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Revista / CARREIRA

Marcia Fu entrega fórmula para sucesso após alçar voos na TV: 'Queria chegar no pódio'

Em entrevista exclusiva à Revista CARAS, Marcia Fu festeja fase de êxitos e novas oportunidades, agora, nas telinhas

Daniel Palomares Publicado em 13/04/2024, às 11h00

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Em SP, no Esporte Clube Pinheiros, onde treinava, Marcia Fu reforça valores que aprendeu no esporte - Foto: Paulo Santos
Em SP, no Esporte Clube Pinheiros, onde treinava, Marcia Fu reforça valores que aprendeu no esporte - Foto: Paulo Santos

Ela abriu um sorriso largo assim que atravessou os portões do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. Na sequência, com olhar nostálgico, avisou que treinou ali há quase 30 anos e só guarda boas recordações. Em meio à superprodução para seu primeiro ensaio fotográfico para CARAS, o atraso foi inevitável diante de tanta coisa a se fazer: cabelo, maquiagem, styling... Correndo contra o tempo, a quadra de vôlei, palco das fotos, precisaria ser liberada em poucos minutos, mas o técnico avisou: “Podem continuar, eu treinava com ela!”. Estamos falando de Marcia Fu (54), uma unanimidade! Medalhista olímpica, ela conquistou uma nova leva de fãs com seu jeito engraçado e espontâneo em A Fazenda, na RecordTV, e agora ganha espaço no Tá na Hora, do SBT. Chamada de queen pelos súditos da internet, ela fala sobre a coroação de sua melhor fase em bate-papo exclusivo.

– Ao pensar na Marcia de um ano atrás, conseguiria se imaginaria aqui e agora?

– Um ano atrás, eu era aquela Marcia quietinha, em Minas, cuidando do meu filho, Gabriel, de 11 anos, que é a razão da minha vida. Eu nem poderia imaginar ter esse sucesso todo. Nem passava na minha cabeça entrar em um reality. Não estava acostumada com tudo isso. Todo mundo sabe que sou ex-atleta. Depois do esporte, eu era mãe e dona de casa. Nunca pensei que estaria aqui falando com você!

– Quais foram os maiores desafios de estar confinada?

– Ir para A Fazenda nunca esteve na minha mente. Não sabia que a repercussão seria desse tamanho aqui fora. Eu não imaginava que as mídias sociais tinham tanto poder. Quando eu jogava, há 30 anos, nada disso existia. Não sabia se iriam gostar ou não de mim. Não estou acostumada com isso. Eu era a mais velha lá dentro, mas eu me propus a tentar sobreviver. Eu tive que ter muita força. Muitas vezes, eu pensei em desistir sim, mas como uma boa atleta, jamais faria isso. Eu queria chegar no pódio, como foi toda a minha vida, e eu consegui. Hoje em dia, os jovens me chamam de tia ou de queen! Eles se identificaram comigo de uma forma muito legal. Eu não precisei ser personagem, isso é o que eu sou.

– Como está sendo a nova experiência no SBT?

– Estou gostando muito. O Tá na Hora é um programa novo com a Cristina Rocha e o Marcão do Povo. São pessoas simples, que me acolheram. Nossa equipe está tentando fazer o melhor para o público. É um jornalístico popular, que se importa com as pessoas, com o povão. São pautas que interessam o povo. Eles precisam de alguém que dê atenção a eles. Estamos todos nós juntos por um só objetivo. Ninguém quer brilhar mais que ninguém. Trago isso da minha experiência nas quadras. Somos um time e temos que nos unir para vencer. Sou extrovertida e dou muito certo estando perto do povo, tenho essa linguagem popular. Não sou jornalista, não quero competir com ninguém, mas estou dando o meu melhor.

– Quais as lições que o esporte deixou para a sua vida?

– O esporte me ensinou o respeito ao colega e à equipe. Precisamos somar. Sempre tive isso na cabeça, cresci dessa forma. Logo cedo, fui para a seleção brasileira e tive que aprender como funcionava essa dinâmica. Não competíamos umas com as outras e sim com o adversário. Ninguém ganha sozinho. A gente precisa do apoio uns dos outros. É burrice achar que chegamos em qualquer lugar sozinho. Ganhei muitas medalhas ao longo da vida, fui eleita mais de uma vez a melhor jogadora do mundo, mas nada disso adiantaria se a Fernanda Venturini não levantasse a bola para mim, se a Ana Moser não passasse, ou se o Bernardinho não me direcionasse como técnico. Eu estava na quadra lutando pelo meu País. O brasileiro luta todos os dias pela comida dele, aguenta o chefe, tem que ter paciência, tem dias que não são fáceis. O esporte me ensinou a lidar com tudo isso. Eu fui em três Olimpíadas e eu entendi como lidar com cada pessoa, com cada cultura. Você aprende a ter respeito pelo próximo, a abraçar todas as diferenças.

– Qual a importância da maternidade para você?

– Sempre quis ter um filho e não podia porque tinha endometriose. Pensei que seria fácil. Logo que parei de jogar, perdi meus pais. Depois, descobri um câncer. Foi uma luta atrás da outra. Jamais poderia imaginar que eu fosse ser mãe depois dessa confusão toda. Depois de sete anos da morte do meu pai, consegui engravidar. Foi um milagre. Deus me deu esse presente. Gabriel é o motivo pelo qual estou hoje aqui, trabalhando. Ele é o meu propósito maior. Sou mãe coruja, faço almoço, deixo tudo arrumado. Eu sou uma das mulheres mais sortudas do mundo por ter o meu Gabriel. Ele se dá muito bem em todos os esportes. Foi difícil se mudar para cá, tirei ele do ambiente que ele estava acostumado, onde estavam os familiares e amigos. Estava preocupada com toda essa adaptação, mas deu tudo certo. Eu quero deixar um futuro melhor para ele. Essa é a mãe Fu, a mãe que faz tudo pelo filho.

– Você comentou que, no momento, não está pensando muito em relacionamentos amorosos… Como anda o coração?

– É uma coisa que aparece. É lógico que eu vou dar uns beijinhos em algum momento. Queen precisa beijar também! Mas não quero ninguém morando na minha casa. Se eu for ter alguém, quero que tenha a casa dele, a vida dele e a gente se beija de vez em quando. Podemos viajar juntos. Mas não tenho vontade de morar com mais ninguém. Eu gosto de ter a minha liberdade. Sou uma pessoa muito independente. Não é todo mundo que me aguenta! Estou aberta a negociações. Não estou morta, só dando um tempo. Mas já tenho alguns contatinhos antigos, que me ligaram. Quem sabe?

– E quais os planos para o restante do ano?

– Quero muito que o SBT dê certo, é TV aberta e isso é muito legal. Também estou organizando meu canal no Youtube porque tenho o público nas redes. Estamos direcionando cada coisa para seu lugar. Me mudei para SP por isso. É o lugar onde tudo acontece. É uma cidade de trabalhadores e gosto de trabalhar. Vim ‘botar para quebrar’ e minha equipe está empenhada nisso!

FOTOS: PAULO SANTOS, STYLING: GABRIELA WERDEN, BELEZA: JÚLIA CAVALHEIRO