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O herpes-zóster, doença causada por um vírus, provoca dor intensa

Patrícia Rittes Publicado em 20/05/2014, às 12h21 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Saúde - Divulgação
Saúde - Divulgação

0não há relação entre o herpes-zóster e o herpes simples, que causa lesões na boca ou nos órgãos genitais. Indivíduos que têm herpes oral ou genital não estão, portanto, mais suscetíveis ao herpes-zóster, causado pelo varicelazóster, o mesmo vírus da catapora ou varicela.

Na maioria dos casos, o varicela-zóster infecta na infância e faz com que apareçam, pelo corpo todo, as vesículas vermelhas características da catapora ou varicela. Após alguns dias, essas pequenas bolhas cheias de líquido secam e a criança está curada da doença. O vírus, porém, “caminha” pelos nervos periféricos até os gânglios nervosos, podendo ficar incubado e latente pelo resto da vida.

Em cerca de 20% dessas pessoas, por razões ainda desconhecidas, esse vírus “dormente” volta a ficar ativo e a percorrer o nervo periférico, atingindo a pele em alguma parte do corpo, só de um lado, direito ou esquerdo. Essa doença unilateral aparece, portanto, em uma das pernas ou na metade do tronco, da cintura, do pescoço ou do rosto.

O primeiro sintoma do herpes-zóster é dor forte e incômoda na área atingida. O paciente pode ter também febre baixa. Depois de dois ou três dias com a dor, começam a surgir pequenas vesículas no local. Elas se fundem e formam uma lesão vermelha de aspecto feio, até secarem e se tornarem uma crosta.

A doença dura sete dias e, em geral, deixa uma mancha ou cicatriz. O tratamento é feito com doses altas de antiviral e, se necessário, anti-inflamatório. Recomenda-se também usar água boricada ou solução antibacteriana para evitar infecção. Como o vírus está ativo, é importante não deixar crianças nem adultos terem contato com a lesão. Não há o risco de se adquirir a doença pelas vias respiratórias.

O herpes-zóster ocorre uma única vez; mas, se o paciente não for diagnosticado e tratado no início, pode ter nevralgia pós-herpética, situação na qual a doença é curada, porém a dor continua intensa por tempo indefinido. É comum aparecer também na face, o que é perigoso, pois pode atingir o nervo oftálmico e comprometer a córnea. Nesses casos, o oftalmologista deverá acompanhar a evolução da doença. Pode ainda levar à paralisia facial, surdez e, se chegar às aurículas, provocar vertigens.

Para evitar complicações, é importante ficar atento se sentir dor forte em alguma região do corpo sem um motivo aparente, como uma queda. Após dois dias, se surgirem vesículas — no início podem aparecer em pequena quantidade — deve-se procurar um médico dermatologista.

O herpes-zóster é mais frequente em homens e mulheres com mais de 60 anos, que às vezes já estão com a imunidade em queda. Quando a doença aparece abaixo dessa idade, o médico precisa pesquisar doenças sistêmicas. Além de tratar o herpes, deve pedir hemograma para ver se há infecção, anemia, leucemia ou linfoma e também checar o diabetes.

Pacientes com o sistema imunológico comprometido, como portadores de HIV ou aids, transplantados ou medicados com imunodepressores ou que se tratam com quimioterápicos correm o risco de ter a doença disseminada pelo corpo. Precisarão, pois, ser internados para tratamento intensivo. Vale destacar que nos Estados Unidos já há vacina contra o herpes-zóster, indicada para pessoas acima de 60 anos. Infelizmente, custa caro e não existe previsão de lançamento no Brasil.