CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Revista / Política

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Fazendo história, ministras do Brasil dão voz às lutas pela igualdade de gênero no mês das mulheres

Revista CARAS Publicado em 15/03/2023, às 08h40

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres - FOTOS: LINCONL IFF, REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E RICARDO STUCKERT
Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres - FOTOS: LINCONL IFF, REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E RICARDO STUCKERT

Celebrado desde o início do século XX e oficializado pela Organização das Nações Unidas, a ONU, em 1975, o Dia Internacional da Mulher é símbolo das lutas e conquistas femininas, sejam elas sociais, políticas ou econômicas. Em meio à incansável busca por direitos e pela igualdade de gênero, neste ano, o Brasil tem um motivo a mais para festejar a data: pela primeira vez na história da República, 11 mulheres ocupam o cargo de ministra. Para além dos números e do recorde da gestão, a presença delas no cenário político rompe barreiras impostas por velhos padrões, preenche uma lacuna que sempre lhes foi de direito e abre caminhos para novas conquistas. E, para celebrar a data, em uma missão quase impossível — além do trabalho à frente das pastas, como qualquer mulher, elas se desdobram em múltiplos papéis —, CARAS convidou as ministras para refletirem sobre a importância da força feminina na política. Elas aceitaram e, lições e exemplos, não faltaram!

No comando do Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves (60) lembra que, apesar do recorde de mulheres nos ministérios, ainda há um longo caminho para seguir. “Seguimos, no entanto, sub representadas, reflexo do machismo, da misoginia e do racismo ainda presentes em nossa sociedade”, diz ela, que sempre esteve envolvida em políticas públicas de gênero e violência contra a mulher. “Ainda temos muito o que avançar, porém abrimos caminho para que cada vez mais mulheres possam estar em espaços de poder e decisão, ecoando suas vozes e influenciando a elaboração de políticas e o rumo do País”, emenda.

Dando sequência ao legado de força da irmã, Marielle Franco (1979-2018), Anielle Franco (38), ministra da Igualdade Racial, chama atenção para o papel da mulher negra na sociedade. “Elas são as mais vulnerabilizadas no acesso à saúde, trabalho, educação, mas também são elas que movem as estruturas desiguais históricas do País ao serem alcançadas por políticas capazes de transformar a realidade”, diz a educadora, jornalista e ativista, que chegou a estudar em universidades dos EUA, onde teve forte influência do antirracismo.

Dona de inúmeros títulos nas quadras, Ana Moser (54) não esconde a garra e a determinação com a missão que lhe foi dada: assumir o Ministério do Esporte. “Eu acho que as mulheres são importantes na política, na escola, no esporte, na saúde. Nunca foi fácil disputar protagonismo, nem mesmo quando este espaço é oferecido às mulheres. Tudo para nós é conquistado com sacrifício e dedicação muito maiores do que a média de esforço de quem não é mulher”, diz ela, fazendo do esporte uma ferramenta social.

À frente do Ministério da Saúde, Nisia Trindade (65) cita Guimarães Rosa (1908-1967) para falar sobre o papel da mulher na política: “O que a vida quer da gente é coragem”. Primeira mulher a assumir a pasta, a pesquisadora e cientista social aponta que, apesar das barreiras, a presença feminina já tem feito diferença na sociedade. “O Brasil ainda é um dos países com menor representação feminina no parlamento. Mesmo assim, há um universo de mulheres que trabalha para a construção de um outro momento na sociedade. É preciso ouvir cada vez mais mulheres, com histórias e origens diversas, em especial, as que carregam consigo marcadores de opressão. Esse é um componente fundamental para que se movam estruturas”, diz a ministra.

Economista, professora universitária e com ampla experiência no setor público, Esther Dweck (45) assumiu o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e ressalta que a participação das mulheres na política é essencial às mudanças. “A participação nos espaços públicos é parte integrante da nossa luta histórica para o reconhecimento da nossa intensa, ampla e diversa capacidade de trabalho e da nossa atuação como agentes para a transformação social”, diz ela, lembrando que reflexos do sistema patriarcal e sexista recaem sobre as mulheres. “Qualquer proposta de enfrentamento das desigualdades, eliminação da violência e busca por transformações precisa contar com nossa presença”, destaca.

Engajada na vida política desde a universidade, quando foi líder estudantil, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (57), é uma voz em defesa da presença feminina na política. “Para se ter uma ideia, entre 2016 e 2022, o Brasil teve cerca de 52% do eleitorado constituído por mulheres, mas apenas 33% de candidaturas femininas e 15% de eleitas”, diz ela, confiante diante do futuro. “Ainda não alcançamos a paridade de gênero, mas caminhamos com passos firmes no reconhecimento do papel fundamental da mulher na política.”

Voz indígena na cena política, Sonia Guajajara (49) mostrou força já aos 15 anos, quando deixou sua aldeia, no MA, para estudar e, desde então, o caminho da vida pública foi natural, chegando ao Ministério dos Povos Indígenas. “Aceitei porque trazia comigo o chamado de aldear a política nacional e sabia que, para que esse chamado se torne realidade, nós, povos indígenas, precisamos estar em todos os espaços, no Legislativo, Judiciário ou Executivo. É fundamental contar com mulheres em cargos políticos, pois somos nós que compreendemos o que precisamos”.

Dos palcos para a política, Margareth Menezes (60) abraçou a missão de assumir o Ministério da Cultura, recriado neste ano. “Eu sou uma mulher negra de raízes afro-indígenas, nascida e criada na periferia de Salvador, cantora, compositora, gestora cultural e artista popular com 35 anos de carreira. Agora, na política, posso contribuir com a transformação da vida de outras mulheres, das (os) trabalhadoras (es) do setor cultural. A cultura tem alma feminina e democrática, agregadora, emancipadora e geradora de oportunidades”,destaca.

Ministra do Turismo, Daniela Carneiro (47) é direta: “Antes de ter escolhido a política, acredito que a política me escolheu”, fala, endossando o coro pela presença feminina na vida pública. “Acredito que, como líderes natas, precisamos assegurar que cada vez mais mulheres acessem espaços de poder e de decisão. Nosso poder de ação e transformação vem sendo reconhecido. A luta é contínua, não é fácil. Devemos manter nossa voz sempre ativa.”

No comando do Ministério do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (53) lembra que, muitas vezes, precisou ‘empurrar a porta’: “Eu nasci dentro da política. Embora fosse um ambiente masculino, meu pai, Ramez Tebet, foi o primeiro a me mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser”, diz ela, incansável na luta pela igualdade de gênero. “Não há democracia sem igualdade de direitos entre homens e mulheres”, resume a ministra.

Para completar o time, Marina Silva (65), ministra do Meio Ambiente, reforça as falas: “As mulheres tiveram um papel decisivo e vão ter ainda mais”, finaliza ela.

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

Em Brasília, Ministras do país celebram o mês das mulheres

FOTOS: LINCONL IFF, REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E RICARDO STUCKERT