Sucesso em 'A Praça É Nossa' com a ciumenta, a humorista Renata Brás vive boa fase
A vida inspira a arte e é assim que Renata Brás (46) tem trilhado seu caminho rumo ao sucesso. Na pele de uma mulher extremamente ciumenta em um quadro do humorístico A Praça É Nossa, do SBT, a atriz caiu no gosto popular. Inclusive, se tornou alvo de constantes comparações. “O mais legal é que, por eu já ter sentido ciúme na pele e sofrido com isso, a faço com muita propriedade. Claro, tem o exagero, mas muita gente me manda mensagens dizendo que se identifica, ou que vê a mulher ou namorada nesse papel. Então, acho, estou no caminho certo”, conta ela, aos risos. O sucesso da personagem foi tanto, que ela decidiu escrever o primeiro monólogo. Intitulado A Ciumenta, está em cartaz no Teatro Itália, em São Paulo, e deve seguir para outras cidades e estados do País em breve.
Com 30 anos de carreira, recentemente, Renata ainda foi indicada ao Prêmio Bibi Ferreira na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante em Peça de Teatro, por sua atuação em Brilho Eterno, de Jorge Farjalla (43). No espetáculo, formou um triângulo amoroso com os atores Reynaldo Gianecchini (49) e Tainá Müller (40). “Minha carreira está em um momento de maturidade. São muitos anos de aprendizado com grandes mestres. Além do teatro e da TV, também estou no streaming e cinema, que era um grande sonho”, revela Renata.
– Como surgiu a ideia para a personagem Ciumenta?
– A ideia não é minha. Foi um convite do Carlos Alberto de Nóbrega (86), que se inspirou na esposa dele, a Renata Domingues (44). E foi algo muito louco. Eu já tinha feito terapia por conta de alguns relacionamentos nos quais fui traída e tinha uma certa insegurança... Quando Seu Carlos me chamou, pensei: “Meu Deus, lascou. Anos de terapia para recuperar minha autoestima e, agora, vou interpretar justo uma ciumenta”. Mas, ainda bem, não me vejo mais nessa mulher. Só usei essa pitada de experiência pessoal ruim para fazer humor.
– Então, você se transformou após passar por uma traição?
– Sim. Fui traída e não foi só uma vez... Isso deixou em mim uma marca muito ruim, porque foi o meu namorado com uma amiga minha, dentro do meu próprio carro. Eu perdoei, mas aconteceu novamente! Me tornei insegura, desconfiada, controladora... O amor doía. Até que fiz terapia e, hoje, o ciúme e a insegurança são monstrinhos que aprendi a controlar.
– Você acredita que o ciúme gera a insegurança?
– O ciúme é um sentimento por aquilo que você gosta e sente medo de perder. É natural, desde que seja na medida certa. A insegurança vem dependendo da relação em que você está e com quem você está. Dá para saber quando alguém é íntegro com você.
– Muito se fala sobre a mulher empoderada. Como fica o ciúme nesse sentido?
– A mulher empoderada é a mulher segura, que confia em si. Ela não tem controle de tudo, mas vive tranquilamente. Se, por acaso, aparecer alguma situação diferente, ela saberá como agir.
– Você está namorando. O que sente de diferente desta vez?
– Namoro o empresário Fabrício Ballana (38) há três anos. Na minha relação, hoje, temos cumplicidade, parceria e, acima de qualquer coisa, amizade e transparência. Nossa vida individual não mudou por conta da relação a dois.
– Agora o amor já não dói...
– Pois é... Quando eu era mais nova, não gostava de ficar sozinha, emendava um relacionamento no outro. Podia estar sofrendo por um, mas sofria ao lado de outro. Agora, aprendi a amar a mim mesma também. Sinto prazer em, às vezes, ficar sozinha e ver uma série, ir ao cinema... Acho que consegui chegar ao equilíbrio.
– Como é a Renata de 46 anos?
– Me sinto uma moleca, uma menina. Ao mesmo tempo, acho que estou muito mais madura. Conheci a minha própria essência e comecei a me escutar, entender as minhas vontades e os meus desejos.
– Passou por alguma crise por causa da idade?
– Por volta dos 30 e poucos anos, quando o relógio biológico bateu, eu queria porque queria ser mãe. Nessa fase, acreditava que estava velha e não daria tempo. Mas esse desejo passou. Hoje, estou muito bem com a minha idade, apesar de não me sentir com 46 anos. Realmente, me sinto uma menina, porém com a experiência de uma mulher.
– E ainda sente aquela vontade de ser mãe?
– Sempre tive, mas não aconteceu. Talvez aconteça ainda, pois não estou incapacitada. Lógico que é muito mais difícil, até porque não congelei meus óvulos, mas fiz exames e está tudo certo. Eu não fumo, faço exercícios físicos... Meu corpo ainda funciona para engravidar por meios naturais. Se vier a acontecer na minha vida, vai ser lindo, eu amo criança. Caso contrário, posso, futuramente, até adotar. Por enquanto, sou mãe de pets, inclusive, tenho o Bob, um cahorrinho que divido guarda com minha amiga Luiza Tomé (61).
– Sente algum tipo de cobrança nesse sentido?
– Escuto quase todos os dias: “você não vai casar?”, “você não vai ter filhos?”, mas estou tão bem... Não quero forçar nada. Se meu relacionamento continuar fluindo a ponto de partir para um casamento, será perfeito. Mas não vou casar para ninguém ver ou apenas para que os outros sejam felizes. Preciso casar e ter família porque eu estou a fim, porque eu quero. Tenho vontade de casar? Tenho. Se será amanhã ou daqui a um tempo, eu já não sei. Essa cobrança é algo que judia, mas que não me pega mais.
– Quais são os seus planos para o futuro?
– Até o fim deste ano e início do ano que vem vou viajar com o meu monólogo para as capitais do Brasil. Também tenho muita vontade, e estou correndo atrás disso, de fazer um longa da Ciumenta. A novidade é que acabei de filmar um longa para o streaming Netflix, que vai estrear ano que vem, chamado Meu Cunhado é um Vampiro, com Leandro Hassum (48). Foi divertido, ter Leandro no elenco é um presente. Ele diverte a todos, a gente dá risada o tempo todo. Estou feliz.