pela história e não poderia não fazer um filme. Eu não fazia filmes há um tempo, porque não tinha uma história que me tocasse tanto quanto essa. Foi um filme feito com muita entrega. Foi uma criação coletiva", resumiu o cineasta, mais uma vez levando o nome do Brasil ao topo da sétima arte.

Leia mais em: Quando estreia Ainda Estou Aqui, filme cotado para o Oscar, nos cinemas?

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