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Bem-estar e Saúde / TENDÊNCIA NO MUNDO

Gravidez de Gisele Bündchen aos 44 anos acende o debate sobre maternidade tardia

Nos últimos 12 anos, o número de mulheres que se tornaram mães na faixa etária de 40 anos, como a modelo Gisele Bündchen, cresceu 65,7%, segundo especialista

Redação CARAS Brasil Publicado em 31/10/2024, às 18h41 - Atualizado às 18h50

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Gisele Bündchen está grávida do terceiro filho aos 44 anos - Reprodução/Instagram
Gisele Bündchen está grávida do terceiro filho aos 44 anos - Reprodução/Instagram

O recente anúncio da gravidez da modelo Gisele Bündchen aos 44 anos acendeu o debate sobre a maternidade tardia. Assim como a modelo, outras celebridades como Sabrina Sato (43), Leandra Leal (42) e Andreia Horta (41) também optaram por ter filhos após os 40; o que coloca em evidência uma tendência crescente no Brasil e no mundo. Claudia Padilha, especialista em reprodução assistida, co-diretora médica do Grupo Huntington, detalha o assunto. 

Segundo dados do IBGE, o número de mulheres que se tornaram mães nesta fase da vida aumentou 65,7% em 12 anos. Em 2023, o número de óvulos congelados foi de 115 mil, segundo dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), da Anvisa. Neste cenário, os tratamentos de reprodução assistida, como a Fertilização in Vitro (FIV) e o congelamento de óvulos, podem ser poderosos aliados dos casais e das mulheres. 

Se no passado a FIV foi idealizada para mulheres com a laqueadura das tubas uterinas, hoje se aplica as mais variadas alterações, como problemas graves de ovulação, no aborto de repetição, nas mulheres com baixa reserva ovariana, entre outras. Em qualquer destas situações maximiza as chances de uma gravidez, por meio da correta recuperação e seleção de óvulos e espermatozóides.

O procedimento auxilia, ainda, os homens com baixa contagem de espermatozóides ou que passaram por cirurgia de vasectomia para evitar filhos e se arrependeram. Inclusive a FIV ajuda os casais homoafetivos ou mulheres que optam pela maternidade independente. “A FIV vem apresentando importantes avanços ao longo dos anos, auxiliando mulheres com dificuldades para engravidar e propiciando uma alternativa real para tratar seus problemas”, afirma Claudia Padilha. 

A FIV GARANTE 100% DE GRAVIDEZ?

De acordo com a especialista, embora seja a mais eficaz das técnicas de reprodução assistida disponíveis, não existe garantia de gravidez. “As taxas de sucesso são elevadas comparadas às chances naturais, mas ainda assim limitadas. Não há como falar em garantia”, informa.

Em uma mulher de até 34 anos, após três tratamentos de FIV, as chances de engravidar são as mesmas que uma mulher sem qualquer problema de fertilidade, na mesma faixa de idade, teria após um ano de tentativas. “Isto não significa que a paciente precisará repetir o procedimento três vezes, já que ela poderá engravidar na primeira tentativa. Mas é preciso ter em mente que a natureza necessita de várias tentativas mensais para alcançar uma gravidez. Em um ano tentando uma gravidez natural, seriam 12 ciclos menstruais e várias tentativas por ciclo”, explica a médica.

Cláudia destaca que a taxa de sucesso dependerá de diversos fatores, principalmente da idade materna, que afeta a qualidade e quantidade dos óvulos. Assim como a qualidade do sêmen, que também é reduzida nos homens com mais de 50 anos.

“Por isso não se pode demorar demais para buscar a ajuda de um especialista em reprodução assistida, quando o casal não consegue engravidar naturalmente”, diz a especialista. Nas mulheres de até 35 anos, pode-se tentar até um ano. Depois dessa idade, o aconselhado é procurar ajuda no máximo após seis meses de tentativas naturais”, diz.

IA AUMENTA CHANCES DE SUCESSO

O Grupo Huntington conta com a sua Inteligência Artificial, a MAIA (Modelo de Análise Inteligente Avançada), para aumentar as taxas de sucesso de FIV. Desde sua implementação, a MAIA já atendeu 980 pacientes, marcando o início de uma nova era na medicina reprodutiva no Brasil.

"Nossa IA é capaz de processar um volume massivo de dados com uma precisão e velocidade inigualáveis pelo olho humano", explica Mariana Nicolielo, coordenadora do laboratório de embriologia da Huntington. "Isso nos permite identificar com maior eficácia os embriões com maior potencial de gerar uma gestação bem-sucedida", continua.

A MAIA utiliza algoritmos de aprendizado profundo para analisar imagens de embriões capturadas por um sistema time-lapse de última geração. Esta tecnologia permite o monitoramento contínuo de até 240 embriões simultaneamente, registrando seu desenvolvimento a cada 10 minutos, sem necessidade de manipulação externa.

O que diferencia a IA da clínica é seu desenvolvimento 100% nacional e sua customização para a realidade brasileira. O sistema foi treinado com milhões de imagens do próprio banco de dados da Huntington, considerando as particularidades da população local e as diversas causas de infertilidade.

"O sistema é acoplado a incubadora embryoscope e foi desenvolvido ao longo de cinco anos de investimento em P&D. Diferentemente de outras soluções que buscam características e informações de outros países, a MAIA trabalha com dados próprios, por meio do rankeamento dos embriões coletados na Huntington. Isso a torna uma ferramenta de auxílio única para nossa equipe definir com maior eficácia qual embrião será utilizado", acrescenta Nicolielo.

CONGELAMENTO DE ÓVULOS

O congelamento de óvulos é outra técnica da medicina reprodutiva que ganhou evidência nos últimos anos e vem permitindo que as mulheres realizem o sonho da maternidade após os 40 anos. “Até os 30 anos, as mulheres apresentam seu pico de fertilidade. A partir desse período, ela começa a declinar gradualmente e se acentua após os 35 anos – e mais ainda depois dos 40”, detalha Cláudia Padilla, acrescentando que o congelamento de óvulos permite que seja possível ter filhos muitos anos depois do fim da idade fértil, por meio de técnicas de reprodução assistida como a FIV. 

Quanto mais nova for a mulher que fizer o procedimento, maior a quantidade e melhor a qualidade dos óvulos. “O congelamento de óvulos ajuda a aliviar o estresse que acomete muitas mulheres quando observam que seus relógios biológicos estão correndo. Optar pelo procedimento ‘paralisa’ esse relógio e proporciona que a mulher tenha as mesmas chances de engravidar no futuro considerando a idade em que fez o congelamento”, finaliza.

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