Em sua coluna da Revista CARAS, Paula Martins analisa as principais mudanças da Chanel desde a saída de importante estilista
Publicado em 16/08/2024, às 17h00
Esta foi a primeira apresentação da maison francesa desde o anúncio da saída repentina da estilista Virginie Viard (62) da direção criativa da marca. Segundo as notas do desfile, a coleção foi produzida pelo estúdio de criação de moda da Chanel. Apesar de a grife ainda não ter nomeado um sucessor de Viard, algumas mudanças já puderam ser notadas aqui.
A começar pelo local: em vez do Grand Palais, que abrigava os desfiles da Chanel desde a era de Karl Lagerfeld, a coleção foi apresentada no Ópera Garnier. O imponente teatro, considerado uma obraprima da arquitetura neobarroca, foi o cenário ideal para a coleção de alta-costura desta temporada, cuja inspiração principal foi justamente a ópera.
A relação da Chanel com o universo da ópera remonta desde os anos 1920, quando a icônica Gabrielle Chanel (1883-1971) passou a desenhar os figurinos de grandes produções; a marca também é patrona da Ópera de Paris desde o ano passado.
O drama inerente a esta manifestação artística pôde ser notado nesta coleção que trouxe uma volumosa capa de tafetá como o look de abertura do desfile. A coleção segue trazendo os símbolos da maison, em especial, os clássicos conjuntos de tweed arrematados por aplicações mais elaboradas de pedras e plumas.
As capas seguiram sendo mostradas nos desfiles em tons variados e a estética que remete aos figurinos teatrais foi sendo replicada por meio de babados, drapeados e sobreposições de tule em vestidos, saias, casacos e camisas. Laços e tons apastelados imprimiam um bem-vindo romantismo ao drama visual com toques nostálgicos explorado nesta coleção, que trouxe variações imponentes de propostas tanto para o dia quanto para a noite.
