Mariana Beckheuser afirma que a empresa “não é apenas para gerar lucro”. A Beckhauser desenvolve e difunde tecnologia para contenção de bovinos pautada no bem-estar animal e humano
Mariana Soletti Beckheuser tem 43 anos. Nascida em Paranavaí, hoje mora em Maringá, ambas no Paraná. Formada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, fez pós em Comunicação Popular e Comunitária. Ela é casada com o jornalista Paulo Muzzolon.
“Eu nasci no agro, de pai e mãe, quase dentro da fábrica, a Beckhauser”, conta emocionada.
Depois da pós, ela decidiu trabalhar no negócio da família. “A fábrica estava ficando grande e percebi que trabalhar com eles, eu teria mais oportunidade e poderia opinar”.
A Beckhauser já fabricava equipamentos para o agro. A ideia de melhoria no bem-estar animal também acompanhou toda a infância de Mariana. “Eu convivi com isto desde muito tempo. Um pensamento à época que não era comum”, ela acrescenta.
“A empresa não é feita apenas para gerar lucro”. Ela conta que a Beckhauser sempre teve uma preocupação em fazer o melhor no trabalho diário. “Cuidar das pessoas e desenvolver os equipamentos para também cuidar melhor dos animais”.
Mariana começou a estruturar uma área de marketing, porque para ela se conectar com as pessoas é essencial. “Eu ajudava também na comunicação interna”. Em 2014, ela foi indicada pelo Conselho de Sócios para ser sucessora de seu pai.
O cuidado com as pessoas, o olhar para o bem-estar animal e para a sustentabilidade mantêm o tripé econômico, social e ambiental. “E a gente, como negócio, pode contribuir para influenciar um novo olhar na pecuária – que seja sustentável”.
A empresa desenvolveu um produto: o Becksafe, que representa uma inovação tecnológica – um novo produto. Além de garantir um manejo nada agressivo aos animais que evoca a questão do bem-estar.
Até o começo dos anos 90, o equipamento de contenção para bovinos que a Beckhauser fabricava – o chamado brete – era composto por troncos de madeira enterrados no chão. “Mesmo que o brete fosse melhor que o laço e a derrubada, ainda assim tinha uma série de poréns, porque o aparelho ainda permitia que o animal se machucasse”. Marina faz o adendo que o manejo era agressivo.
Em 1996, a fábrica lançou o brete (ainda assim chamado) inteiro em aço, “um sistema de contenção completamente diferente. Foi muito disruptivo para o mercado à época”.
“De lá para cá, entramos nesta jornada de inovação. A Beckhauser criou uma marca dentro da empresa, que é vanguarda no segmento, que dita tendências do mercado”, afirma.
Hoje a contenção com o Becksafe é mais segura para os animais e para as pessoas que manejam o equipamento – houve uma redução expressiva de acidentes. “Os resultados foram positivos para o conforto do animal”. Piso emborrachado, travas hidráulicas, balanças eletrônicas e automação do equipamento compõem o equipamento.
“Nós fomos transformando estes equipamentos. Em 2016, retiramos a madeira por completo”. Hoje, o antigo brete é o Becksafe, composto de polímero polipropileno em toda linha de produtos. Mais uma vez, Mariana conta, a empresa sempre pensa no impacto ambiental, além do fato que “o aparelho aumenta a produtividade dentro do curral”, diz.
“Temos orgulho que o segmento da agroindústria está caminhando para isto, para diminuir o impacto no meio ambiente”, ressalta a paranaense.
A nova nomenclatura abarca parte do nome da empresa – Beck – e o safe que vem do termo em inglês que significa segurança: “Retornar em segurança, porque beck tem a sonoridade de back – voltar. Uma volta à natureza”.
O produto vai mexer com o mercado. “O que fazemos não é um tronco ou um brete. Nós estamos cuidando dos animais, das pessoas e do planeta”, explica.
Para conhecer o produto, clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=tG-gA6-snCU