Fortuna, trajetória e polêmicas do homem e da mulher, ambos franceses, mais ricos do mundo
Prepare a calculadora, porque contabilizar essas fortunas é uma missão quase impossível! Eleitos o homem e a mulher mais ricos do mundo – em ranking anual organizado por revista norte-americana – Bernard Arnault (74) e Françoise Bettencourt Meyers (69) possuem trajetórias de vida bem diferentes, mas com pontos em comum: são franceses, donos de verdadeiros impérios e amantes do piano.
Com patrimônio estimado em 224,4 bilhões de dólares, equivalente a pouco mais de um trilhão de reais, Arnault está à frente da LVHM, holding do mercado de luxo que detém uma poderosoa lista de grifes, entre elas, Louis Vuitton, Christian Dior, Emilio Pucci, Givenchy e Fendi. Formado em engenharia, ele começou a trajetória na pequena empresa de construção da família, mas a sorte bateu à sua porta em 1984, quando adquiriu a então falida Christian Dior. “Eu percebi que a marca tinha potencial e estava subvalorizada, então, fui comprar. Foi arriscado na época, porque era muito maior que a empresa de meu pai”, falou o magnata, cuja mais recente aquisição foi a Tiffany & Co.
Visionário e competitivo, o empresário é conhecido no mercado como o ‘lobo de cashmere’ e não se envergonha do título. “Eu sou competitivo mesmo. Gosto sempre de ganhar!”, disse ele, que nunca foi o mais exemplar dos alunos. “Eu era indisciplinado na escola, embora não fosse mau aluno, mas gostava de me divertir”, confessou Arnault, cuja inspiração sempre foi o pai. “Ele era um homem exemplar. Aprendi muito sobre o mundo dos negócios com ele”, contou o bilionário. Nas horas vagas, sua paixão é o piano, dom herdado da mãe. Não à toa, é casado há mais de 30 anos com a pianista canadense Hélène Mercier (63). Pai de cinco filhos, Arnault é avesso às redes sociais – apesar de investir fortemente no mercado digital –, mora em Paris e, nas férias, costuma descansar em sua luxuosa ilha particular.
Já Françoise sempre soube que o destino lhe reservaria uma fortuna incalculável. Única herdeira da L’Oreal, na juventude ela não demonstrava muito interesse pelo mundo dos negócios e gostava de se dedicar ao estudo das civilizações antigas e à filantropia. O estilo de vida, aliás, foi o grande motivo para as inúmeras brigas entre ela e a mãe, Liliane Bettencourt (1922–2017). A relação tensa entre elas chegou até aos tribunais, com Françoise iniciando um processo para que a mãe fosse declarada mentalmente incapaz. “Minha filha é muito mal aconselhada. Ela poderia esperar pacientemente por minha morte, ao invés de fazer todo o possível para precipitá-la”, chegou a lamentar Liliane. Em 2010, no entanto, a dupla se reconciliou e, pouco tempo depois, a matriarca recebeu a confirmação do diagnóstica de Alzheimer.
Com fortuna estimada em 80,5 bilhões de dólares, o equivalente a 408,85 bilhões de reais, Françoise, hoje, é vice-presidente do conselho da empresa, mas não deixou de lado seu amor pela cultura – ela é autora de livros –, pelo piano e pela filantropia. Em 2019, por exemplo, doou pouco mais de um milhão de reais para ajudar a reconstruir a Catedral de Notre Dame, em Paris, que havia sido destruída em um trágico incêndio.
Eleita de Jean Pierre e mãe de Jean-Victor e Nicolas, ela criou os filhos dentro das tradições do judaísmo, religião de Jean. O casamento, inclusive, gerou polêmicas, já que seu avô, Eugène Schueller, foi acusado de colaboração com o governo nazista.