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TV / Entrevista!

Alan Severiano revela nova fase após ser promovido pela Globo: "Desafio diário"

Em exclusiva para a CARAS, Alan Severiano conta como iniciou carreira na emissora e exalta oportunidade como âncora do SP1

Nataly Paschoal
por Nataly Paschoal
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Publicado em 26/08/2023, às 09h57

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Alan Severiano conta curiosidades de sua carreira no jornalismo - Foto: Globo/ Marcos Rosa
Alan Severiano conta curiosidades de sua carreira no jornalismo - Foto: Globo/ Marcos Rosa

Âncora oficial do SP1, Alan Severiano foi visto por todo o Brasil ao substituir César Tralli e Maju Coutinho no Jornal Hoje, desde 2021. Em entrevista exclusiva para a CARAS Digital, o apresentador revelou como foi a experiência de ficar no lugar do esposo de Ticiane Pinheiro e ainda contou como iniciou sua carreira na Globo.

Aos 47 anos, Alan Severiano relembrou que sua história no jornalismo começou mesmo antes que pensasse em ser um jornalista. Isso mesmo, o apresentador contou que a profissão aconteceu como uma espécie profecia escrita pelos seus pais.

"Um tempo atrás, quando eu já trabalhava na área, meus pais foram arrumar umas coisas antigas na casa deles e encontraram um "livro do bebê", que compraram quando eu nasci. Em 1976, eles tinham completado a frase “Quando crescer, eu vou ser...” com a palavra “jornalista”. Mas essa escolha que, hoje, parece profética e acertada não foi óbvia. No ensino médio, eu fazia Eletrotécnica na Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (hoje IFRN). O caminho natural era Engenharia Elétrica até que, aos 44 do segundo tempo, optei por Jornalismo no vestibular", contou ele, que nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte.

"Gostava de escrever, buscava uma carreira com menos rotina e mais impacto social, e mudei de rumo. Fiz estágio na TV Universitária, em Natal, minha primeira grande escola prática. No dia em que me formei na UFRN, uma amiga da família viu no jornal um anúncio de seleção para trainee na TV Cultura de São Paulo, recortou e deixou lá em casa. Um mês depois, viajei, passei no teste e, na sequência, comecei na reportagem. Foram três anos de aprendizado e amizades que duram até hoje. Tive certeza que me dava melhor com o microfone do que com os projetos de eletricidade. Troco as lâmpadas de casa até hoje, mas sou péssimo com a fiação das tomadas", deu risada ao relembrar. 

ALAN SEVERIANO NA GLOBO

Após concretizar a profecia dos pais, Alan Severiano conseguiu entrar na Globo aos 24 anos. O episódio, de quando foi chamado pela emissora, ele lembra com detalhes até hoje. "Apresentava na Cultura o ‘Matéria Pública’, um programa diário e ao vivo que misturava notícias com entrevistas na hora do almoço. Um dia, quando cheguei em casa, tocou o celular. A moça disse que era secretária do diretor de jornalismo da Globo em São Paulo, e que ele queria falar comigo. Sentei na cama, ouvi o convite e disse sim na hora", contou.

O apresentador continuou dizendo como foi a realização de um sonho, mas que deu trabalho conquistar seu espaço. "Era um desejo antigo trabalhar na Globo, a emissora que cresci assistindo, com tantos profissionais excepcionais que me inspiraram muito. Parentes e amigos viviam dizendo: “um dia, vamos te ver no Jornal Nacional”. Mas o caminho não teve atalhos. Foi como apertar um botão reset. Comecei na reportagem da madrugada, cobrindo os crimes da Grande São Paulo. Um trabalho duro, mas que ensina bastante sobre a cidade, a profissão e a vida", falou.

Após anos de trabalho como repórter, inclusive em Nova York (EUA), Alan Severiano iniciou na bancada para substituir Carlos Tramontina no SP2 e para apresentar o quadro da ‘Covid/Vacina’ no Jornal Nacional. Depois desse período, em outubro de 2021, ocorreu a proposta para ancorar o SP1 no lugar de César Tralli. O apresentador então falou sobre a responsabilidade de comandar um jornal diário.

"É um aprendizado diário. A responsabilidade como titular é diferente. Você se torna a cara do jornal. O lado bom da ancoragem é mesclar a visão geral dos assuntos da cidade alinhavados pelo apresentador com a apuração, a alma do repórter, que sempre fui e sempre serei", comentou.

O jornalista ainda revelou como a família, que mora em Natal, reage ao vê-lo na TV no Jornal Hoje. "Quando faço o ‘Jornal Hoje’, minha família em Natal assiste ao vivo, minha mãe fica comentando postura, dicção etc. É como se eu tivesse um ombudsman com críticas e elogios em tempo real. É um prazer cobrir as férias do Tralli, com quem aprendo sempre. Os temas abordados são diferentes, mas ‘SP1’ e ‘JH’ têm muito em comum: o tempo de duração, o horário em que tudo está acontecendo, o jeito leve de apresentar, as caminhadas no estúdio, além de mais espaço para improviso, apurações do apresentador e comentários", contou sobre a tarefa.

MOMENTOS EMOCIONANTES E 40 ANOS DO SP1

Com um extenso currículo e várias coberturas, Alan Severiano já viveu muitas emoções nas ruas e no comando do jornal. No bate-papo com a CARAS, ele revelou qual foi a reportagem mais difícil e se já chorou ao vivo.

"A maior adrenalina vem das participações ao vivo, de histórias que são definidas em cima da hora do jornal ou nas coberturas em que as informações são escassas. Em 2012, cobri o incêndio na Base Científica do Brasil na Antártica. Viajamos num avião da FAB que trouxe os corpos dos dois militares que morreram. Éramos a única equipe de TV no continente gelado. Foi complicado, pouca gente falando, a dor da tragédia numa instalação estratégica para o país, e uma correria para enviar o material com as dificuldades de transmissão via internet, mas deu tudo certo", relembrou um dos episódios.

Alan Severiano então falou de um recente, durante a transmissão do SP1 em julho, quando o jornal completou 40 anos e teve uma dinâmica especial. O comunicador foi para pontos históricos da cidade para apresentar a atração com várias reportagens especiais.

"Em julho deste ano, um projeto incrível que gerou ansiedade e também muita realização. Na comemoração dos 40 anos do ‘SP1’, ancoramos o jornal da rua, em lugares diferentes de São Paulo, de segunda a sábado. Uma ideia que só foi possível com a mobilização da equipe guerreira do ‘SP1’ e de vários setores da Globo para permitir uma transmissão sem falhas mesmo de lugares mais remotos e até de um ônibus em movimento. Minha grande preocupação era estar bem de saúde todos os dias para aguentar o tranco. Foi sensacional. O jornal tem uma conexão enorme com a cidade, a população se vê na tela - e na rua a gente sentiu de perto esse imenso carinho conquistado ao longo de quatro décadas no ar", contou.

Alan Severiano até se emocionou durante a transmissão especial. "No aniversário de 40 anos do ‘SP1’, fiquei emocionado quando a Orquestra Sinfônica da favela de Heliópolis abriu o jornal tocando a trilha sonora (tan-ran-ran-ran-ran-ran…) do alto da Estação da Luz. Ao som dos violinos e dos trompetes, a garganta fechou. Uma mistura de emoções: a beleza da música, a história de superação dos instrumentistas no centro da maior cidade do país, e o orgulho de representar uma equipe gigante num momento tão marcante. Foi tudo junto, foi mágico", revelou seu lado humano.