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Teatro / REPRESENTATIVIDADE

Elenco de A Partilha reforça importância de ter protagonistas pretas: 'Ocupar'

Em entrevista à CARAS Brasil, Adriana Lessa, Iléa Ferraz, Letícia Soares e Flavia Dos Prazeres refletem sobre representatividade em A Partilha

As atrizes Adriana Lessa, Iléa Ferraz, Letícia Soares e Flavia dos Prazeres - Foto: Reprodução/Instagram @apartilha.oficial
As atrizes Adriana Lessa, Iléa Ferraz, Letícia Soares e Flavia dos Prazeres - Foto: Reprodução/Instagram @apartilha.oficial

Até domingo, 8, Adriana Lessa (53), Iléa Ferraz (64), Letícia Soares (41) e Flavia Dos Prazeres (36) poderão ser vistas nos palcos de São Paulo como as protagonistas do espetáculo A Partilha, de Miguel Falabella (67). Pela primeira vez, a peça fez uma montagem estrelada por atrizes pretas e, para elas, o movimento é de extrema importância não apenas para a classe artística, mas também, para o público.

Na trama, elas dão vida às irmãs Maria Lucia, Regina, Selma e Laura. A história começa após a morte da mãe das protagonistas, quando as quatro precisam se encontrar para decidir a partilha de seus bens e acabam descobrindo segredos da família, discutindo ressentimentos e abordando temas como amor, ambição e traição.

Para as atrizes, é importante estar no palco representando a história de quatro irmãs, sem abordar temas que costumam ser designados para personagens vividos por pessoas pretas. "Precisamos ocupar o cotidiano mesmo, da vida brasileira. Não que isso [o racismo] não faça parte do nosso dia a dia. Mas, nós estamos também em outros lugares", começa Iléa, em entrevista à CARAS Brasil.

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"Precisamos mostrar para a sociedade que é possível estarmos e acessarmos em outros lugares. Podemos almejar o mundo. Esse espetáculo leva, sutilmente, o público preto e branco, a pensar nisso. Nós fomos obrigados a aceitar outras histórias que não eram nossas", completa. "Está acontecendo uma revolução mesmo, do público", acrescenta Flávia.

Para Letícia, a mensagem da peça vai além da relação de irmandade entre as quatro, e pode tocar o público de diversas maneiras. "Além da sororidade, a ‘dororidade’ une as mulheres negras. Poder viver a ‘dororidade’, emocionar as pessoas, é uma flecha que acerta em cheio o coração das pessoas."

Adriana ainda pontua que é importante não abordar apenas as dores. "Para além de sobreviver, existem dores que somente nós entendemos, mas não vivemos apenas com dores. Vivemos com alegria, esperança e amor. Queremos emocionar pessoas dessa forma."

O espetáculo A Partilha estendeu o fim de sua temporada em São Paulo para o próximo domingo, 8 —inicialmente, as apresentações se encerrariam no dia 1º de setembro. A peça tem exibição aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h, no Teatro Sabesp Frei Caneca.