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Irã atrai e fascina Gloria Maria: "Me senti integrada"

A hospitalidade, a culinária e os cenários conquistam jornalista

Natalia Leal Publicado em 08/09/2017, às 08h17

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Gloria registrou as riquezas e belezas do país para o Globo Repórter - Globo/Divulgação
Gloria registrou as riquezas e belezas do país para o Globo Repórter - Globo/Divulgação

Em um programa especial do Globo Repórter, no ar a partir de sexta-feira, 8, Gloria Maria desembarcou no Irã para desvendar os enigmas de um dos países mais controversos do mundo. Ao contrário do que imaginava, a jornalista, que já explorou outros destinos muçulmanos, logo se encantou com a hospitalidade com que foi recebida. “A gente pensa em um lugar devastado, mas por incrível que pareça, o Irã é um país que tem pessoas maravilhosas, cheias de gentileza e alegria. É como entrar em um livro de história de 5000 anos atrás”, conta ela, que, durante o passeio, explorou as ruínas de Persépolis, consideradas patrimônio da humanidade pela Unesco, e visitou um jardim em Isfahan, cidade localizada na região central do país.

A culinária local foi um capítulo à parte. Segundo Gloria, no Irã comem-se pratos cinco vezes mais baratos do que no Brasil. “Provei tudo! A comida é maravilhosa. Tem muitos grãos, frutas deliciosas. O país é surpreendentemente moderno, com restaurantes sensacionais”, entrega ela, deslumbrada.

Durante a viagem, a ex-apresentadora do Fantástico também descobriu curiosidades sobre o povo iraniano, com quem conviveu por um tempo. “Uma coisa interessante é que eles fazem questão de dizer que não são árabes, são persas”, explica ela. Entre os impactos culturais da viagem, Gloria destaca a experiência inesquecível de ter entrado em uma mesquita pela primeira vez. “Já estive em inúmeras nações muçulmanas e, pela primeira vez, consegui entrar em uma mesquita ao lado das mulheres. Às vezes, mesmo fazendo parte da cultura, só os homens podem ter acesso. Surpreendentemente, no Irã me autorizaram. Tive a oportunidade de acompanhar as orações ao lado delas, que me ajudaram, ficaram comigo e disseram o que eu tinha que fazer. Tudo com uma gentileza que eu não via havia muito tempo no mundo”, recorda ela, que também não pôde deixar de incluir o respeito ao próximo na lista de surpresas. “Foi o primeiro lugar no mundo onde não fui discriminada por ser negra. Me senti integrada. Para eles, todos são iguais”, avalia a jornalista, considerada uma referência na luta contra o preconceito racial.

Observadora, Gloria ficou admirada ao perceber que as mulheres têm um tratamento mais livre do que se imagina. De acordo com ela, as iranianas solteiras têm liberdade para fazerem o que quiserem. Caso estejam casadas, precisam ter a permissão dos maridos para alguns detalhes, como planos para viajar, por exemplo. “Elas se divertem, não são proibidas de levar suas vidas. Estudam, são grandes arquitetas. Não vi rigor ou dureza em toda a viagem”, revela.

Apesar de estar em um país próximo à Síria e ao Iraque, onde a violência de grupos extremistas aterroriza os noticiários mundo afora, ela diz que em nenhum momento se sentiu ameaçada. “Não chegamos perto da fronteira, ali é bem perigoso. Por incrível que pareça, o Irã não tem nenhum reflexo de estar perto de um país em guerra. É tranquilo, seguro e pacífico. Tem muitos jardins secretos, lugares belíssimos.”

Mãe de Maria (9) e Laura (8), Gloria se mantém próxima das meninas, mesmo com a rotina atribulada. A internet tem papel fundamental nesta missão. “Mostro tudo para elas por Facetime. Participam muito da minha vida profissional, estão sempre presentes”, explica ela.