Aviador: do Francês aviateur, aviador, a partir do Latim avis, ave. Aviateur, avion e aviation estavam no Francês já na segunda metade do século XIX, muitas décadas antes da invenção do avião propriamente dito, em 1906, pelo brasileiro Alberto Santos-Dumont (1873-1932), autoria entretanto contestada em favor dos norte-americanos Orville Wright (1871-1948) e Wilbur Wright (1867-1912), os Irmãos Wright, e do francês Clément Ader (1841-1925). Avion, aumentativo do Francês oiseau, pássaro, com base no étimo latino de avis, ave, designou o invento. Oiseau é resultado do Latim vulgar aucellus, palavra formada de avicellus, diminutivo de avis. A aviação do Brasil está marcada por tragédias nos seus primórdios. O inventor brasileiro suicidou-se. O Dia da Aviação e o Dia do Aviador são celebrados em 23 de outubro.
Cáiser: do Latim Caesar, do terceiro nome do ditador romano Caio Júlio César (101-44 a.C.), pelo Grego kaîsar e pelo Gótico kaisar, e daí ao Alemão Kaiser, designação do imperador da Alemanha. Mas o significado latino de caesar como cargo só se consolidou com o primeiro imperador romano, Caio Júlio César Otaviano Augusto (63 a.C.-14 d.C.), que deu nome também ao oitavo mês, agosto, após ter homenageado o anterior com o nome do famoso tio-avô, cujo assassino, Marco Júnio Bruto (85-42 a.C.), ele derrotou na batalha de Filipos, na Trácia, graças a eficientes estratégias e táticas de seu aliado, Marco Antônio (82-30 a.C.), célebre amante da rainha egípcia Cleópatra (69-30 a.C.). Dos cinco poderosos aqui citados, só um morreu de morte natural (Otávio). Um foi assassinado (César) e três se suicidaram (Brutus, Marco Antônio e Cleópatra).
Escola: do Grego Skholé, descanso, tempo livre, pelo Latim schola, intervalo entre uma ocupação e outra. Entre os antigos romanos, lugar nos banhos onde cada um esperava a sua vez, divertimento, recreio. A ideia de que aqueles espaços e lugares já se destinavam à aprendizagem pode ser atestada no Grego skhólion, comentário, explicação, e skholastikós, qualificando a quem, desocupado de obrigações, consagra os momentos livres aos estudos voluntários. Com efeito, excetuando-se os monges, não se estudava a não ser de livre vontade, pois a educação se tornará obrigatória para todos só mais tarde. O primeiro país a adotá-la nesta condição foi a Alemanha.
Grosso: do Latim grossus, no sentido de abundante, em grande quantidade, como em dinheiro grosso. Tomou, porém, muitos outros significados, como: grande diâmetro (madeira grossa), sólido, denso (caldo grosso), áspero (casca grossa), grave (voz grossa), forte (falou grosso, em oposição a fraqueza, falar fino), ondas fortes (mar grosso), a maior parte de algo (o grosso da esquadra afundou), indelicado, sem cultura (indivíduo grosso) e, especialmente em Portugal, designando o tipo de comércio que no Brasil é chamado de atacado, em oposição ao varejo, que para nossos irmãos portugueses é retalho, como na expressão “vendas ao grosso e ao retalho”, isto é, as vendas são feitas no atacado e no varejo. Temos dois Estados em que a palavra grosso aparece referindo à madeira graúda ali existente: Mato Grosso (em Guarani, kaa, mata, e guazú, volumosa, grande) e Mato Grosso do Sul.
Professor: do Latim professor, aquele que faz do ensino uma profissão, professando diante de um magistrado saber ensinar uma arte ou técnica ao aluno, do Latim alumnus, criança a ser alimentada e educada. Educare em Latim é amamentar, alimentar, cuidar, ensinar. Até a Idade Moderna, os professores deveriam ser pobres, obedientes e castos, pois seu ofício era tido como semelhante ao do sacerdote. Quando a mulher chegou ao mercado de trabalho, após conquistar o direito de votar, na década de 1930, ser professora era uma das ocupações mais recomendadas. Nas décadas seguintes, moças passaram ser preparadas nas escolas normais, especializadas em formar professoras normalistas.
Toalete: do Francês toilette, pequena toil, toalha, tela, proteção, por detrás da qual, com toalhinhas, se fazia a higiene íntima. Designou também o quarto de vestir, de maquilar-se e depois se consolidou como sinônimo de banheiro, sanitário e, em Portugal, retrete, do mesmo étimo de retirar, o Latim retrahere, que deu uma opção militar e um toque de corneta especial para o recuo das tropas, a retreta.