Em entrevista exclusiva à CARAS Brasil, o diretor Jayme Monjardim fala da celebração dos seus 45 anos de carreira e avalia trajetória
Celebrar marcos únicos e difíceis de se igualar é sempre importante. Por isso, os 45 anos de carreira do diretorJayme Monjardim (68) não poderiam passar batidos. No Frê Forneria, em São Paulo, ele recebeu os familiares e amigos que fizeram parte dessa trajetória de mais de quatro décadas
de sucesso.
“Foi uma noite feliz! Recebi amigos e família para celebrar essa caminhada de meus 45 anos de carreira, ao lado daqueles que fazem tudo acontecer: atores, diretores, produtores, câmeras, técnicos, jornalistas. Quanto amor e carinho recebi de tantos amigos e profissionais que tenho todo respeito e admiração, uma noite eternizada na alma”, comemorou Jayme, em papo exclusivo com CARAS e ainda emocionado com todas as vibrações de amor e felicitações que recebeu no evento.
Entre os convidados, destaque para nomes como as atrizes Lilia Cabral (67), Regina Duarte (77), Fernanda Vasconcellos (39) e Carla Diaz (33), os atores Odilon Wagner (69), Tarcísio Filho (59) e Taumaturgo Ferreira (68), além da apresentadora Patrícia Poeta (47).
“Ele foi o primeiro a acreditar em mim quando eu só tinha 2 anos. Ele abriu as portas da dramaturgia na minha vida, me disse sim muitas vezes e com ele aprendi muito, quase tudo que eu sei sobre ser atriz. Juntos criamos personagens incríveis e marcantes, como a nossa eterna Khadija”, destaca Carla, citando
sua inesquecível personagem na trama O Clone, de 2001.
Dona de voz potente, a atriz e cantora Mayana Neiva (41) soltou a voz para embalar os convidados, assim como a caçula do diretor, Maysa (13), que roubou a cena ao protagonizar um pocket show e provar ter herdado o talento musical da avó, a cantora Maysa (1936-1977).
Recentemente, Jayme anunciou sua saída da Globo depois de 40 anos na emissora, mas já vislumbra as próximas aventuras. “São 45 anos de muito orgulho de minha trajetória na Manchete, Bandeirantes e Globo, onde fiquei por 40 anos e foi mais que um lar, foi minha família! Sou um homem extremamente realizado, escolhido por grandes obras".
"Sempre tive em meus projetos a missão de debater temas tão importantes e atuais como alcoolismo, síndrome de Down, feminismo, combate à violência doméstica e às drogas, entre tantas causas de nosso País”, relembra Jayme, sobre as inúmeras histórias que emocionaram o público ao longo dos anos.
As plataformas de streaming já se tornaram uma realidade no Brasil e no mundo e também abrem espaço para novos tipos de narrativas. “Tem um mundo novo se aproximando, isso é fato. Temos uma grande concorrência com a chegada dos canais pagos, do streaming. O público jovem se afastou das novelas. Mas, a meu ver, a novela tem uma fórmula, é um patrimônio brasileiro e sempre será a grande estrela de uma televisão".
"Essas mudanças globais afetam todo o entretenimento. A revista, a televisão, o cinema, é uma coisa que foge do controle e nãoteremos soluções, não existe uma fórmula para o sucesso. Acho que a gente precisa sempre de superproduções, histórias com as quais o público se identifique. A novela é uma obra
aberta, faz parte do negócio ter um resultado positivo ou não”, pondera ele, sobre novas oportunidades.
Focado no que vem pela frente, Jayme já se dedica à sua nova produtora audiovisual, a Putz!, com sede na capital paulista, e já responsável por assinar projetos como uma série sobre a trajetória do Rei do Futebol, Pelé (1940-2022), filmes sobre as vidas de Maria Bonita (1911-1938) e Guido Schäffer (1974-2009), além de sua próxima novela, intitulada Romaria, inspirada por sua experiência na trama Ana Raio e Zé Trovão, da década de 1990.
“Muita criação, novas direções e fazendo o que amo! Em 2025, ainda chega o musical sobre a vida de minha mãe, Maysa, que irei dirigir e será protagonizado pela atriz Claudia Netto. Em paralelo a tudo isso, tenho o meu projeto Palma Monjardim, localizado em Palmeirândia, no Maranhão, onde famílias locais fabricam alimentos com ingredientes como o babaçu, que são desenvolvidos para crianças que sofrem com a desnutrição”, explica o diretor.
E se engana quem pensa que Jayme se assusta com a passagem do tempo. Aposentadoria? Nem
pensar! “Ao longo dessas quatro décadas, tive a honra de realizar grandes sonhos. Cada projeto, cada cena dirigida, cada história contada, representou um pedaço do meu coração e da minha alma”, conta o diretor, cheio de emoção.
“Sou um homem muito feliz e muito bem resolvido. Trabalho muito, me dedico, gosto de reunir meus filhos e curtir a vida. Daqui a dez anos estarei com 78. Este corpinho precisa resistir. Não sei se vou aguentar subir um morro para gravar, então eu aproveito o agora. São 45 anos contando histórias, 40 anos deles na televisão. Eu me entreguei muito. É, sim, um marco muito importante. Quero morrer dentro do estúdio. Já aviso: não pretendo parar nunca”, garante Jayme, sempre pronto para os desafios.