Consagrado pelo público, o ator Cláudio Corrêa e Castro morreu sozinho em 2005
Cláudio Corrêa e Castro (1928-2005) foi um consagrado ator de diversas novelas, porém acabou morrendo sozinho após enfrentar o divórcio de sua esposa e uma falência financeira. Agora, o artista está no ar com a reprise de Chocolate com Pimenta (2003), folhetim em que interpretou o mão de vaca conde Klaus. Na época em que foi convidado para integrar o elenco da produção, ele já vivia um mau momento.
Durante as gravações da novela, Castro tinha 75 anos e havia terminado recentemente o seu casamento com a fisioterapeuta Mirian Ayres. Os dois viveram a relação por cerca de 20 anos e, juntos, tiveram dois filhos: João Pedro e Gabriel, que, na época, tinham 18 e 11 anos, respectivamente. Após o divórcio, ele precisou deixar sua casa no bairro de São Francisco, em Niterói, no Rio de Janeiro.
Ele acabou se complicando financeiramente e então optou por morar no Retiro dos Artistas, uma moradia para atores construída em Jacarepaguá. "Tive problemas pessoais graves e não tinha para onde ir. Precisava estar num lugar como o Retiro, onde eu não gastasse nada e cuidassem de mim", disse ele, assumindo a crise financeira.
"Sou péssimo administrador. Ganhei muito bem, mas não soube controlar meu dinheiro. Comprava tudo sem pensar. Nunca soube dizer não. As dívidas são as únicas coisas que me atormentam". No local, o artista recebia aulas de hidroginástica e tinha todo o apoio necessário para enfrentar os problemas de saúde pelos quais estava passando.
"É um equívoco pensar que só tem gente em estado terminal aqui. Eu também tinha muito preconceito, mas vi que o retiro não é um asilo. Vivemos com muito conforto", assegurou o veterano, em uma entrevista concedida na época. Ele ainda afirmou que recebida visitas de seus filhos aos sábados. No entanto, ele morreu cerca de dois anos após entrar no Retiro.
Castro morreu em decorrência de uma falência múltipla de órgãos, após complicações causadas por uma cirurgia cardíaca de ponte de safena. O artista sofria de diabetes e hipertensão. Sua última novela foi Senhora do Destino (2004), na qual deu vida a Afonso, advogado de Josefa (Marília Gabriela). O artista acumulava mais de 40 anos de carreira como ator, nos quais passou por 45 folhetins.
Antes do casamento com Ayres, Castro já havia tido um casamento de oito anos com a também atriz Ileana Kwasinski (1940-1995), com quem teve um filho, Guilherme. Formado em Belas Artes e Teatro, ele foi um dos fundadores do Teatro da Praça (1958-1961) e atuou em grandes novelas como Mulheres de Areia (1973-1974), Cabocla (1979) e Eles São do Baralho (1977).