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Bem-estar e Saúde / CAMPANHA NACIONAL

Hematologista se preocupa com doação de sangue no Brasil: 'Não é suficiente'

No mês da campanha Junho Vermelho, dedicado ao sangue, a CARAS Brasil conversa com o hematologista Rodrigo Santucci, que faz alerta importante

Thaíse Ramos
por Thaíse Ramos
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Publicado em 05/06/2024, às 08h00 - Atualizado às 12h14

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Mês de junho alerta sobre a importância da doação de sangue no Brasil - Divulgação/Hemocentro São Lucas
Mês de junho alerta sobre a importância da doação de sangue no Brasil - Divulgação/Hemocentro São Lucas

A campanha Junho Vermelho começou. A iniciativa visa incentivar a doação de sangue, um ato de solidariedade fundamental para salvar vidas. De acordo com o hematologista Rodrigo Santucci, atualmente, menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente, um índice que, embora dentro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda não é suficiente para atender à demanda do país. Em entrevista à CARAS Brasil, o especialista fala mais sobre o assunto.

"O Hemocentro São Lucas, referência em medicina transfusional no Brasil, está promovendo uma campanha para incentivar a população das regiões de Guarulhos, ABC, e do estado do Rio de Janeiro a doar sangue, não apenas em junho, mas durante todo o ano", informa o médico, que é diretor de Relações Institucionais do grupo. “Os estoques de sangue e as doações caíram muito, especialmente durante a pandemia. Doar sangue é um ato de solidariedade que salva vidas, e a doação de uma única pessoa pode salvar até quatro vidas”, acrescenta.

O especialista ressalta que o sangue é essencial para o tratamento de diversos pacientes que dependem deste gesto de solidariedade. "A doação é a única esperança para muitos que precisam de transfusões regulares. Por isso, é crucial que mais pessoas se conscientizem e participem desse ato altruísta", diz.

Santucci explica que qualquer pessoa em boas condições de saúde pode doar sangue, seguindo algumas diretrizes básicas. "Ter entre 16 e 69 anos - a primeira doação deve ser feita antes dos 60 anos. Para doadores entre 16 e 17 anos, é necessária a presença e o consentimento formal de um representante legal. Peso igual ou superior a 50 kg. Estar alimentado e esperar duas horas após o almoço e ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas", informa.

Além disso, o hematologista destaca que é preciso ter um  intervalo entre as doações. "Sessenta dias para homens e 90 dias para mulheres, máximo de quatro doações por ano para homens e três para mulheres. Também é preciso não estar amamentando ou grávida, não ter feito procedimentos invasivos recentes, como endoscopia, não ter tatuagens ou piercings recentes, e não ter certas condições médicas, como diabetes com uso de insulina ou epilepsia", fala.

"A doação de sangue é um gesto simples que pode fazer uma diferença enorme na vida de muitas pessoas. Participe da campanha Junho Vermelho e ajude a salvar vidas. Doe sangue, doe vida", emenda Santucci, acrescentando onde doar: Na unidade São Bernardo do Campo, na Rua Coral, 369; na unidade Guarulhos, que fica na rua Santo Antônio, 95, no Centro de Guarulhos; e na unidade Rio de Janeiro: Rua Manoela Barbosa, 50, no Méier".

MAIS SOBRE O JUNHO VERMELHO

A Campanha Junho Vermelho foi criada no Brasil em 2015, sendo o mês escolhido em razão do dia 14, quando é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). A data homenageia Karl Landsteiner, que foi um médico e biólogo austríaco, naturalizado americano, vencedor do Prêmio Nobel pela classificação do sistema ABO e descoberta do Fator Rh.

Rodrigo Santucci - Possui mais de 20 anos de experiência na área médica e atualmente ocupa o cargo de Diretor de Relações Institucionais do Grupo Hemocentro São Lucas; Graduado em Medicina pela Universidade de Santo Amaro, especializou-se em Hematologia e Hemoterapia na Faculdade de Medicina do ABC e possui um MBA em Gestão em Saúde pela FGV; Sua prática abrange Pesquisas Clínicas e Educação Médica, com especialização em Transplante de Medula Óssea, Oncologia, Hematologia e Leucemia Linfoide Crônica.

O oncologista Rodrigo Santucci - Arquivo Pessoal