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Resgate das raízes da atriz Úrsula Corona

Bisneta de cacique, ela abraça cultura indígena no desfile Cunha Porã

CARAS Digital Publicado em 28/11/2015, às 19h18 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Úrsula Corona - Leandra Benjamin
Úrsula Corona - Leandra Benjamin

No Tocantins para trabalhar em um documentário que está coproduzindo sobre os índios do estado, a atriz Úrsula Corona(33) viveu uma experiência única durante a realização dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, JMPI, em Palmas. Ela participou de um desfile de moda indígena, o Cunha Porã, com integrantes da etnia Pataxó, do sul da Bahia. A princípio, Úrsula foi chamada apenas para ser cantora no desfile. Uma produtora, no entanto, pediu à estilista Mila Alves (22), nome artístico da pataxó Ludmila, que criasse um figurino exclusivo para sua performance. E a atriz acabou sendo requisitada também para engrossar o grupo de modelos a se apresentarem com os trajes desenhados pela estilista, que foi convidada a participar do São Paulo Fashion Week em 2016. “Fui aos Jogos dos Povos Indígenas a convite de Carlos e Marcos Terena, idealizadores desse projeto, que terá sua próxima edição no Canadá daqui a dois anos. No evento, pude conhecer o lado artístico da Mila. E o trabalho dela é diferente de tudo que já vi. Mila é lúdica na roupa, que ganha cor, vida e sensualidade. Ela consegue mostrar a beleza feminina sem ter de apelar. Eu me encantei com sua arte e nós acabamos realizando este ensaio fotográfico. Foi bem bacana, elas me chamaram de índia branca, o que é um grande elogio. Me vestiram e me pintaram. Foi um encontro muito espiritual”, ressaltou ela. “Aqui eu aprendi bastante, me sinto mais forte para o mundo desse jeito que está, onde o egoísmo, a vaidade e o ego são muito grandes” completou. A ligação de Úrsula com os povos indígenas vem de longe. A atriz é bisneta de índios pelo lado materno. Seu bisavô Boró era cacique da etnia Funiô, de Pernambuco, e o avô Augusto, que morreu no ano passado aos 98 anos de idade, foi a primeira pessoa da família a deixar a tribo e ir para a cidade. “A cultura indígena sempre foi presente na minha vida, tanto que não costumo tomar remédio algum. Quando estou gripada, prefiro beber um chá feito com gengibre, cebola, alho, mel e limão. É assim que me curo, é tudo pela natureza”, contou ela, que visitou a tribo dos índios Funiô pela primeira vez há oito anos e meio. “Ali foi o início de um novo olhar meu para a vida como um todo, para os valores de tudo, desde a profissão ao meu lado pessoal, da minha relação com a natureza”, contou ela, que, pela parte paterna, é descendente de espanhóis. Profissionalmente, Úrsula não para. No canal pago SporTV, por exemplo, ela tem feito aparições pontuais. A mais recente aconteceu cobrindo os jogos indígenas para o programa Extraordinários. Nos próximos dias, a atriz inicia as filmagens de sua participação no longa­metragem sobre a vida do cantor Erasmo Carlos (74). E, em breve, deve voltar à TV, mas ainda não pode falar do trabalho. Juntamente com Marco Altberg (62), com quem realiza o documentário sobre os índios, pretende transformar a produção em série para ser exibida no Brasil e no exterior.