Grande homenageada na sétima edição do prêmio APTR de teatro, a atriz Fernanda Montenegro relembra sua trajetória de dedicação ao teatro desde a juventude
Uma das grandes damas da dramaturgia brasileira, a atriz Fernanda Montenegro (83) foi a grande homenageada da sétima edição do prêmio APTR de teatro ocorreu na segunda-feira, 25, no Imperator— Centro Cultural João Nogueira, Rio de Janeiro. No foyer do teatro, foi montada uma exposição sobre a trajetória profissional da atriz, que inspirou também a festa do evento: sóbria, elegante e simples. Feliz com o resultado, Fernanda Montenegro relembrou sua dedicação ao teatro ao longo de toda a vida.
“Eu só quero dizer que eu mereço essa homenagem. Eu estou dando a cara à tapa desde que tinha 15 anos de idade. Primeiro na rádio. Depois, em 1950, fui para o teatro e nunca mais saí do palco. Tive meus filhos na segunda-feira (referindo-se ao dia de folga dos profissionais de teatro). O primeiro foi natural, mas a Fernanda (47) já veio de cesária, na segunda-feira. Meu pai foi enterrado cedo, porque eu tinha que gravar, minha mãe foi enterrada cedo, porque eu tinha que gravar, e a noite eu fazia espetáculo. Não tenho outra medida para a minha vida que não seja o palco”, recordou a atriz.
Aplaudida pelos presentes, Fernanda Montenegro contou ainda com as declarações elogiosas de seus amigos de palco, que acompanharam de perto sua trajetória no teatro.
“O nosso encontro se deu muito tempo atrás, sou parte de um triângulo chamado Fernanda Montenegro, Fernando Torres (1954-2008) e Otávio Augusto. Eu tenho por eles um profundo respeito e amor, porque junto deles que eu aprendi o amor que eu tinha pelo palco. Eles são até hoje os meus guias e disso eu nunca abri mão e nunca abrirei. Para mim, a Fernanda é a única pessoa que contesta Nelson Rodrigues (1912-1980). Quando ele diz que a unanimidade é burra, ela é um exemplo de que a unanimidade não é burra”, declarou o amigo e ator Otávio Augusto (68) durante o evento.
Veterana do teatro e da televisão brasileira, a atriz Suely Franco (73) também aproveitou a oportunidade para agradecer à colega pelas experiências vividas juntas em cena, que marcaram sua entrada no teatro profissional ainda em seu começo de carreira. "Eu queria agradecer demais a Fernanda Montenegro porque foi com quem eu comecei no teatro profissional, com quem eu aprendi a fazer teatro, a amar essas tábuas. Eu aprendi que quando a gente faz o que gosta, a gente não trabalha nunca. Até hoje, eu só me diverti”, avaliou a atriz.