Em entrevista à TV CARAS, Raphael Montes fala sobre desejo antigo de assinar novela e revela que já foi colaborar fantasma em trama da Globo
Raphael Montes (34), autor de diversos sucessos literários e da aclamada série Bom Dia, Verônica, acrescenta um novo trabalho elogiado ao currículo: a novela original da Max, Beleza Fatal. Assunto do momento entre os noveleiros, a trama conquistou os espectadores e já marcou o jeito tradicional de fazer e distribuir as novelas nacionais. Em entrevista à TV CARAS, ele relembra começo como roteirista de séries na Globo: "Sempre quis fazer novela", revela.
Raphael Montes não esconde que sempre teve um sonho na carreira de autor: escrever novelas. Recentemente, ele conquistou esse objetivo com Beleza Fatal, novela da Max que inovou na forma de contar histórias e conquistar o público. Antes disso, sua trajetória no universo da teledramaturgia teve desafios, reviravoltas e até mesmo uma participação nos bastidores de uma grande produção da TV Globo que nunca foi oficialmente creditada.
"Um belo dia, a TV Globo me chama para trabalhar lá como roteirista júnior. Entrei ganhando um salário pequeno, ou seja, bem assim, começo de carreira mesmo. Eu tinha uns 24 anos", relembra sobre o início da carreira na Globo, maior emissora do país.
Mesmo trabalhando em séries, ele fazia questão de deixar claro que seu objetivo era escrever novelas. Foi sua insistência que o levou a se aproximar das pessoas certas e a buscar oportunidades que não estavam disponíveis para ele naquele momento: "Um belo dia, eu falo: 'Eu tô aqui contratado pra fazer essa série, mas eu quero fazer novela.'"
Seu entusiasmo chegou aos ouvidos de João Emanuel Carneiro (55), que já estava preparando A Regra do Jogo. O autor de sucessos como Avenida Brasil mostrou interesse em trabalhar com Raphael, mas havia um obstáculo: uma regra recém-implementada por Silvio de Abreu (82) limitava o número de colaboradores.
"O João já tinha quatro colaboradores contratados: Alessandro Marson, Thereza Falcão e Antônio Prata. Só podia ter três. Ele falou: 'Eu adoraria te contratar, mas não tem como.'"
Determinado a encontrar uma solução, Raphael conta que a única forma de quebrar a regra era conseguir a aprovação de Mônica Albuquerque, então executiva da área de desenvolvimento da TV Globo. Ele tomou a iniciativa de abordá-la diretamente:
"Procurei no Google 'Mônica Albuquerque' e achei a carinha de Mônica. Um belo dia, fui para uma reunião na TV Globo e, quem passa na minha frente? Mônica Albuquerque", lembra com bom humor.
"Falei: 'Mônica, você não me conhece, eu sou um autor de 24 anos, tô aqui fazendo uma série, mas eu sempre quis fazer novela. E o João Emanuel quer que eu faça a novela dele, que vai estrear. E eu custo nada pra vocês, eu sou muito barato pra vocês. Então, por favor, dá um jeito e me coloca na novela'".
Mesmo sem ser oficialmente creditado, Raphael passou a acompanhar de perto o processo criativo de A Regra do Jogo. "Quando eu entrei, a novela já tinha 20 capítulos escritos. Então, em vez de eu ficar em casa esperando as cenas chegarem, eu ia pra casa do João ver ele abrir as escaletas e a gente conversava sobre a novela."
Esse período foi um grande aprendizado para o autor, que pôde observar de perto a construção de uma trama televisiva e entender a dinâmica da equipe de roteiristas. Depois dessa experiência, Raphael Montes consolidou sua carreira como roteirista e, finalmente, viu seu sonho de escrever uma novela se concretizar com Beleza Fatal.
Ver essa foto no Instagram
Leia também: Luluh Pavarin, de Beleza Fatal, opina sobre futuro de novelas no streaming: 'Veio para ficar'