Em entrevista à CARAS Brasil, Aryè Campos falou sobre trauma do passado após se tornar famosa e projeto no Globoplay
Preparando-se para estrear no Globoplay com a série Rio Connection, a atriz Aryè Campos (38) é uma velha conhecida do público brasileiro. Estrela mirim do SBT nos anos 90, ela foi alvo de bullying e precisou reconstruir sua vida fora do país. "Foi complicado", disse.
Em entrevista à CARAS Brasil, a artista abriu o coração e revelou detalhes do passado, quando atuou na programação da emissora de Silvio Santos. Ela conta que, apesar das dificuldades, viveu momentos maravilhosos. "Era muito diferente, não tinha Instagram, não tinha Facebook. Comecei com quatro anos, primeiro fazendo publicidade", disse ela, contando que desde pequena já demonstrava desenvoltura: "Sempre quis aparecer um pouquinho".
"Era uma época muito divertida, onde a mídia era muito diferente. Quando eu fiz, o programa Silvio Santos, 75% do Brasil assistia, né? Então era um mundo muito diferente, acho que a reação das pessoas", relembra.
Aryè, que antes se chamava Ashley Rapini, conta que sofreu muito na escola e nas ruas, porque as crianças da época faziam bullying com seu jeito. "Eu sempre fui diferente. Estava na televisão e minha mãe me vestia parecendo uma bonequinha", diz.
"Eu não era aquela criança normal, sempre me destacava um pouco. Isso causa um certo impacto. Quando você é meio diferente, você causa um certo conflito e as coisas que eu fazia chamavam muita atenção", analisa.
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Morando nos Estados Unidos há pouco mais de 20 anos, ela precisou superar o trauma e construir uma nova história fora de sua terra natal. A decisão de sair do Brasil foi de sua família, que logo percebeu que a fama exagerada da então garotinha poderia ser prejudicial. "As crianças zoavam com a minha cara. Quando você tem oito, nove anos, é difícil lidar com isso, né? Foi complicado", desabafa.
Apesar de ter enfrentado problemas para se relacionar com outros jovens no Brasil, Aryè não desistiu do sonho da carreira artística e mesmo com a barreira da língua, seguiu estudando. Atualmente ela vive em Los Angeles e trabalha como atriz em produções locais.
Escalada para viver a vilã Amanda, na série Rio Connection, uma parceria entre a Globo e a Sony, ela não tem dúvidas que o trabalho lhe proporcionou uma experiência única. "Foi muito lindo. Eu realmente espero que o público brasileiro goste, porque eu acho que é uma história legal, muito divertida e real", afirma.
"Meu personagem é uma mulher que eu acho que sempre quis fazer na minha carreira. Porque eu sou muito fã de mulheres que superam as barreiras da vida. Ela trabalha num departamento que é dominado por homens e todo mundo desconfia dela, porque ela é mulher", adianta ela, que em janeiro estreia nos cinemas com o longa Dois É Demais Em Orlando, com Eduardo Sterblitch.
Um detalhe curioso sobre os bastidores da produção, é que Aryè não conhecia alguns nomes famosos do elenco, como Marina Ruy Barbosa e Nicolas Prattes. Morando fora e pouco informada sobre o mundo artístico brasileiro, ela ficou surpresa ao saber que os colegas eram pessoas aclamadas.
"Eu não sabia quem eles eram. Então para mim era um outro ator que eu tô compartilhando uma cena. Muitos deles eu só fiquei sabendo que eram famosos depois. Mas acho que isso é legal, porque coloca todo mundo no mesmo nível, para estar lá e fazer um trabalho legal. Ninguém teve estrelismo, ninguém pensou que era melhor que outro. Tava todo mundo na mesma etapa", diz.
Sobre o novo trabalho abrir portas para ela estar em projetos como novelas, a atriz não nega que adoraria realizar o sonho de infância. No entanto, por ter uma vida fora do Brasil, precisa estudar melhor a decisão.
"Para mim eu teria que realmente colocar as coisas na balança para ver se eu conseguiria ficar um tempo no Brasil, porque meu marido tá aqui, meus cachorros, minha casa, então é complicado, né? E então eu não digo que eu não faria, mas eu acho que seria uma coisa que teria que ser dependendo do personagem. Dependendo do que for, é uma coisa que é viável, porque eu tenho uma carreira aqui também", frisa.
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