Em entrevista à CARAS Brasil, Maitê Proença detalha o trabalho ao lado de Debora Olivieri no espetáculo Duas Irmãs & Um Casamento
"Que diferença isso faz no mundo, alguém com peninha de si? Há sempre um livro para ser escrito, uma casa para arrumar, uma música linda para dançar e cantar. Me entendo bem sozinha, cada vez mais". A frase é de Maitê Proença (66), que, ao lado de Debora Olivieri (66), aborda a solidão e outros temas no teatro, com o espetáculo Duas Irmãs & Um Casamento.
Vivendo no Rio de Janeiro para estar próxima à família —e a natureza exuberante da cidade—, Maitê Proença conta que escolheu Olivieri para dividir a história de Catarina e Rosa. Na trama, as irmãs se reúnem para organizar um casamento e, de forma cômica, abordam temas universais como envelhecimento, solidão e a importância da família.
Para a atriz, a solidão não precisa ter tanta atenção; o envelhecimento pode ser encarado de forma realista; e a filha, genro e netas ocupam um lugar especial em seu coração. Apesar de não falar de suas percepções pessoais no teatro, ela assegura que a peça toca o público e mostra uma relação de admiração e amor. "Estamos com casas lotadas desde o primeiro dia, tem sido uma glória total."
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Além do espetáculo de sucesso, ela também se dedica a um projeto voltado para o mundo infantil, mas faz suspense ao informar que "em breve direi mais a respeito". Além disso, a atriz também não descarta a volta às novelas, e afirma que tem vontade de estar nas telinhas novamente. "Não no ritmo de antes, mas de forma mais eventual", explica.
Comédia do dramaturgo britânico Peter Quilter (59), Duas Irmãs & Um Casamento está em cartaz no teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, no Rio. As apresentações vão até 24 de novembro, e acontece às sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h. Abaixo, Maitê Proença dá mais detalhes sobre a produção e reflete sobre os temas abordados na trama. Confira trechos editados da conversa.
Como está sendo trabalhar na comédia Duas Irmãs & Um Casamento?
Estamos com casas lotadas desde o primeiro dia. Não tivemos noite de convidados com a peça sendo apresentada aos vips e à imprensa, abrimos direto para o público pagante. E tem sido uma glória total!
Como é dividir o palco com Debora Olivieri?
Foi eu que a indiquei e quis. Já havíamos trabalhado juntas há décadas, em São Paulo, numa peça chamada Histórias de Nova York. Ela era divertida em cena e muito doce e gentil no convívio pessoal. Segue assim.
Dentre os temas abordados pelo espetáculo, está a família. Qual a importância dela para você?
Eu sigo no Rio de Janeiro por amar a natureza que aqui é abundante e encantadora, mas sobretudo, porque minha família vive aqui, minha filha, genro e netas. A vida é curta demais pra gente se apartar daqueles que mais ama. Na peça, a gente vê a relação de irmãs com temperamentos opostos, que se bicam sem parar, mas que acabam por reconstruir uma relação que sempre foi de admiração e amor.
O envelhecimento também é abordado. Como você lida com isso?
Realisticamente. Os anos passam e o corpo sente. Em vez de me entregar às dores e mazelas, eu me exercito, faço respirações que elevam o humor, medito, me alimento muito bem e faço concessões quando o grau de prazer justifica o deslize, digo não quando acho bobagem ou perda de tempo, e sigo um dia após o outro.
Além disso, a solidão também é um dos temas presentes na trama. Você já se sentiu solitária?
Não sou uma pessoa de multidões, me entendo bem sozinha, cada vez mais. Nas ocasiões em que sofri de solidão, não dei grande importância, porque de fato não tem. E daí, que diferença isso faz no mundo, alguém com peninha de si? Há sempre um livro para ser escrito, uma casa para arrumar, uma música linda pra gente dançar e cantar.
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