Edição marcada pela força das mulheres dá prêmio máximo a médica negra e empoderada
Foi histórico! Foi emocionante! A final do BBB20, a edição que celebrou os 20 anos do reality da TV Globo, parou o país. Como não podia deixar de ser. Afinal, ao longo de toda a temporada, vários recordes foram batidos, o maior deles em uma eliminação com mais de 1,5 bilhão de votos. “É como se toda a Índia votasse e ainda sobrassem votos”, anunciou William Bonner (56) no Jornal Nacional. O feito entrou para o Guinness Book, a famosa marca dos recordes. “Valeu Guinness e a cada um de vocês que sentaram o dedo”, disse Tiago Leifert (39), apresentador do programa há quatro anos.
A edição foi marcada pela força das mulheres, intelectualmente e fisicamente. Elas ganharam 12 das 17 provas principais da temporada e ensinaram aos homens da casa o valor de novas palavras, como sororidade e empoderamento. A final não poderia ser diferente na temporada que ficou conhecida como Big Sister Brasil.
Três mulheres subiram ao pódio. Em terceiro lugar, ficou a cantora e atriz Manu Gavassi (27), com 21,09% dos votos. Em segundo, a digital influencer Rafa Kalimann (27), com 34,81% dos votos, e em primeríssimo lugar, Thelma Assis (35), médica, negra e defensora dos direitos das mulheres, com 44,10%. “Eu sinto que eu fui exatamente o que eu sou aqui fora. Eu me sinto muito mais orgulhosa do que arrependida. Estou muito feliz em ter me mantido leal ao Babu o jogo inteiro, em ter me conectado à Rafa e à Manu, ter feito uma prova de resistência de 26 horas, de ter acertado aquele sapo, de ter aproveitado cada festa...”, disse ela, fazendo menção ao quarto colocado, o ator Babu Santana (40), o vencedor entre os homens desta edição. “Agora que está começando a cair a ficha. Foi muito emocionante. A gente estava em estado de choque, não saía nem lágrima. É uma sensação, uma coisa tão forte, que você tem vontade de gritar. Foi a maior emoção da minha vida”, disse a campeã, pouco depois de ganhar o reality.
O poder feminino ficou claro logo no início do jogo. Alguns homens da casa decidiram colocar em prática um plano para desestabilizar as mulheres comprometidas fora da casa. O tiro saiu pela culatra. As meninas se uniram e provocaram um racha no game. Daí para a frente, só deu elas. Até que sobraram nove mulheres e apenas um homem, Babu. Ele próprio, um defensor de Thelma. “Foi a escolha certa. Mulher preta, médica e vitoriosa”, elogiou ele.
A edição também foi marcada pelo impacto da pandemia do coronavírus no mundo. Os famosos shows das festas do BBB foram transformados em lives para evitar contato de pessoas. Entre os shows, o mais icônico foi o com participação da cantora britânica Dua Lipa (24). Durante a temporada, Manu Gavassi, grande fã da cantora, ensinou a todos, de dentro e de fora do jogo, uma coreografia da música Don’t Start Now. A informação atravessou o oceano e Dua Lipa fez questão de vivenciar este momento. Foi um choque durante jantar para os quatro finalistas que ainda permaneciam na casa. “Foi muito chocante, não entendi nada. Eu não imaginava a proporção. Fazia essa dança de zoeira com a minha irmã porque eu não sei dançar, aí invento meus passos”, desabafou Manu que, na hora H, nem conseguiu se mexer.
Claro que a edição teve muita briga também. Algumas fizeram jogadores serem eliminados e outras alavancaram os protagonistas. Mas, no balanço final, teve muita lágrima, não só de raiva, mas de alegria. Especialmente as de Tiago Leifert, que chorou na final e, no dia seguinte, anunciou que será pai. Sua mulher, Daiana Garbin (35), está grávida. O sexo? Uma menina, claro!