Chama-se aneurisma à dilatação anormal, permanente e irreversível de uma artéria. Os aneurismas podem ser congênitos ou adquiridos. Os congênitos são mais comuns nas artérias cerebrais e os adquiridos ocorrem mais na aorta abdominal, abaixo dos rins. A aorta nasce no coração, atravessa o tórax, o abdome e a bacia, onde se divide em duas, que irrigam os membros inferiores com o nome de artérias ilíacas e femorais.
A aorta abdominal mede 2 a 2,5 centímetros de diâmetro e se atingir um diâmetro transversal maior do que 3,5 a 4 centímetros passa a ser considerada aneurismática. Os aneurismas com diâmetro menor que 5 centímetros têm risco de rotura de 3% ao ano e os maiores de 5 centímetros apresentam risco anual de 8% de rotura.
A doença é 10 vezes mais comum em homens. Estima-se que 2% da população com mais de 50 anos e 5% com mais de 70 anos possuem aneurisma de aorta. Por volta de 90% dos casos ocorrem abaixo das artérias renais e 20% dos portadores têm histórico da doença na família.
A principal causa do aneurisma da aorta é a aterosclerose, especialmente em indivíduos com altos índices de colesterol no sangue, hipertensos e fumantes. Os três fatores favorecem a inflamação das paredes das artérias, a deposição de gordura e a formação da placa, com a consequente fragilização da parede e o risco de o aneurisma se romper.
Cerca de 75% dos aneurismas não apresentam sintomas. Os sintomas, presentes em apenas 25% dos casos, são inespecíficos: dores abdominais e nas costas e sensação de que o coração está pulsando na barriga. Muitas vezes, entretanto, eles só aparecem quando o aneurisma se rompe e causa hemorragia, que em mais de 70% dos casos leva ao óbito. O grande físico alemão Albert Einstein (1879-1955), por exemplo, faleceu em consequência de um aneurisma.
Pessoas que têm casos na família devem consultar um médico semestralmente a partir dos 50 anos e fazer check-up. Os aneurismas são diagnosticados com exame clínico, por meio do qual se constata uma pulsação anormal no abdome, ultrassom e tomografia.
Nos aneurismas menores do que 5 centímetros de diâmetro recomenda-se controle a cada seis meses. Devem ser utilizados remédios, controlar a pressão e parar de fumar. Sabe-se, porém, que 80% têm tendência a aumentar e só 20% se estabilizam. Os maiores de 5 centímetros de diâmetro, ou que crescem mais do que 1 centímetro ao ano, devem ser tratados com cirurgia ou a colocação de stents.
Até 1990 realizava-se cirurgia convencional, em que se fazia um grande corte no abdome do paciente e se colocava uma prótese para substituir e eliminar a dilatação da aorta. Hoje o método mais empregado é a correção endovascular. Consiste em introduzir um cateter com stent de metal revestido de tecido pela artéria femoral do paciente. O stent é levado até o local dilatado, onde é liberado e exclui a dilatação. O sangue, então, passa a correr pelo interior do stent.
O tratamento endovascular tem cobertura dos melhores planos de saúde. É muito menos invasivo do que a cirurgia convencional. É realizado com anestesia geral, peridural ou raquidiana. Na cirurgia convencional, o paciente ficava em média 12 dias internado. Pelo procedimento com stent, em dois a três dias tem alta hospitalar. Uma semana depois em geral pode ir retomando suas atividades.