Em entrevista à CARAS Brasil, o ator e dançarino Daniel Pereira fala sobre projetos, carreira e revela desafios para viver personagem em Cidade Maravilhosa
Publicado em 17/09/2024, às 17h36
Daniel Pereira, estrela do monólogo Ao Soar do Sino, que ressignificou a abordagem do câncer de mama vivido por sua mãe, está colhendo os frutos do curta-metragem Cidade Maravilhosa. A produção dirigida por Chico Malta, passou por 11 festivais internacionais e recebeu duas premiações: Menção Honrosa em Amsterdam, e Melhor Filme Inclusivo, em Milão.
Em entrevista à CARAS Brasil, Daniel fala sobre os desafios de viver o personagem, Gabriel, no curta com temática LGBTQIAPN+ e comenta outros momentos marcantes de sua carreira.
O filme gira em torno dos riscos do ‘Boa noite, Cinderela’, que consiste em drogas utilizadas por criminosos para cometer abusos. Gabriel conta como foi o convite para viver Gabriel, o grande vilão do curta: “Fui convidado pelo diretor Chico Malta para interpretar Gabriel, o personagem que comete o crime do ‘Boa Noite, Cinderela’. Sentimos a necessidade de abordar esse tema porque os casos vêm crescendo, especialmente no Rio de Janeiro. Usar o cinema para falar sobre isso nos dá a chance de ampliar a conscientização e fortalecer a prevenção.”, explica o ator.
Daniel ressalta que apesar de se assemelhar ao personagem quando o assunto é valorizar a família, ele vive um papel delicado: “Eu jamais cometeria um crime como ele faz. O Boa noite, Cinderela, é um ato cruel. Sou completamente contra esse tipo de ação.”
O ator ainda revela à CARAS Brasil, qual foi a cena mais marcante no curta-metragem para ele: “Interpretar Gabriel foi desafiador, especialmente as cenas de sexo com outro ator. Estávamos completamente nus em cena, simulando uma relação homoafetiva. Essas cenas sempre exigem muito cuidado, mas tivemos total suporte da direção e conseguimos gravá-las de maneira confortável e profissional.”, diz.
E afirma: “No final, a troca entre os dois atores foi linda, e entregamos uma cena forte para o filme. Essa foi minha primeira experiência em uma cena de sexo no cinema, e foi algo realmente marcante.”
Além do sucesso de Cidade Maravilhosa, Daniel esteve envolvido no filme de grande repercussão, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles: “O teste para o filme veio através do meu agente. Precisei enviar um vídeo atuando e pilotando moto, e após meses de espera, recebi a notícia de que havia sido aprovado. Fui dirigido pelo próprio Walter Salles, que é um verdadeiro gentleman. Antes de rodarmos a cena, ele segurou minhas mãos e disse que acreditava em mim, que me escolheu porque sabia que eu entregaria o que ele queria. Isso me emocionou profundamente, e a partir daí, não teve erro. Fizemos a cena exatamente como ele desejava. Estou ansioso para ver o filme, e acredito que ele tem tudo para ser digno de um Oscar. Estou torcendo muito!”, comemora o artista.
O filme conta com um elenco formado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, atrizes que o ator se inspira e admira: “No camarim, tive a honra de trocar algumas palavras com Fernanda Torres, que é um gênio, simpática e amorosa. Fiquei ainda mais encantado por ela!”, elogia.
Em 2025, Daniel também estreia o longa-metragem A Primeira Música, com direção de André Gevaerd e com elenco de atores como Denise Weinberg,Vinícius Wester e Otávio Linhares: “Tive a honra de ser preparado e atuar ao lado da grande atriz Denise Weinberg, de quem eu já era fã. Quem não amava a Marion de De Pernas pro Ar, com Ingrid Guimarães? Denise é impecável e também brilhou como a vilã de Todas as Flores. Como ambos viemos do teatro, passávamos horas trocando ideias e tomando café em meio à natureza linda de Santa Catarina, onde o filme foi gravado.", conta.
O ator revela à CARAS BRASIL, que fez questão de aprender muito com a colega de profissão: “Suguei todo o conhecimento possível dela, foi uma das maiores experiências da minha carreira. Ela se tornou minha ‘mãe artística’ e sempre me liga para saber como estou, o que me enche de alegria.”
No longa, Daniel interpreta Cleiton, um engraçado apoiador do personagem de Vinícius Wester: “No filme, interpreto Cleiton, que trabalha na fazenda junto com seu tio e primo, e apoia o personagem do Vinícius Wester em sua busca pelo sonho de ser um flautista reconhecido. Cleiton é engraçado, descolado, e dá apoio também no arrozal. Mal posso esperar pela estreia nos cinemas!”, vibra.
Artista múltiplo, Daniel também é dançarino desde os 8 anos: “Sempre quis ser ator, mas na minha cidade não havia escolas de teatro, então comecei pela dança. E foi uma escolha maravilhosa! A dança é uma arte completa, e ela aprimora muito meu trabalho como ator.” Ele compõe o núcleo do balé de Luciano Huck, no Domingão, da Globo, e permanece no programa até outubro deste ano.