Em casa, ele fala de vida simples e herança artística da família
A casa que pertence à sua família desde os anos 1990, na zona oeste do Rio, é o reduto escolhido pelo ator Daniel Blanco (22) para viver em contato com a natureza. “Já tentei morar longe daqui uns anos atrás, mas sinto falta do ar puro, da tranquilidade deste lugar”, conta o intérprete de Fabinho em Totalmente Demais. Neto de um dos maiores ícones da Bossa Nova, Billy Blanco (1924-2011), ele cresceu no meio artístico, mas demorou um tempo até descobrir seu talento pelas artes.
Antes de estrear em Malhação, em 2012, foi jogador de futebol. “Investi no esporte. Fiquei três meses no Flamengo, fazendo teste na equipe dos federados, e fui dispensado. Mas não me abalei. Já tinha uma paixão escondida e queria ingressar nessa vida da atuação e da música. Entrei para uma agência e foi assim que tudo começou”, lembra Daniel, que também contou com o incentivo dos irmãos, os atores e cantores Pedro Sol (30), Lua Blanco (29), Ana Terra (25), Estrela (23) e Marisol (21), para dar essa guinada na escolha da carreira há sete anos.
Com quem divide a casa?
Com a minha mãe, Maria Claudia. Marisol vem para cá nos fins de semana. Os outros irmãos também aparecem por aqui. Tenho um carinho grande por esta casa. Nasci no Peru, morei um tempo em São Paulo e depois nós viemos para cá, em 1996. A história da minha vida quase inteira é aqui. E nós cuidamos desse lugar com apreço.
Você está solteiro, mas a futura namorada precisa gostar tanto de natureza quanto você?
Se não for o estilo de vida da menina, acho que vai ser mais complicado porque prefiro ir a uma cachoeira a uma noitada. Mas também acredito na adaptação das diferenças na relação.
E tem vontade de envelhecer no meio do mato?
Ah, com certeza. Só não sei se será nesta casa. Quero poder plantar a minha comida. Estou descobrindo o mundo orgânico. Aqui nós já temos uma pequena hortinha. Gosto muito de mexer na terra, de pegar na enxada. É uma verdadeira terapia para mim, me deixa relaxado.
A enxada é sua malhação?
Não deixa de ser. Curto mexer com plantação. Mas também faço muitos esportes ao ar livre, como corridas e trilhas. Estou sempre em movimento.
O personagem Fabinho foi um presente, não é?
Com certeza, é muito parecido comigo. E ele ainda gosta de natureza como eu.
Para ser ator, você precisou abdicar de alguma coisa na vida?
Ganhei uma bolsa na faculdade de música, mas não consegui conciliar com o início das gravações de Malhação. Mas não me arrependo.
Com a fama, ainda consegue manter uma rotina normal?
Pego ônibus até hoje. Não é sempre que as pessoas me abordam, não. Tenho uma vida simples. Estou correndo atrás como qualquer trabalhador.
Quem mais o influenciou?
Não teve uma pessoa em especial. Foi a convivência mesmo com o meu avô, com o meu pai, o músico Billy Blanco Jr.. Nós nos juntávamos e fazíamos shows. Toco instrumentos desde os sete anos. No fundo, sempre gostei desse universo. Na infância, brincava com a Marisol de interpretar personagens de Star Wars.
Todos os irmãos viraram artistas. São competitivos?
Há 100% de cumplicidade entre nós. Damos força um para o outro. É uma parceria muito boa, principalmente com o apoio dos nossos pais, que nos criaram para buscar os sonhos, mesmo que haja um certo sacrifício para isso ao longo da vida.
O que fará após a novela?
Acho que teatro, quero viajar pelo Brasil. Também estou gravando clipes com amigos, como o ator Guilherme Leicam. Fazemos a maior bagunça e depois postamos a música na internet. As fãs pedem e adoram quando fazemos isso. Acho muito legal essa troca. É muito egoísmo de alguns atores não se preocuparem com quem acompanha o seu trabalho. Nós somos iguais! Eu gosto de fazer essa aproximação.