Rosanne Svartman, autora de Vai na Fé, conversou com a CARAS Brasil durante lançamento de seu novo livro sobre o futuro da telenovela
Rosanne Svartman (53) revelou inspiração em Big Brother Brasil para a construção de personagens de Vai na Fé,sua atual telenovela, no ar às 19h na Globo. A autora de folhetins conversou com a CARAS Brasil na noite da última quarta, 19, durante o lançamento de seu livro A telenovela e o futuro da televisão brasileira, em São Paulo (SP).
De acordo com a novelista, a trama protagonizada por Sheron Menezzes (39) e Samuel de Assis (41) teve como um de seus pilares a função de mostrar que "as pessoas não são uma coisa só". "Apesar da gente ter uma percepção de que o mundo está cada vez mais polarizado, as pessoas não deixaram de ser contraditórias, não deixaram de ter camadas e esse é um dos pilares de 'Vai na Fé' e eu comecei a observar isso até vendo BBB", afirma Rosane.
A autora se lembra, por exemplo, de ter observado o desempenho de participantes do reality show como Gil do Vigor (32), Juliette Freire (33), Pocah (28) e Camilla de Lucas (28). "Era um BBB em que as pessoas podiam cantar louvor e depois dançar numa festa, mostrando dentro daquele aquário que as pessoas são múltiplas e que são contraditorias, que são humanas", avalia a dramaturga, que neste sentido acabou concebendo personagens como Sol, "uma mulher de fé, mãe de família, mas que tambem sobe num palco, dança, mente e é profundamente humana".
A menos de um mês do último capítulo, Vai na Fé chega na reta final com a sensação de dever cumprido. Até o momento, a novela, dirigida por Paulo Silvestrini, acumula uma média parcial de 23 pontos de audiência no Ibope, contra 20,7 de média geral de sua antecessora, Cara e Coragem.
Nos últimos capítulos, entretanto, o folhetim de Rosanne Svartman tem atingindo índices de 28 pontos a 30 pontos, ultrapassando até mesmo capítulos de Terra e Paixão, atual novela das nove, principal produto da emissora.
Apesar de todas as evidências, Rosanne Svartman ainda acha difícil avaliar o "segredo" de sua atual trama. Para ela, o trabalho do novelista consiste em criar uma conexão com a sociedade. "Faz parte do escopo do trabalho do criador ao longo dos 70 anos de telenovela essa conexão com a sociedade, com o público. Então não é uma coisa específica da novela que eu faço, acho que todas as novelas que vão ao ar, mesmo as que não tem essa conexão, acabam sofrendo ajustes para ter esta conexão pelo modelo comercial de uma telenovela e da TV que justamente depende da audiência né? Então o que eu acho importante é que é uma troca e um diálogo e não é depositário né", conclui a novelista, que prefere generalizar a fórmula. "Não é um mérito meu, é dos autores".