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Walcyr Carrasco fala sobre protagonista anã: "Não vou maquiar a realidade"

O autor contou que a personagem será rejeitada pela própria mãe

CARAS Digital Publicado em 06/03/2017, às 13h49 - Atualizado às 13h53

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Walcyr Carrasco relembra 1° beijo gay da Globo - Globo Luiz C. Ribeiro
Walcyr Carrasco relembra 1° beijo gay da Globo - Globo Luiz C. Ribeiro

Walcyr Carrasco usou as redes sociais para falar sobre uma das protagonistas de sua próxima novela. Será escolhida uma atriz anã para o papel, cuja mãe será interpretada por Marieta Severo.

"Entre as protagonistas de minha próxima novela há uma anã. Desculpem-­me, uma jovem de baixa estatura. Mas, na história, a própria mãe não gosta dela. Para denunciar o que essas pessoas passam – inclusive a falta de banheiros adaptados em restaurantes – tenho de mostrar a parte ruim. Senão, escreverei um conto de fadas falso, como aquele em que Chapeuzinho fica amiga do Lobo", escreveu o autor.

A novela substituirá A Força do Querer, de Glória Perez, no horário das nove. "Muito bem, podem me apedrejar. Vou falar de tudo isso sim, incluindo preconceito racial. Não vou maquiar a realidade como o politicamente burro faz. É levantando os problemas que se constrói uma nova visão", completou Walcyr.

Escrever para o grande público é correr o risco de ser linchado sempre pelo politicamente irado. Outro dia estava no aeroporto. Fui ao banheiro. Lá estava, numa portinha: “Para pessoas de baixa estatura”. Correto. A palavra anão é proibida pelo politicamente chato. Por que, não sei. Trocar o modo de falar aumenta a estatura? Não aumenta. Falar em afrodescendente muda o tom da pele? Não muda. O que muda é a maneira como se fala. O contexto em que a frase é usada, seu significado maior. A patrulha do politicamente chato só atrapalha, porque as coisas continuam como são. ??? A portinha do toalete me fez pensar. Entre as protagonistas de minha próxima novela há uma anã. Desculpem-­me, uma jovem de baixa estatura. Mas, na história, a própria mãe não gosta dela. Para denunciar o que essas pessoas passam – inclusive a falta de banheiros adaptados em restaurantes – tenho de mostrar a parte ruim. Senão, escreverei um conto de fadas falso, como aquele em que Chapeuzinho fica amiga do Lobo. ??? Muito bem, podem me apedrejar. Vou falar de tudo isso sim, incluindo preconceito racial. Não vou maquiar a realidade como o politicamente burro faz. É levantando os problemas que se constrói uma nova visão. Não pulo Carnaval. Mas adoraria ter entrado num bloco só para cantar “Olha a cabeleira do Zezé”. ??? PUBLICADO ORIGINALMENTE NA @revistaepoca #cronica #walcyrcarrasco #politicamentecorreto

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