Bolsas com alças de metal e ankle boots de couro se aliaram a vestidos delicados, em um moderno contraponto
Os estilistas libaneses exercem um evidente fascínio sobre as estrelas de Hollywood. Especialmente Elie Saab, que já vestiu divas como as atrizes Lupita Nyong’o e Julia Roberts no red carpet, além de membros da realeza, como a princesa Victoria da Suécia. No Oscar deste ano, as atrizes Angelina Jolie e Sarah Paulson e a cantora Pink elegeram vestidos de alta costura do designer, famoso pelo brilho e pelo luxo de suas criações. Mas, com sua coleção prêt-à-porter — apresentada na última Semana de Paris e batizada de Dark Opulence —, Saab mostra que seu trabalho vai além de bordados e cristais. E que ele é capaz de traduzir em suas roupas uma feminilidade mais contemporânea. Inspirado na obra do pintor expressionista americano Mark Rothko — conhecido por suas telas com faixas de cor horizontais —, o estilista enveredou pelo efeito ombré, que invadiu longos e curtos. Para surpresa da plateia, habituada a suas criações monocromáticas, o dégradé se espalhou por peças de seda, cetim, veludo, lã e chiffon. As rendas e as organzas surgiram delicadas e sensuais em vestidos com efeito esconde-mostra. Cashmere e peles também marcaram presença. Como o nome da coleção sugere, Saab escolheu uma paleta de cores escuras, que reuniu verde, bordô e preto, este último com delicados toques florais. A única exceção foi o rosa-pálido, que coloriu com sutileza vestidos e conjuntinhos. Mangas longas fizeram um equilibrado contraponto com fendas e decotes profundos, e os comprimentos foram democráticos: mínis, mídis e máxis desfilaram elegantes pela passarela parisiense. Nos looks mais invernais e urbanos, as golas e as estolas de pele — e uma dramática capa longa — se sobressaíram. Os tradicionais vestidos bordados com cristais, que iam do verde-esmeralda ao burgundy, fecharam o desfile. Mestre em looks noite, Saab prova, a cada temporada, que a sua especialidade é mesmo encantar.