Se existe uma palavra que, entra estação, sai estação, não sai da cabeça de quem trabalha com moda ou a acompanha com frequência é alfaiataria. Vira e mexe ela está no título de mais um texto ou servindo de inspiração para determinado designer. Um termo que antigamente nos remetia a peças clássicas — muitas vezes até caretinhas — e enchia os olhos de mulheres maduras ávidas por uma roupa bem cortada e discreta. Mas, para a alegria das admiradoras desse tipo de peça, o que antes poderia deixar o visual sério demais hoje se transformou, rejuvenesceu e vem ganhando cada vez mais adeptas. Parte desse fenômeno se deve à griffe americana. Toda a sua trajetória tem sido marcada pelo olhar especial da dupla Lazaro Hernandez e Jack McCollough sobre esse tipo de roupa proveniente do guarda-roupa masculino e hoje tão feminino. Para o próximo verão, a alfaiataria está mais descontraída do que nunca. A começar pelas modelagens amplas, tanto dos casaquetos como das calças, que agora ganham, em vez de pregas na cintura, um grande volume entre as pernas, fazendo as vezes de uma saia. As cinturas são altíssimas, os casacos curtíssimos, os decotes profundos (e quadrados). Por outro lado, podemos nos deparar com mantôs leves usados com calças curtas — proposta perfeita para as longilíneas. Vale destacar também os materiais com cara de feito à mão, como os crepes e os tecidos estampados de efeito tridimensional. Outra história que chegou forte, aqui e em outros desfiles, vem dos tecidos metalizados. No caso, tricôs delicadamente plissados, que deixam o look festa cheio de bossa e conforto. Se depender da criatividade da dupla, o termo alfaiataria estará cada vez mais próximo de se tornar simônimo de modernidade.