A influenciadora e psicóloga Pequena Lo promove o debate sobre a saúde mental e a importância do autocuidado para estabelecer limites
A influenciadora digital e psicóloga Pequena Lo destacou a importância do cuidado com a saúde mental e a necessidade do estabelecimento de limites em entrevista ao PodSempre. Com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, a apresentadora de 28 anos de idade é responsável pela criação de vídeos de humor nas plataformas digitais, mas nem sempre tudo girou em torno de risadas.
Em conversa com a apresentadora Juju Oliveira, Lo relatou um episódio de burnout e a experiência com a fama repentina.
Natural de Araxá, em Minas Gerais, Lo começou sua trajetória nas redes sociais em 2015, junto com a faculdade de psicologia. Na época, seus conteúdos abordavam, despretensiosamente, sua vivência como pessoa com deficiência e os episódios capacitistas.
Com a chegada do Tiktok, adaptou o conteúdo para caber no formato da plataforma e adicionou uma pitada de humor. Foi a receita de sucesso para que, em 2020, seu primeiro vídeo viralizasse na rede social.
O momento coincidiu com o término da faculdade e com isso, Lo precisou decidir entre iniciar sua carreira profissional, com atendimentos online, ou gravar mais conteúdos. Ao se dedicar à internet, Lo conquistou uma legião de fãs. Com um alcance cada vez maior, atingiu conquistas que tinha em mente e até mesmo que não imaginava atingir. A influenciadora também contou que divide os frutos desse sucesso com os mais próximos. “Nunca foi só pra mim. Sempre foi para os meus pais, para meus avós e para os amigos também”, disse.
Tamanho sucesso trouxe uma cobrança extra para que Lo produzisse mais conteúdos, que demandavam de sua criatividade. A psicóloga revela que a chave para fomentar esse quesito é estar com a terapia em dia. “Eu faço muita terapia para me ajudar a ter a saúde mental boa. Se eu não tiver, eu não tenho criatividade”, destacou. Mas não foi sempre assim, pois no começo da carreira como influenciadora, passou por episódios de esgotamento mental, que acarretaram problemas ainda maiores.
Lô relatou um episódio em que estava em um salão de beleza e começou a passar mal, com sensação de desmaio, mesmo se alimentando corretamente e com todos os exames com resultados sem alteração.
“Eu vi que era minha saúde mental falando que meu corpo não ia mais dar conta. A gente fica muito sobrecarregado, tem essa pressão de ter que postar todo dia. Tenho que manter isso, mas tem dia que eu não consigo gravar e fico me cobrando, até que meu corpo respondeu com burnout, crise de ansiedade, de pânico e síndrome do impostor. Eu consegui ver que não estava bem. É algo que não consigo explicar. Eu senti que eu entrei em um buraco. Fiquei muito angustiada, chorava do nada”, relatou.
Foi então que buscou ajuda profissional e contou com o apoio da família, que ainda desempenha o papel de rede de apoio, essencial para essa melhora. A profissional da saúde pontua que essa condição não tem cura e precisa de uma atenção constante e ressalta a importância do autocuidado. “O problema é que nunca achamos que vai acontecer com a gente. Além disso, tem o fator da negação, de achar que é cansaço. Hoje em dia eu entendo meu limite, até onde eu posso ir. E quando vejo que não estou bem novamente, tiro uns dias para me cuidar”. Em momentos como este, ela exemplifica que o ideal é fazer coisas que gosta e passar um tempo de qualidade com amigos e família.
Com a saúde mental em dia, hoje Lo entende seus limites e como lidar com a fama. “Eu entendi que as pessoas falam mais delas do que de mim. Às vezes é algo que ela está incomodada porque ela não tem e vem jogar em cima de mim. Mas isso é uma frustração dela”, exemplificou.
Para os que estão passando ou que conhecem alguém que esteja passando por alguma situação parecida, de burnout, ou que tenha qualquer sintoma de esgotamento mental, a influenciadora e psicóloga sinaliza que é preciso pedir ajuda.
“A gente acha que vai conseguir enfrentar sozinho, até o corpo falar que não é bem assim. Isso é ignorância e egoísmo. Sempre tem uma pessoa que vai entender seu lado e vai te ajudar. O mundo estaria melhor se todas as pessoas fizessem terapia, mas sabemos que nem toda terapia é acessível e ainda há muito preconceito. Por isso, buscar ajuda e ter uma rede de apoio é essencial. Não precisa ser grande, basta um amigo ou parente que você confia”, encerrou.
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