Falta de representatividade e insegurança são alguns dos motivos citados por Lázaro Ramos
O ator Lázaro Ramos falou sobre as dificuldades de atuar em um mercado em que ele acredita que ainda está "atrasado" em relação à representatividade negra.
Durante entrevista ao ator Miguel Ângelo, o novo contratado da Prime Video falou sobre seu desânimo com a profissão. “Todo dia [penso em desistir], até hoje ainda. E por vários motivos. Tem dias em que é pela falta de oportunidades, houve momentos assim, mas em outros dias é por insegurança ou pela sensação de que não vou conseguir realizar os sonhos que ainda tenho“, confessou,
Ele afirmou que ao entrar em cena e começar a realizar o trabalho, ele se lembra porque escolheu tal carreira e segue em frente. “É o motor e a vitamina para mim, porque tenho muito prazer nesse trabalho e estou disposto a lutar durante toda a minha vida para continuar fazendo-o, sabe? Isso é uma das coisas maravilhosas da nossa profissão”,
“Quando você está em cena e encontra alegria e prazer em fazer o que ama, isso se torna o combustível para seguir em frente", explicou.
“É uma pena que o mercado esteja atrasado, mas quando finalmente eles passam a enxergar a gente [atores negros], podemos nos unir e criar obras como ‘Medida Provisória’ [filme dirigido por ele]. Isso é muito importante para mim. Em tudo o que eu fizer, a capacidade e a qualidade dessas pessoas incríveis que temos em nosso país serão reconhecidas“, disse o marido de Taís Araújo.
O primeiro longa dirigido pelo ator e lançado ano passado tem a seguinte sinopse: "O governo brasileiro decreta uma medida que obriga os cidadãos negros a voltarem ao continente Africano, como forma de reparar os tempos de escravidão. A partir desse conflito e da história de amor vivida entre o advogado Antônio (Alfred Enoch) e a médica Capitu (Taís Araújo), o enredo mostra como o movimento Afrobunker vai lutar pelo direito dos cidadãos de permanecerem em seu país".