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Rainha do merchandising, Catia Fonseca nunca viajou de primeira classe e adora bolacha de submarca

Flávia Faccini Publicado em 10/04/2014, às 09h14 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Cátia Fonseca - TV Gazeta / Divulgação
Cátia Fonseca - TV Gazeta / Divulgação

Após uma maratona de quatro horas no ar, Catia Fonsecaapresentadora do programa Mulheres, do canal Gazeta, recebeu a equipe de CARAS Digital para falar sobre a sua vida pessoal, os rumos de sua trajetória profissional e o merecido título de rainha do merchandising - são 21 inserções comerciais diárias.

Aos 45 anos, mãe de dois rapazes de 24 e 19 anos, do seu casamento com o jornalista Dafnis da Fonseca, Catia usou a mesma naturalidade com que conversa com seu público há 12 anos, de segunda a sexta, para falar sobre os rumores de que teria sido sondada pela Record, o fim do casamento de 25 anos e o namoro com o diretor de seu programa, Rodrigo Riccó.

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Franca e direta, a apresentadora falou inclusive sobre a relação com sua hoje inseparável parceira de programa, Mamma Bruschetta, quando ingressou na Gazeta. "Eu cheguei e falei que não queria ela mesmo no programa. Ela era muito amarga, muito mesmo. Era maldosa. A Mamma era terrível, arrancava as pessoas do armário, não tinha muito a ver comigo", contou.

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Leia abaixo os melhores trechos da entrevista:

- Qual é a avaliação que você faz dos 12 anos do Mulheres e que futuro planeja para o programa?

Não fico fazendo planos, porque quando faço muitos planos e não dá certo, fico frustrada. Não tenho esse sonho de fazer um programa à noite ou de fim de semana. Se vier, legal, mas não fico projetando, não é o meu objetivo de vida deixar de fazer algo como eu faço hoje. Não conseguiria fazer um telejornal, parada, que era o que queria no início da minha carreira. Gosto da correira, do fato de algumas vezes dar errado. A gente entra no ar, mas o que vai acontecer é um mistério. Além disso, se você perguntar se eu gosto de tudo que tem no programa, vou te responder: não. Mas na minha casa escolho tudo que gosto. Quem tem que gostar do programa é quem assiste, e se eles quiserem que eu mude tudo, eu mudo.

- Tem medo de um dia estar fora da TV?

Não sou de ter medo de certas coisas. Às vezes as pessoas me perguntam: 'Ai, e se você sair da televisão?'. Ora, se eu sair da televisão vou vender coxinha na estação ferroviária, isso aqui não é minha vida. Eu amo TV, mas minha vida é mais ampla do que isso.

- Guarda algum arrependimento na condução do programa?

Arrependimento a gente sempre tem, até de ontem. Eu falo demais. Outro dia falei da Bianca Rinaldi, que ela estava com a boca estranha, ela não curtiu. É que estava estranha a boca mesmo, ficou alta, acho que ela fez botox. Mas gente, eu fiz botox, qual é o problema? As vezes a gente faz procedimentos que não ficam tão bons. Há uns anos eu coloquei uma prótese de silicone e tive que trocar, parecia a Cicciolina. Mas da Bianca não é maldade, é que estava esquisito. Mas podia ter dito de um jeito diferente. É que eu não sou uma pessoa em cima do muro, e aí acabo cometendo sincerocídio.

- Como lida quando é a sua vida que passa a ser alvo de especulações?

A minha vida não tem muita graça, eu levo uma vida de mulher comum, não sou de balada, quase não vou a festas. Não sou baladeira, dá 23h, 23h30 eu já quero dormir. Sempre respondo se separei, se estou namorando, essas coisas. Não é o que perguntam, mas a maneira que isso é feito. Você pode me perguntar o que você quiser, mas não de uma forma errada, maldosa, aí eu não curto. Não gosto de quem julga sem conhecer, ou quem faz uma pergunta querendo fazer outra.

- Já passou por muitos imprevistos no programa?

Nossa muitos! Teve uma vez um médico que veio aqui pela primeira vez. E a gente fazia as entrevistas numa mesa triangular, fechada na frente. Quando começou a entrevista, eu vi que ele ficou muito nervoso, a boca dele começou a ficar branca. Na hora pensei: "Ai, meu Deus, esse homem vai ter um piripaque no ar". Eu comecei a perguntar coisas óbvias, para ele ver que não tinha intenção de colocá-lo em saia justa. Ele colocou a mão no meu joelho e apertou, meio que me pedindo socorro. Eu olhava para ele com cara de "não vou poder te salvar". Comecei a usar a programação neurolinguística, acho que quando você passa tranquilidade para a pessoa ela vai ficando mais tranquila também. E no fim, ele foi relaxando. Mas já teve de tudo também, teve gente que já falou no ar que não gostava de mim, vou fazer o quê? Não gosta não gosta, não é? A única coisa que não aconteceu foi alguém ter morrido no ar, porque de resto, já rolou de tudo. 

- É verdade essa história de que você não gostava da Mamma Bruschetta e chegou a pedir a demissão dela?

Sim, isso era verdade. Eu falei que não queria ela mesmo. Olha, a Mamma, no tempo do Clodovil... Quando me fizeram o convite para vir para cá, eu falei: "Tá, mas a Mamma eu não quero". Ela era muito amarga, muito mesmo. Era maldosa. Era a característica que o Clodovil queria nela. A Mamma era terrível, arrancava as pessoas do armário, não tinha muito a ver comigo. Aí insistiram e eu disse: "Bom, se vocês conseguirem deixar ela boazinha, tudo bem". Quando eu comecei no programa, fui falar, porque gosto de ser clara: 'Mamma, antes que te contem vou contar eu. Eu não te queria, você era muito maldosa'. Aí ela mudou o estilo e começou a falar que tinha sido abençoada pelo Papa. E assim ficou. Eu acho que a gente tem que ser clara. Não adianta fingir que adorava, se não era verdade. Hoje, a gente se dá muito bem. Claro, como toda família, tem uns arranca rabos aqui e acolá, mas no final a gente se adequa.

- O que acha do título de rainha do merchandising?

Eu acho ótimo ser chamada de rainha do merchandising, é sinal de que o cliente gosta do que eu faço. Tem muito apresentador que reage mal à isso. As pessoas se sentem culpadas. Mas gente, tudo é uma grande venda nessa vida, concorda? Os clientes que tem aqui passam por um crivo da emissora, e se eu não gosto de algum produto eu tenho a possibilidade de recusar. Às vezes acho que falta para alguns apresentadores se sentir bem com isso. Merchandising não é ruim. Ruim é ficar cutucando a ferida do outro. Isso eu não consigo fazer. Mas também não consigo entender esse pudor com merchandising. Ganhar dinheiro é ruim?  O que difere eu ganhar dinheiro no programa ou ser vendedora de uma loja? É a mesma coisa. Vendo qualquer produto, a única coisa que eu não faria é campanha política.

- E o que tem a dizer sobre os rumores de que você está sendo sondada pela Record?

Desde que cheguei aqui, já falaram que eu ia estrear em todas as emissoras, menos na Globo. Eu me divirto com isso. Nesse caso especial da Record, achei ótimo o boato. Não por eu ter sido convidada, porque não fui. Mas por saber que foi uma ideia do departamento comercial. Que bom! Sinal que os clientes estão fazendo minha divulgação por aí. Tenho 21 clientes por dia, hoje foram 23. Então o departamento comercial me escolheu porque eu vendo bem. Que maravilha, não é?

- Mas se o convite surgisse...

Eu sou muito transparente. Desde que começaram a sair boatos, muitos anos atrás, eu avisei: "É um casamento. Não tem como ter traição. O dia que aparecer qualquer convite que eu achar interessante, a Gazeta vai ser a primeira a saber". Assim como no dia que eu deixar de ser interessante, acho que eles vão me falar. A gente nunca pode dizer dessa água não beberei, mas eles serão os primeiros a saber.

- E essas 21 inserções comerciais por dia fizeram de você uma mulher rica?

(Gargalhando) Não sou rica, longe disso, antes fosse. Mas graças a Deus eu posso fazer coisas importantes para mim, só que minha relação com dinheiro é diferente. Você nunca vai me ver com uma joia, para mim não diz nada. A mesma coisa com roupa de marca, eu não uso. Dinheiro é muito difícil de ganhar. Sou bem remunerada, mas meus valores são outros. Eu gosto de viajar, mas não fico nos melhores hotéis, acho caro. Primeira classe eu nunca viajei.Tenho um amigo que diz que eu sou muito mão de vaca. Sempre digo, depois de um voo longo, que da próxima vez eu vou de primeira classe. Na hora que eu vou fechar e vejo que o dinheiro da passagem daria para viajar quatro vezes, eu vou apertada e feliz.

- E quais são os seus luxos então?

Não tenho grandes luxos... Acho que é ir ao supermercado e comprar a bolacha que eu estou a fim de comprar. Se bem que eu adoro uma submarca, sabe aquelas bolachas bem baratinhas? Eu amo. Moro no bairro que eu gosto, tenho um carro que me deixa segura. Agora, não sou hipócrita, eu adoro ganhar dinheiro.

- E como é ter o namorado como diretor?

Conheço o Rodrigo há muitos anos. E no começo, quando ele me  dirigia, a gente brigava muito. Depois ele foi morar em Portugal e há quatro anos ele voltou. Quando a gente ficou junto, a ideia não era essa. Eu tinha acabado de sair de um relacionamento que eu vinha tentando salvar há quatro anos, tinham os filhos... mas cada um tem um rumo na vida. Se eu estava infeliz, e ele estava infeliz, para que a gente ia ficar junto? Aí as pessoas dizem que não deu certo? Deu certo sim, 25 anos, depois deixou de dar. Quem é o culpado? Ninguém. Não teve traição. O casamento acaba porque você deixa de ter admiração no outro, ou acaba o companheirismo, é isso que vai minando. Então, quando eu me separei, não queria me envolver com ninguém. Mas a gente foi vendo que era muito parecido, que se completava. Eu relutei bastante e ele também. Até que a gente resolveu viver as coisas, para ver como era. A gente sempre separou o pessoal do profissional. Se você me perguntar o que vai ter no programa amanhã, eu não sei. Qual é o quadro que ele vai lançar? Não sei. A gente conversa sobre televisão aqui. Quando a gente sai daqui e vai para casa a gente não fala mais disso, a gente fala de outras coisas. Se ele me dá uma bronca - e ele dá sempre - não é para a Cátia, é para a apresentadora. E essa é a função dele. Não tenho privilégios por ser namorada dele. Tenho as minhas obrigações e sou cobrada por eles. Temos uma relação de confiança e admiração. Se ele me fala algo no ponto, não vou questionar. Eu confio. Já aconteceu de ele criar um quadro na hora, me falar no ponto, e eu só repetir, sem saber do que se tratava. Não tem ego. E assim a gente só cresce.

- Você disse várias vezes durante a entrevista que tem 45 anos, não esconde a idade. Lida bem com a passagem dos anos?

Ah, muito bem, é muito tranquilo. Já fiz plástica, coloquei silicone. Fiz lipoaspiração e odiei. Queria a mágica da magreza, comer um boi e não engordar. Não adianta, tem que fechar a boca e fazer atividade física. Eu não espero ter um corpo de uma mulher de 20 anos porque eu não tenho 20 anos. As pessoas as vezes me dizem: "porque você não mente a idade?". Eu não, eu tenho 45 anos. E quando eu tiver 100 anos, quero ser uma velha doida e feliz.