Pelas ruas da cidade de Los Angeles, nos EUA, Isabella Santoni exalta as lições que ganhou no exterior
Ela ainda nem completou 30 anos, mas já acumula um currículo com números e feitos
impressionantes. Isabella Santoni (28) já estrelou novelas, filmes e, agora, pode ser vista nas séries DOM, da Prime Video, e A Divisão, do Globoplay, dois sucessos das plataformas de streaming. Em meio ao período fértil no âmbito profissional, nos últimos tempos, a atriz também passou por transformações importantes na vida pessoal. Além do fim do namoro de cinco anos com o surfista Caio Vaz (29), ela fez uma viagem imersiva pela Califórnia, nos Estados Unidos, para se aprofundar em técnicas de atuação. Tudo, claro, alterou sua rotina. E, em papo exclusivo com CARAS, Isabella ava- lia os próximos passos.
Você é jovem, mas já acumula muita experiência. Como foi assumir tantas responsabilidades com tão pouca idade?
Sempre fui muito responsável, desde criança. Acho que por ter sido criada por mãe solteira, numa infância com algumas privações e por ser de uma família mais humilde, fui ensinada a dar valor e cuidar muito bem do pouco que eu tinha. Ou eu fazia por mim e mudava minha realidade ou me acomodava e
não realizaria sonhos. Comecei a trabalhar com 15 anos e, desde então, não parei. A responsabilidade veio junto com a vontade de realizar, é preciso estar comprometido e ter disciplina para sonhos saírem do campo das ideias.
DOM é um sucesso em todos os lugares. Como você avalia essas oportunidades cada vez maiores no streaming?
O streaming transformou o mercado do audiovisual para melhor, aumentando as oportunidades de trabalho e trazendo mais espaço para contar boas histórias. Sinto que é um momento incrível para todos nós. Além de DOM ter sido um marco na minha vida, foi também um marco no audiovisual brasileiro. Nosso diretor, Breno Silveira, falava isso e concordo totalmente. Fomos a primeira produção original Prime Video no Brasil, um projeto que esteve em mais de 240 países, dublado em mais de 30 idiomas! Sou feliz por ter contado essa história e ter dado vida a Viviane, personagem que
me virou do avesso.
Tem saudade da TV aberta? O que te faria voltar às novelas?
O exercício de gravar novelas é diário e eu adoro essa intensidade, é uma oportunidade incrível de exercer meu ofício. Eu voltaria para dar vida a uma personagem que me instigasse de alguma for- ma, a mulheres que me conectem de alguma forma e que me façam pulsar para falar sobre o tema que envolve a trajetória delas.
Você passou um tempo fora do Brasil estudando. Como define toda essa experiência?
Foi maravilhoso, estava nos meus planos já há algum tempo. Eu estudei uma técnica que venho aprimorando no Brasil já há algum tempo, O Método, que tem vários precursores. Um deles foi o Lee Strasberg, da escola onde estudei. O mais importante dessa experiência é perceber que nós sempre podemos aprender mais um pouco.
Qual a importância do surfe e do esporte na sua vida?
Desde criança, eu pratico es- porte. Estar em movimento é uma necessidade na minha vida. Sinto que o esporte me ensinou muito sobre disciplina, responsabilidade, consciência corporal, senso de coletividade... Já o surfe chegou um pouco mais tarde, quando eu tinha 22 anos. É um esporte que me ensina muito sobre entrega. A necessidade de você estar presente e fluindo com a natureza.
Como você lida com as pressões estéticas e os padrões de beleza impostos às mulheres? Como combate esse processo?
A melhor forma de combater é conversando sobre o assunto com outras mulheres, sinto que eu me fortaleço quando faço isso. Todas nós passamos por essas pressões, todas temos partes que não amamos muito e gostaríamos de mudar, porém, acredito que expondo as nossas vulnerabilidades nos fortalecemos no processo de auto-amor e deixamos algumas neuras de lado. É preciso reconhecer o nosso corpo como o nosso templo, afinal, é o veículo em que viemos viver essa experiência terrena, é preciso compreender cada parte dele como única. Acredito na beleza das imperfeições, das assimetrias.
Sustentabilidade e preservação também são lutas muito im- portantes para você. Como faz sua parte nesse sentido?
– Eu sou embaixadora do Canal Novo Mundo, iniciativa da ONG EcoCria, fundada pela Thaiane Maciel, minha amiga desde a época que éramos modelos. Atuamos fazendo mutirões de limpeza de praias todos os meses. Já reciclamos mais de 140 toneladas de resíduos, promovemos ações educacionais em escolas, além de cursos de formação voltados para ciências do mar. Me sinto preenchida pela natureza e o mar acabou se tornando um símbolo dessa relação.
Você teve um longo relacionamento. Agora, como está essa fase solteira?
Já tinha descoberto o valor da minha própria companhia, mesmo namorando. Acredito que a pandemia foi a grande responsável por me fazer redescobrir essa própria companhia. Foi uma fase importante nesse processo de autoconhecimento e autocuidado.
O que sonha para o futuro, tanto na vida profissional quanto na pessoal?
Estou focada em me aprofundar nas técnicas de atuação. Quero ter a experiência de estudar e atuar em outros idiomas, como o inglês e o espanhol. Eu espero continuar tendo as oportunidades que tenho, podendo trabalhar e viajar com o que eu amo. E, principalmente, podendo dar vida a personagens cada vez mais desafiadoras e intensas.