Ana Paula de Andrade Publicado em 07/11/2013, às 18h12 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20
Londres é a capital da vanguarda. Pelo menos no que diz respeito à moda. Depois de viver intensamente o punk com Vivienne Westwood, o cenário inglês – sempre marcado pela autenticidade de seu street style – se renovou com as estampas digitais de jovens talentos, como Mary Katrantzou – e a dupla Peter Pilotto e Christopher De Vos.
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Os dois estilistas estão à frente da marca britânica que já vestiu a vencedora do Oscar Jennifer Lawrence, além da modelo Miranda Kerr, as atrizes Emma Watson, Kristen Stewart, Carey Mulligan, a primeira-dama americana Michelle Obama e a fashionista Anna Dello Russo, entre outras. E a eclética lista vem crescendo desde 2009, ano em que ganharam o prêmio Best Emerging Talent, do British Fashion Council. Hoje, são chamados pela crítica especializada de “os talentos mais empolgantes de Londres” e definem sua marca como “estimulante, positiva e lúdica”. Mas os adjetivos não param por aí.
Nas análises de seus desfiles, é comum encontrar palavras como inspirador, cintilante, imaginativo e próspero. Afinal, a marca já é vendida em 27 países. O “desejo pela cor” que move os dois designers parece conquistar cada vez mais mulheres, que deixaram de lado a segurança do pretinho básico para ousar no mix de estampas, independentemente da idade. Para a dupla, a inovação têxtil, as formas esculturais e as estampas digitais, definitivamente, são o novo preto. “Se a estampa é bem colocada e está agradável esteticamente, não há por que ter medo de usá-la. A vida é colorida!”, diz Peter Pilotto à CARAS Fashion.
Seduzidas por essa vibrante inovação, as celebridades se renderam à vanguarda digital e vêm exibindo cada vez mais estampas assinadas pela marca nos red carpets. “Sempre nos empolgamos ao ver nossas peças sendo usadas por mulheres poderosas e influentes, como a atriz Cate Blanchett, que é um dos nossos looks preferidos recentemente”, afirma Pilotto. Mas os designers não criam pensando em famosas e tapetes vermelho, muito menos em um tipo específico de mulher. “Cada peça tem vida própria. Quando criamos, temos em mente diferentes tipos de mulheres e isso se reflete na coleção, permitindo que formemos um público mais amplo”, conta De Vos. E tudo isso sem descaracterizar o DNA pelo qual são reconhecidos.
No início deste ano, no desfile da temporada de inverno da semana britânica, a marca trouxe às passarelas uma estamparia inspirada na obra de pintores renascentistas espanhóis, especialmente El Greco, o que evidenciou a importância do mix de culturas em seu trabalho: Peter tem ascendência austríaca e italiana e Christopher, belga e peruana. Os dois se conheceram na Academia de Belas Artes da Antuérpia, na Bélgica, há 13 anos. “Adoramos essa combinação, ela é essencial para criar a identidade da nossa marca”, diz De Vos.
A parceria parece ser um dos segredos do sucesso. Peter cuida da área têxtil e das estampas e Christopher das silhuetas e do caimento. Mas não há limitações. “A melhor coisa de trabalharmos em dupla é o diálogo, que torna o processo mais interessante”, afirma Pilotto. A grife desembarcou no Brasil em abril deste ano, e passou a vender suas peças com exclusividade em uma multimarcas de Brasília. “Já conhecíamos o Brasil e Christopher, inclusive, morou aí durante alguns anos”, revela Pilotto. Parece que a dupla pretende continuar a expandir seus domínios: em setembro, na Semana de Londres, anunciou que lançará uma coleção para a rede americana Target. Se depender deles, o mundo vai ficar cada vez mais estampado.
