Uns chamam de inspiração. Mas para a estilista Vera Wang, fotografar e mandar fazer vestidos de noiva iguais aos dela em uma costureira é roubo de direitos autorais. Em outras palavras, pirataria. O jornal The Global Times informou que, na semana passada, uma das lojas da designer em Xangai, na China, passou a cobrar uma taxa de US$ 482 (cerca de R$ 964) para que a cliente fique 1 hora e meia no provador experimentando os modelos - sem tirar fotos nem filmar. Se a noiva levar o vestido, o valor é deduzido da compra. Se não, ela perde o dinheiro. Caso se torne efetiva, a ‘taxa do provador’ promete virar moda em outras marcas de luxo.
Na internet, já há protestos. Os chineses alegam que a cobrança é discriminatória, já que só acontece na loja de Xangai. Em comunicado, Vera Wang - que tem origem chinesa - afirma que tomou a medida para proteger seus direitos autorais, ou seja, para tentar conter a onda de cópias que virou algo comum não só na China, mas também no Brasil. Aqui, algumas noivas chegam a levar as costureiras “disfarçadas” de mãe aos ateliês para que observem os detalhes e reproduzam fielmente o vestido. O assunto levanta a questão do valor do trabalho criativo no mundo contemporâneo. A expertise e a criatividade do profissional são fatores que fazem a diferença em um vestido de noiva, então nada mais justo que o estilista seja pago por isso. Afinal, tudo tem seu preço. Inclusive brilhar em um vestido de noiva exclusivo e deslumbrante no seu grande dia.