Em entrevista à CARAS Brasil, o ator argentino Juan Manuel Tellategui fala sobre personagem em Ainda Somos os Mesmos e experiência com Edson Celulari
Publicado em 04/10/2024, às 17h30
O ator argentino Juan Manuel Tellategui está em cartaz com o filme Ainda Somos os Mesmos, de Paulo Nascimento. Ao lado de Edson Celulari, Lucas Zaffari e Carol Castro, o longa que traz Tellategui como um diplomata da ONU, trata-se de um suspense político latino-americano de 1970, período de ditadura no Brasil e no Chile.
Em entrevista à CARAS Brasil, o ator conta que foi convidado pelo diretor do filme para compor o elenco: "Eu já tinha trabalhado anteriormente com o Paulo Nascimento, o diretor e roteirista de Ainda Somos os Mesmos, na série Chuteira Preta (Prime Video). Por se tratar de um filme que tem vários personagens que falam espanhol, ele me convidou para fazer o diplomata da ONU que ajuda na negociação da libertação dos refugiados brasileiros na Embaixada da Argentina no Chile. Assim que o Paulo me fez o convite eu aceitei imediatamente.", disse.
Com o tema sensível, o ator se empenhou em assistir documentários e filmes que abordam ditaduras na América Latina: "A preparação passou desde assistir filmes e documentários que abordam as ditaduras na América Latina, até o lado mais poético, que tem a ver com a leitura que fiz do personagem e a construção para materializar fisicamente essa concepção."
A maioria das cenas de seu personagem foi com o ator Edson Celulari e Tellategui afirma que a troca entre os dois foi enriquecedora: "Foi uma experiência muito enriquecedora. O Edson Celulari foi o ator com que tive mais cenas. Ele é um parceiro muito generoso e acolhedor no set, se dispôs com uma entrega total para que as nossas cenas tivessem o clima que pedia o roteiro. Foi ótimo trabalharmos juntos."
A expectativa do ator é de que o público se identifique em um lugar de empatia, de se colocar no lugar do outro para então entender o que de fato foi esse período: "Espero que o público possa se deixar atravessar pelas emoções que transitam os personagens. A identificação desenvolve em nós mais empatia ao nos colocarmos no lugar do outro, sentir que poderia ter acontecido comigo também aquilo tudo que aconteceu nas ditaduras latino-americanas. É uma espécie de catarse que só a arte tem o poder de criar nessa conexão com o público quando este está totalmente entregue à história. É preciso conhecimento para que os erros do passado não se repitam.", finaliza.