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Gisele Bündchen: "Só Deus sabe o que está por vir"

Úbermodel fala de suas memórias em família, a educação dos filhos e quem são os ídolos atuais

CARAS Publicado em 11/11/2015, às 10h37 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Referência mundial para o País, a übermodel folheia as páginas de seu livro em pausa da nova campanha para a Colcci, no interior de São Paulo. - GUI PAGANINI E LUCIANA PREZIA
Referência mundial para o País, a übermodel folheia as páginas de seu livro em pausa da nova campanha para a Colcci, no interior de São Paulo. - GUI PAGANINI E LUCIANA PREZIA

Passados seis meses da anunciada “aposentadoria” de Gisele Bündchen (35) das passarelas, ela continua no topo, trabalhando muito e se dedicando à família. “Estou muito feliz, família é sempre uma coisa muito importante e eu amo a minha”, resume a übermodel sobre o relacionamento com o astro do futebol americano Tom Brady (38), negando qualquer possibilidade de crise no casamento. Em entrevista exclusiva à CARAS, a beldade vai além das imagens que estão no livro de luxo que comemora os 20 anos de sua trajetória profissional e revela quais são suas melhores lembranças de infância, em Horizontina, Rio Grande do Sul, com o marido e os herdeiros, Benjamin (5), Vivian Lake (2) e John (8) — o último, filho de relacionamento anterior de Tom, é definido por Gisele como um “bônus” sempre que ela afirma ter três filhos — em Boston, EUA.

O livro e a palavra ‘aposentadoria’ lhe imortalizam?
O livro é uma forma de celebração desses 20 anos de carreira. Acredito que a vida é constituída por vários ciclos e este livro é o resumo de um capítulo. Agora, me sinto mais aberta e pronta para viver este novo capítulo que está começando em minha vida. Estou neste businness há mais de 20 anos. Aos poucos, pretendo redirecionar meu tempo para projetos pessoais, mas isso não significa que tenho imposto uma data para que isso aconteça. Tão pouco que estarei me desvinculando do mundo fashion. Tudo tem seu tempo e as coisas acontecem exatamente quando têm de acontecer. Só Deus sabe o que está por vir...

Mas você continua trabalhando muito, certo?
Ainda continuo trabalhando e viajando bastante. Mas, aos poucos, tenho conseguido conquistar mais espaço para mim, minha família e novos projetos. É uma fase de transição e demora certo tempo para as coisas se adequarem.

Quem são seus ídolos?
Gandhi, Nelson Mandela... São tantos! Minha mãe, Vânia, também é um dos meus maiores ídolos. Ela conseguiu equilibrar o papel de mãe e esposa, criando seis filhas e trabalhando fora! Sou grata por ela ter sido este exemplo de amor incondicional, dedicação, humildade, generosidade e simplicidade, sempre valorizando a família. No mundo da música, adoro Renato Russo, com suas palavras inspiradoras. Também Marisa Monte, pois ela tem o dom da palavra e a sua voz suave toca o meu coração. Na moda, admiro a Christy Turlington, que faz um trabalho lindo com sua fundação, é um exemplo de beleza exterior e interior! Também admiro o trabalho exemplar da Viviane Senna na área da educação. Não poderia deixar de lembrar da Malala Youfaszai que, mesmo tão jovem e diante de tantas adversidades, é tão conectada com seu eu interior e com seu propósito de vida, lutando por paz e igualdade para o nosso mundo.

Quem já lhe deu um conselho que você aplica até hoje?
Meu pai, Valdir, sempre foi um ótimo conselheiro. Sempre adorei conversar com ele. Uma vez, ele disse: ‘Ninguém é melhor que ninguém. Trate os outros como você gostaria de ser tratada, ser humilde é essencial, você tem de viver com suas escolhas, não se pode enganar a consciência, sempre escute seu coração’.

Quando vem para casa, o que gosta de fazer em família? 
Adoro um bom chimarrão e é claro que comidinha da mãe ou do pai também tem seu valor, né!?

Você preza pela discrição...
A modelo Gisele é uma figura pública. A Gisele mãe, irmã, filha, esposa e amiga é como qualquer outra pessoa. Gosto de manter minha privacidade, pois as coisas que acontecem no meu íntimo não dizem respeito às outras pessoas.

O que faria se pudesse ficar completamente anônima?
Adoraria jogar vôlei de praia quando vou ao Rio de Janeiro, levar minhas crianças ao parque sem preocupação, caminhar pelas ruas à vontade, fazer as coisas sem ser perseguida. Seria ótimo!

Do que não abre mão no seu dia a dia, na sua casa?
Quando não estou trabalhando e estou em Boston, há três coisas de que não abro mão: levar meus filhos à escola e participar ao máximo das atividades deles; me exercitar e ter este momento meu, de cuidar do corpo e da mente; estar presente nos jogos do meu marido, dando o meu apoio e torcendo por ele e pelo time.

O que nunca falta na sua casa? E o que não pode entrar?
Adoro ter flores pela casa, sinto que dá outra vida, por isso, tento sempre ter flores por perto. Gosto muito de velas também. Tento evitar ao máximo comida industrializada dentro de casa. Prefiro que a nossa família coma comidas saudáveis, que a natureza nos proporciona.

Que valores você tenta passar para os seus filhos?
Acredito que a melhor forma de ensinarmos é por meio das nossas ações. Tentamos ser os melhores exemplos que podemos. Cresci no interior e sempre tivemos muito contato com a natureza, o que proporcionou a oportunidade de apreciar a sua beleza e valorizá-la. Meus pais também nos ensinaram a dar valor e sermos gratos por tudo que conquistamos. Faço questão de encorajá-los a serem eles mesmos, autênticos. Todos somos diferentes e especiais, não acredito em seguir um padrão.

Sendo brasileira com um marido americano, como é educar filhos em um lar internacional?
Temos as nossas diferenças, mas estamos conseguindo administrar bem isso, temos uma comunicação aberta e isso é essencial. Falo somente em português com as crianças, enquanto meu marido fala em inglês. Eles falam ambas as línguas fluentemente, e o que eu acho mais interessante, ainda, é que eles sabem com quem falar cada língua.

Considera dizer ‘Eu te amo’, seja para o marido ou para os filhos, importante?
Com certeza! Demonstrar através de palavras e ações nossos sentimentos é muito importante e é costume na nossa família. ‘Eu te amo’ é uma das poucas coisas que meu marido sabe falar em português, porém, uma das mais importantes para mim.

Você sempre disse que queria uma família grande... Pretende aumentar a sua, ter mais um filho, talvez?
No momento, a nossa família está ótima do tamanho que está. Mas aprendi a nunca dizer nunca! Quem sabe futuramente?