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Bem-estar e Saúde / DE OLHO NO FRIO

Dermatologista Luciana Maluf dá dicas de como cuidar da pele no inverno: 'Proteção e hidratação'

Em entrevista à TV CARAS, a dermatologista Luciana Maluf dá dicas de como cuidar da pele no inverno e elerta sobre o consumo de água

Luciana Maluf, Pietra Mesquita e Thaíse Ramos Publicado em 06/06/2024, às 14h41 - Atualizado às 17h49

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A dermatologista Luciana Maluf fala sobre pele no inverno - Reprodução/Instagram
A dermatologista Luciana Maluf fala sobre pele no inverno - Reprodução/Instagram

Com o inverno chegando, a pele precisa estar preparada para encará-lo de forma positiva. Você sabia que o frio pode provocar a desidratação e, consequentemente, uma tendência à descamação? Em entrevista à TV CARAS, a dermatologista Luciana Maluf explica quais cuidados são importantes tomar nesta época do ano para evitar pele muito ressecada e e elerta sobre o consumo de água. 

“O próprio frio bate na pele com uma certa agressão. E ele acaba tirando a nossa água. Bem ou mal, a água faz a união da pele, das células e tudo mais. Então, a gente começa a ficar com aquele aspecto craquelado, esbranquiçado porque além do frio, a gente acaba tomando um banho muito quente. E o banho quente, muito sabonete e muito tempo de banho, porque é gostoso, tira a nossa película de camada de oleosidade, que é importante para proteção, temperatura e hidratação da pele. Então, é muito mais importante, além do banho, lembrar de reidratar a pele por conta da água mais quente, banho mais demorado, mais sabonete. E a gente não toma tanta água quanto a gente toma no verão (...) Tudo envolve a água”, diz.

Quem tem pele oleosa, não deixa de ter também no frio, mas de acordo com Luciana, a oleosidade pode diminuir um pouco por conta da sazonalidade. “Porém, tem muitos fatores que aumentam a oleosidade. O próprio estresse, que aumenta a glândula sebácea e faz produzir mais óleo, que é o nosso sebo (...) Atualmente, existem no mercado, mesmo os manipulados, hidratantes para a pele oleosa. Eles hidratam a pele sem entupir os poros, dá um equilíbrio. E hoje, com o avanço da Medicina, da cosmetria, existem alguns hidratantes com os microbiomas próprios, os probióticos e prebióticos, tanto para ingerir tanto para aplicar. Isso ajuda a nossa flora de proteção contra agentes externos. Então, tem muita tecnologia hoje e você pode hidratar a pele sem ficar com ela melequenta”, conta.

“Ao contrário da pele madura, pele de pessoas com mais de 60 anos ou pós-menopausa, que é um processo contínuo de envelhecimento natural e hormonal, tendem a ter a pela mais ressecada, mais afinada, então precisa de uma hidratação e uma proteção mais robusta. E numa mesma pessoa, isso muda. Quando sou criança, tenho os meus produtos próprios para a pele. Na fase adulta, tenho período menstrual normal e hormonal, estou em outra fase, tenho a zona T mais oleosa. No geral, quem tem aquela pele mista. E quando estou na fase menopausa e pós-menopausa, com certeza, os meus produtos vão mudar. Preciso de hidratantes com um pouco mais de textura, para que me ajude a fazer um filme protetor do inverno, protetor da poluição e protetor solar, sempre”, emenda Luciana.

De acordo com Luciana, é a partir dos 30 anos que se inicia uma modificação na fisiologia, na função celular. “A gente começa a estabilizar na produção de colágeno até começar a lentificar. Por isso que a gente entra com produtos com colágeno, procedimentos que produzem colágeno, que ativam as células que produzem colágeno (...) Esses produtos são muito mais mirados na meia idade para frente do que para trás. Ao mesmo tempo, a parte jovem é muito virada para acne, aquela inflamação toda, então o perfil vai mudando e a necessidade de cada pessoa vai aumentando”, diz.

A dermatologista ainda explica como se deve cuidar dos lábios ressecados. “Na realidade, tudo que é creme, cosmético por definição, fica nas camadas mais superficiais da pele, não tem esse poder de penetração tão profunda; mesmo que a gente fale em nanotecnologia, que é uma tecnologia com partículas cada vez menores, para que penetrem um pouco mais. Mas isso não passa da derme, a parte mais superficial, tanto do lábio quanto do rosto. O lábio tem uma pele muito mais fininha do que a do rosto, então ele tem um poderzinho de penetração um pouco maior. Não por conta do produto, e sim pela anatomia, de ser mais fino mesmo”, destaca.

“Agora, no inverno, a gente pede pra esfoliar menos, porque na verdade, a gente precisa hidratar mais. Se você for esfoliar o corpo no banho ou os lábios, ou o rosto porque tem uma zona T, ou tem uma pele mais oleosa e acneica, não é contraindicado. Desde que depois você compense com skincare adequado, uma boa hidratação para repor essa película de gordura que você retirou e vai ter uma agressão maior, tanto do sol, da poluição, do ar frio e tudo mais. Se você mantiver esse equilíbrio, está tudo bem”, acrescenta Luciana.

A especialista revela que gosta de cuidar dos lábios com a tradicional manteiga de cacau. “Hoje eu sinto a necessidade de passar um protetor labial, uma manteiga de cacau, algo mais espesso, todas as noites. Ele fica na minha mesa de canto. Algumas manteigas de cacau têm hidratante emoliente, e essa textura mais amanteigada, faz uma película oleosa e não deixa você perder água e ressecar. Você acorda com o lábio hidratado, protegido e macio”, fala.

E continua: “Uma outra indicação, quando o lábio está muito ressecado, são os produtos injetáveis com ácido hialurônico, a gente consegue hidratar de uma forma mais profunda. E existem vários tipos de ácidos hialurônicos, desde os mais espessos, que é para volumizar muito, até os mais líquidos, para fazer uma hidratação mais profunda, sem precisar ganhar lábios”.

Luciana acrescenta ainda outras maneiras como as esfoliações mais profundas, ou ultrassom microfocado. “Que faz microponturinhas no lábio e você joga produtos chamados estéreis, mas que conseguem penetrar mais profundamente por conta dessa associação de procedimentos. Então, a gente pode usar o próprio ácido hialurônico, um produto chamado de PDRN, que vem das ovas do salmão, que são regeneradores, recuperadores de barreira, de cicatrizes (...) Eles também são aplicados para fortalecer essa barreira cutânea”, informa.

Muita gente tem o hábito do skincare. Questionada se existe uma forma ideal de seguir esses cuidados no inverno, a dermatologista comenta: “No geral, a gente acaba utilizando os hidratantes mais nesta época do ano. Até porque tem aquela diferença de estar muito frio lá fora e você tem a calefação dentro de casa, o ar condicionado quente. Então, resseca de igual forma. Precisa de uma hidratação não só mais intensa como mais frequente, 24 horas. Há casos que basta uma água termal, um sérum, que às vezes não é só com vitamina c, que é o antioxidante. O próprio veículo já dá uma hidratada. Então, você não precisa ter um creme, necessariamente, e ficar aplicando. Tem várias formas. E tomar muita água, a hidratação de dentro para a fora é extremamente importante”, finaliza. 

Luciana Maluf - Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da American Academy of Dermatology. Especialista em estética avançada, laserterapia e peles étnicas. CRM 113.699 / RQE 34.552.

Dermatologista Luciana Maluf dá dicas de como cuidar da pele no inverno: 'Proteção e hidratação'
Luciana Maluf fala sobre pele seca no inverno - Reprodução/TV CARAS