Doença caracterizada pelo crescimento anormal de células, o câncer pode ocorrer em qualquer órgão. Está associado à predisposição genética ou a fatores de agressão, como tabagismo, bebidas alcoólicas sobretudo em demasia, excesso de sol, poluição e alimentos prejudiciais à saúde, como os industriais. O câncer de estômago, ou gástrico, é o terceiro em incidência no homem no País — superado apenas pelo de pele e pelo de próstata — e o quinto mais comum na mulher.
Os dados são do Instituto Nacional do Câncer José Allencar Gomes da Silva (Inca), que descobriu também que o câncer de estômago se manifesta sobretudo a partir dos 50 anos. Cerca de 65% dos pacientes estão acima dessa idade e o pico de incidência se dá nos homens por volta dos 70 anos. O Japão, o Chile, a Colômbia e a Costa Rica são os países que têm o maior número de portadores.
Quando diagnosticado logo no início, é preciso destacar, a possibilidade de cura alcança 98%. Este número cai para 25% se descoberto só no estado avançado, quando a pessoa já sente dores abdominais e sensação de estômago muito cheio sempre que come, além de vômitos e perda de peso.
Os tumores em geral aparecem na mucosa gástrica — tecido pregueado que reveste o estômago — sobretudo do antro, parte final do órgão, na qual ocorre mais acúmulo de alimentos. A situação se agrava quando eles penetram o interior do órgão e as células cancerígenas atingem tecidos compostos por vasos sanguíneos e migram para outros órgãos, como fígado, o que é chamado metástase.
Na fase inicial da doença, em geral não há sintomas. Isso faz com que só 10% dos casos sejam diagnosticados precocemente no Brasil. Para melhorar essa porcentagem, é fundamental que todos os adultos a partir de 50 anos façam endoscopia mesmo sem sintomas. Esse exame é feito com anestesia geral e não causa dor. Só quando há alguma suspeita se faz biópsia. Pessoas com histórico familiar — pais e/ou irmãos com esse tipo de câncer — devem prevenir-se a partir dos 40 anos. Hoje já há testes genéticos para detectar se uma família apresenta predisposição para a doença.
O câncer gástrico é raro em crianças e em jovens, mas pessoas de qualquer idade devem procurar um médico se a azia ou a dor de estômago persistir. Quando diagnosticado o câncer, o tratamento é sempre cirúrgico. Mesmo nos casos precoces é necessário retirar a porção atingida. Em casos avançados, retira-se todo o estômago e o intestino é ligado diretamente ao esôfago. Isso faz com que a pessoa possa comer normalmente, tendo apenas o cuidado de mastigar com atenção e lentamente, porque a digestão começa na boca. É necessário também ingerir alimentos em pequenas quantidades e, claro, várias vezes ao dia. A radioterapia e a quimioterapia são indicadas depois do tratamento cirúrgico nos casos de lesão avançada.
Além do diagnóstico precoce por endoscopia, para se evitar esse câncer é recomendável ter hábitos alimentares saudáveis, evitando principalmente o consumo de alimentos muito salgados e condimentados e também dos embutidos e/ou conservados em sal. O ideal é uma dieta balanceada, com legumes, frutas e carnes magras e acrescentar alimentos ricos em fibras, que protegem o aparelho digestivo. O cigarro e as bebidas alcoólicas, finalmente, agridem a mucosa do estômago e também devem ser evitados.