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Etimologia

Deonísio da Silva Publicado em 15/10/2013, às 21h50 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Adrenalina: de adrenal, do Latim científico ad renalis, que está sobre os rins, designando o hormônio produzido por glândulas ali localizadas, responsável por acelerar o ritmo cardíaco e elevar a pressão arterial. Ao chegar à corrente sanguínea, a adrenalina melhora a disposição física, emocional e mental. Há controvérsias sobre a invenção da palavra, uja autoria é creditada ao químico japonês Jokichi Takamine (1854-1922), formado pela Universidade de Tóquio e pós-graduado na Escócia. O médico norte-americano William Horatio Bates (1860-1931), ofatalmologista, ao pesquisar a irrigação do olho, acabou por descobrir as glândulas suprarrenais, mas não chamou adrenalina ao líquido por elas derramado. Ele defendia a teoria de que todos poderiam ter uma visão perfeita sem o uso de óculos e, tendo sido recusado por várias editoras, publicou por conta própria o livro Perfec Eyesight without Glasses (Visão Perfeita sem Óculos).

Balcão: do Germânico balko, trave, pelo Lombardo balk, parapeito, daí ao Italiano balcone, aportuguesado para balcão, designando parte saliente de um edifício ou casa, sacada e em especial móvel comprido nas repartições públicas, para separar o público e organizar o atendimento. Nas casas comerciais, designa móvel sobre o qual o vendedor mostra os  produtos ao comprador. Nos teatros, é cada um dos andares recuados, acima da plateia, entre camarotes e galerias. Na Câmara dos Deputados há um balcão imaginário, onde são feitos negócios ilícitos, como a compra de parlamentares, cujo exemplo emblemático foi o mensalão. Nas últimas semanas, o negócio foi retomado com as filiações a novos partidos.

Cianureto: do Inglês cianuret, em princípio sal de cianeto, ácido cianídrico. A palavra entretanto foi formada com o Grego cian, azul, presente também em cianose, doença que deixa a pele com uma cor azulada, seja por hematose, seja por oxigenação insuficiente do sangue ou malformação cardiovascular. Portanto, se os nobres tivessem de fato sangue azul, morreriam, e se a cor deles fosse mesma azulada, deveriam procurar o médico. Se ingerir uma cápsula de cianureto, o ser humano terá dor e morrerá quase imediatamente.

Osso: do Latim ossum, tecido duro, cujo conjunto forma o esqueleto dos animais vertebrados. Skeletón em Grego é corpo seco, derivado do verbo skéllo, dessecar. O osso está onde menos se espera, não só sob a pele, mas também em palavras nas quais jamais suspeitaríamos de sua presença, a não ser por metáfora, de que são exemplos: álgebra, do Árabe a-gabr, arte de compor e rearrumar os ossos,passando depois a designar os cálculos que o matemático faz para arrumar termos fora de lugar; “Fulana está tão magra que é só pele e osso”; “não há mais gorduras a cortar, a economia está no osso”; “ela não larga o osso”, no sentido de que não abandona um amor ou uma ideia, o que compara a mulher ao cachorro; “ele é duro de roer”, é persistente; “ossos do ofício”, condições que não podem ser evitadas, sendo necessário suportá-las.

Tugúrio: do Latim tugurium, refúgio, abrigo, choupana, choça. Deriva do verbo tegere, cobrir, do mesmo étimo de telha e de toga, mas esta última, sendo veste elegante dos cidadãos romanos, tornou-se com o tempo exclusiva de juízes. Originalmente a toga era feita de lã. O sentido para todos esses vocábulos é o de proteger, verbo que traz o mesmo étimo de tegere, como se nota pela formação pro + tegere. Mas, dadas as condições simples da cela dos monges e dos primeiros estúdios, tugúrio veio a denominar preferencialmente a acomodação simples.

Umbral: do Espanhol lumbral, por influência de lumbre, luz, de onde alumbrar e deslumbrar, depois umbral, sendo o étimo mais remoto o Latim liminaris, ligado a limen, soleira da porta. No Espanhol, lumbral tornou-se umbral por influência do artigo el, que, ao ser omitido de el lumbral, acabou por retirar também o ele seguinte, tornando-se apenas umbral. É do mesmo étimo de eliminar (excluir, pôr porta afora), liminar (deixar entrar provisoriamente, ultrapassando a entrada) e preliminar (antes do principal). Os espíritas usam a  palavra umbral para designar o lugar em que a alma fica antes da entrada na eternidade.