Fugindo dos padrões, galã de Mar do Sertão, Sergio Guizé, escreve jornada com foco e autenticidade
Equilíbrio é a palavra que melhor define a filosofia de vida de Sergio Guizé (42). Com quase 25 anos de carreira, um currículo recheado de personagens marcantes, além do título de galã, o ator sempre soube dosar com maestria a vida pública com a pessoal. “Faço terapia semanalmente, acupuntura, meditação... tudo para rolar esse equilíbrio e ficar com saúde para enfrentar as 11 horas diárias de gravação a semana toda, o ano todo! Esses são os pilares para mim: equilíbrio físico, mental e psicológico”, diz o paulista de Santo André, que tem brilhado nas telinhas como Zé Paulino, na trama global das 6, Mar do Sertão.
Se no campo profissional Guizé tem motivos de sobra para celebrar — além da atuação ele se dedica à música com a banda Tio Che —, na vida sentimental não é diferente! Eleito da atriz Bianca Bin (32), com quem está junto há quase seis anos, ele não esconde o desejo de ser pai. Mas tudo em seu tempo! “Nós temos o sonho de aumentar a família e a certeza de que isso vai acontecer no melhor momento para nós dois”, avisa ele. Atualmente, o foco do ator é a carreira e as coisas simples da vida, as quais
usa como forma de combustível para não sucumbir diante da intensa correria do dia a dia. “Costumo viver uma vida mais tranquila em meio à natureza e ao silêncio”, conta o artista em entrevista exclusiva à CARAS.
– Em quais pontos se identifica com seu personagem na trama?
– Eu me identifico com o respeito que ele tem pela natureza, pelos animais, o prazer de mexer com a terra, plantar e colher. Viver um grande amor e construir uma família. Desses sonhos posso dizer que nós dois compartilhamos.
– Enzo Diniz, que interpreta seu filho, o Manduca, na trama, disse que você é inspiração. Como é inspirar novos talentos?
– Ele também me inspira! Não vejo como um peso, porque é sobre troca. Um ator aprendendo com o outro, as gerações, as escolas de teatro, TV e cinema, o jeito de interpretar das várias regiões do País, tudo se misturando. Isso é uma escola, aprendo muito com o Enzo também, é espelho. O admiro não só pelo talento e profissionalismo, mas, principalmente, pelo caráter. A gente se identificou, gostamos de silêncio, mas também amamos tocar violão e cantar juntos.
– Seu personagem busca retomar os laços paternos e recuperar o tempo perdido. Você sonha com a paternidade?
– Temos o sonho de aumentar a família e a certeza de que isso vai acontecer no melhor momento para nós dois. Sem planos. No momento, estamos focados na nossa carreira. Eu com a novela e ela com o cinema e o teatro.
– Fora a atuação, tem novidades com sua banda, a Tio Che?
– Com a banda não tenho nada programado, mas estou escrevendo algumas músicas. Inclusive fiz uma com o Jorge Zulim, o produtor do meu disco À Deriva, que foi feito durante a pandemia e está em todas as plataformas digitais. Eu tinha escrito e mandado algumas músicas e ele produzindo e reenviando para os últimos detalhes e a masterização. Em breve, vamos lançar um single que tem o nome provisório de Anjos Caídos.
– A imagem é indissociável do artista. Como lida com isso? Considera-se um cara vaidoso?
– Quando fui chamado para fazer a novela, 20 dias antes de começar a gravar, entrei em uma dieta e cortei o glúten, a lactose e o álcool para desinchar um pouco até a estreia. Para fazer um personagem na primeira fase com 27 anos e, na segunda, com 37, tive que correr atrás e voltar a treinar todos os dias, de domingo a domingo. Acho que a minha vaidade está muito conectada com o trabalho e o desejo de que o personagem esteja bem, assim como minha imunidade, para aguentar o tranco que é fazer uma novela. Quando tem um grande propósito, como um trabalho, eu fico muito focado. Me considero um cara vaidoso, mas eu não entraria em uma loucura assim se não tivesse um personagem me pedindo isso.
– Mesmo com agenda apertada, qual rotina segue para manter os cuidados com o corpo, a saúde física, mental e emocional?
– Às vezes, só quero dormir mais um pouco, mas escolho levantar às 5h30 para meditar, ir para a academia. Eu também gosto de andar de bicicleta, procuro andar quase todos os dias ou fazer uma sessão de acupuntura antes de um dia longo de gravação. Também faço terapia semanalmente e meditação. É uma rotina corrida mesmo e muito desafiadora, mas eu gosto. Então, acho que é o que salva em um projeto grande. Os oito, 11 meses de gravações, viagens fora de casa… a academia acaba sendo um momento relaxante, o esporte em si é. Enfim, tudo para ter esse equilíbrio e ficar com saúde para poder enfrentar horas diárias de gravações, a semana toda, o ano todo! (risos). São os pilares: o equilíbrio físico, mental e o psicológico.
– Você está acostumado a interpretar personagens de destaque, mas na vida real parece ser uma pessoa tímida. Como equilibrar essa situação?
– Fugindo para o mato! Sempre que estou de férias do trabalho, costumo viver uma vida tranquila em meio à natureza e ao silêncio, para compensar a correria da profissão. Depois de um trabalho longo, gosto de voltar para o interior e diminuir completamente o ritmo por um tempo.
– Já estamos em 2023. O que espera deste novo ano? Quais os próximos passos profissionais?
– Para este ano, planejo viajar com a Bianca, tirar o pé do acelerador, descansar e curtir muito minha família. Eu tenho certeza de que este ano chega com gosto de esperança renovada, com amor e com muita alegria.
– Que balanço faz do personagem nessa reta final da trama?
– Nessa reta final, o Zé Paulino está resolvendo vários problemas que sempre existiram por conta do coronelismo, da exploração indevida dos recursos naturais, do dinheiro público, da corrupção política e desmascarando a família dos Tertúlios, principalmente o Tertulinho. Ele vai colocar vilões nos devidos lugares e viverá seu grande amor.
FOTOS: JORGE BISPO