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Etimologia

Com sinônimos como admoestação, bronca veio de bronco, do Latim vulgar bruncus, e de início significava discussão em voz elevada, alterada. Já tragédia, um gênero teatral, originou-se do Grego tragoidía, formado do Grego trágos, bode, e oidé, ode, canção.

CARAS Publicado em 24/07/2013, às 18h48 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Antropônimo: dos compostos do Grego ánthropos e onimia, designando características próprias do homem. No Grego, usa-se ánthropos em oposição aos deuses; em oposição a gynaikos, mulher, é ándros, do qual vêm ginecologia e andrologia. Nomes de homens vieram para os dicionários como substantivos ou adjetivos, de que são exemplos crasso, como em “erro crasso”, vinculado ao general
romano Marco Licínio Crasso (115 a 53 a.C.), que fez um erro estratégico de consequências devastadoras em ataque aos partos, originando a expressão, e sardanápalo e sardanapalesco, designando
homem rico, devasso, glutão, por influência dos conhecimentos históricos sobre o rei assírio Sardanápalo (século VII a.C.). Às vezes, figuras de linguagem como a sinédoque e a metonímia aparecem em frases com antropônimos. A palavra antropônimo foi criada pelo filólogo português José Leite de Vasconcelos (1858-1941). 

Bronca: de bronco, do Latim vulgar bruncus, talvez mistura de brocchus, pontudo, com truncus, tronco, que deu também brocca, broca, nessa variante popular do Latim clássico. Por metáfora, a discussão em que a voz é elevada e alterada, tornando-se de sonoridade rude e áspera, passou a ser denominada por comparação a coisa que machuca, como no caso dos objetos pontudos. Os sinônimos de bronco são boçal, ignorante, labrego, lorpa, bordegão, néscio, panaca, chulo, ignaro, provinciano, mazorrão, saloio, simplório, xucro, tolo, chambão, embora apareçam mais do que outros na vida cotidiana. Já bronquite deriva do Grego brógkhion, ligado a brógkhos, e designa inflamação da traqueia-artéria. O termo original é Bronchitis, palavra criada pelo médico alemão Johann Peter Frank (1745-1821).

Cognome: do Latim cognomen, a partir de cum, com, nomen, como nome, constituindo em terceiro nome. Na antiga Grécia, eram usuais nomes teofóricos, vinculados a deuses, como Apolônio e Dionísio; ou os que referiam localidades, profissões, qualidades físicas ou morais, como Édipo (Oídipous, pés furados) e Platão (Plato, de ombros largos), mas no começo era costume pôr no menino só o nome do avô. Na Roma antiga começaram com um nome e chegaram a três, às vezes acrescentando também alguma referência a localidades, como em Públio Cornélio Cipião, o Africano (235-183 a.C.), comandante das tropas romanas que venceram o general cartaginês Aníbal (247-183 a.C.) na África. Esta última denominação era chamada cognomen, cognome, predominante no Renascimento, como Leonardo Da Vinci (1452-1519) e Erasmo de Rotterdam (1469-1536). 

Nome: do Latim nomen. Designa mais frequentemente o nome de batismo ou de registro civil da pessoa, mas há algumas curiosidades. O mais bem-humorado e sagaz professor e historiador gaúcho, Voltaire Schilling (68), protagonista de aulas e conferências lotadas de interessados, pois ninguém quer perdê-las, já agraciado com a Ordem Nacional do Mérito, concedida pelo governo francês a personalidades que se destacam na divulgação da cultura francesa no mundo, foi registrado como Antônio na pia batismal: o padre recusou-se a dar ao menino o nome de “um inimigo da Igreja”, o filósofo francês Voltairenascido François Marie Arouet (1694-1778). 

Sardanapalesco: de Sardanápalo, do Grego Sardanápallos pelo Latim Sardanapalus, lendário rei da Assíria. Nos dicionários de Português da pátria-mãe, o verbete é sardanápalo, à semelhança de outras palavras vindas de antropônimos. A Morte de Sardanápalo, do pintor francês Ferdinand-Victor-Eugène Delacroix (1798-1863), é um dos quadros mais vistos no Museu do Louvre, em Paris. 

Tragédia: do Grego tragoidía pelo Latim tragoedia. Os étimos dessas palavras são o Grego trágos, bode, e oidé, ode, canção. Isto porque nesse gênero de peça de teatro, na antiga Grécia, no ritual ao deus Dioniso, enquanto o coro cantava, era sacrificado um bode. Fora do teatro, tragédias serviram a grandes obras de arte. Nas tragédias, o final é infeliz. Do teatro, a palavra veio para a vida cotidiana para designar acontecimentos tristes, funestos, geralmente com muitas mortes.