Eugênio na versão original de Vale Tudo, Sérgio Mamberti perdeu a esposa e, dois anos depois, iniciou relacionamento gay que durou 37 anos
Publicado em 02/04/2025, às 07h00
Na primeira versão de Vale Tudo (1988), o ator Sérgio Mamberti interpretou Eugênio, fiel mordomo da família Roitman que é figura presente na vida de Heleninha (Renata Sorrah) e Afonso (Cássio Gabus Mendes). Pai de três filhos frutos de seu primeiro casamento com Vivien Mahr, o interprete viveu um relacionamento gay durante 37 anos após perder esposa. A união com Ednardo Torquato só chegou ao fim em 2019, quando Torquato faleceu.
Sérgio Mamberti teve uma carreira extensa e respeitada. Formado pela Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo (EAD), ele se destacou nos palcos e na televisão ao longo de mais de cinco décadas. Sua estreia no teatro ocorreu com Antígone América, de Carlos Henrique Escobar, sob a direção de Antônio Abujamra. Desde então, seu nome passou a ser associado a montagens icônicas, como O Balcão, de Jean Genet, e Hamlet, de Shakespeare.
Nos anos 1980, além de Vale Tudo, ele brilhou em outras novelas, como Brilhante (1981), e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Nos anos 1990, ganhou o coração do público infantil ao viver o memorável Dr. Victor no programa Castelo Rá-Tim-Bum. Sua versatilidade também o levou ao cinema e ao streaming, destacando-se na série 3%, da Netflix.
O casamento de Sérgio Mamberti com Vivien Mahr foi marcado pelo companheirismo e pela formação de uma família com três filhos. No entanto, em 1980, Vivien faleceu aos 37 anos, vítima de complicações respiratórias. Dois anos depois, Mamberti encontrou um novo significado para o amor ao iniciar uma relação com Ednardo Torquato.
O relacionamento de Mamberti e Torquato foi um exemplo de dedicação e cumplicidade. Juntos, eles compartilharam a vida por quase quatro décadas, com laços afetivos inquebráveis. A adoção de Daniele com Torquato fortaleceu ainda mais essa união, consolidando a família que construíram ao longo dos anos.
Em 2021, pouco antes de sua morte, Mamberti publicou sua autobiografia, onde revelou sua bissexualidade e celebrou sua trajetória de amor e resistência. Seu compromisso com a arte e a política deixou um legado indiscutível. Além de sua carreira como ator, ele ocupou diversos cargos no Ministério da Cultura durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (79), sempre defendendo a diversidade e a democratização cultural.
Em setembro de 2021, Sérgio faleceu aos 82 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Seu corpo foi velado no Teatro Sesc Anchieta, um dos espaços que ajudou a consolidar como referência teatral.
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