Reflexões de Julianne Trevisol na primeira ida ao Caribe
A primeira viagem de cruzeiro de Julianne Trevisol (29) não poderia ser mais perfeita. Além de se proporcionar um descanso do trabalho, após sua participação na novela Balacobaco, da Record, a atriz realizou um sonho, conhecer as paisagens ensolaradas do Caribe. “Foi, com certeza, a melhor viagem que já fiz na vida. O mar renova minhas energias, é aonde gosto de ir para poder refletir, ler... E esse cruzeiro caiu como uma luva. Eu danço e os ritmos latinos e caribenhos, como a salsa e o zouk, são alguns dos que mais gosto. Aqui, pude conferir a música caribenha de verdade”, conta Julianne. Solteira desde 2011, quando acabou a relação de oito meses com o produtor musical Clemente Magalhães (38), a atriz saiu de Miami no luxuoso navio Celebrity Reflection, da linha Celebrity Cruises, passou por San Juan, em Porto Rico, Philipsburg, na Ilha St Maarten, e em Basseterre, em St Kitts. “Estou feliz, tranquila e sem nenhuma expectativa amorosa no momento. Vivo intensamente, mas sozinha. Aliás, sozinha é relativo, pois nunca faltam boas companhias”, enfatiza ela. Preocupação durante o passeio de uma semana ao mar só com as suas medidas invejáveis, 48kg em 1,67m. “Foi difícil manter a forma quando estava embarcada, com tantos restaurantes bons e diferenciados. Antes de viajar eu já tinha avisado ao meu personal trainer, Rafael Ribeiro, que voltaria ligeiramente mais gordinha. Mas resisti com bravura às tentações e fui uma aluna bastante dedicada. Malhei na academia e corri na pista de jogging, é um incentivo a mais olhar o mar na hora dos exercícios.”
– Você mora sozinha há três anos. Já se acostumou ou ainda há momentos de solidão?
– Não sinto solidão nem falta de nada. Morar sozinha é ótimo. Passei a ter o meu espaço e essa é a melhor maneira de não interferir na rotina das outras pessoas, sejam parentes ou não. Mas sou grudada à família. Eu e minha mãe, Yara, estamos sempre juntas, ela me ajuda, é a minha melhor amiga e a grande responsável por tudo o que sou. Digo isso não em relação à vida pessoal, mas profissionalmente também. Mesmo sem grandes condições, fez o que pôde para me dar os melhores estudos. E, como não somos uma família de artistas, viemos desbravando e descobrindo o caminho juntas.
– Algum dia pensou em casar?
– Tenho sonhos de família e de casamento, mas não necessariamente uma cerimônia na igreja. Quero ter uma vida em comum, mas neste momento o tempo ainda é de construir o meu alicerce.
– O que curte fazer solteira?– Minha rotina não muda muito por estar sem namorado. Sempre fui tranquila e não costumo ir para a balada porque estou sozinha. Prefiro programas com família e amigos, como almoços, jantares, ir ao teatro, ao cinema. Adoro ficar em casa com meu cachorro shitsu, o Zook. E não estou preocupada se vou namorar agora ou não.
– É uma boa dona de casa? Dá conta de todos os afazeres?
– Adoro arrumar a casa, sou organizada. Aqui, logo no primeiro dia, dei à cabine uma cara de lar. E só faltou pôr flores e velas. Gosto de rosas coloridas e de luz, seja em velas ou em abajur.
– E gosta de cozinhar?
– Muito. Amo conhecer os segredos da culinária, mas ainda sou uma iniciante. Costumo usar muito as dicas certeiras que aprendi com minha mãe e minha tia, Iza, cozinheiras de mão cheia. Quando pequena, só observava a família no fogão. Hoje, quando vou à casa da minha tia, levo o caderno de receitas e anoto tudo.
– Quais as suas especialidades?
– Pego as receitas e improviso. Meu filé mignon com molho gorgonzola é um sucesso. Também faço massas com molhos diferentes e minha próxima tentativa será preparar o suflê de queijo que experimentei no navio.
– Come de tudo ou se policia?
– Ah, não abro mão de quase nada. Só durante as gravações que procuro me segurar mais, porém sem me privar do que gosto. Só evito frituras e gorduras.
– Quando o navio parou em St Maarten, você logo curtiu a música caribenha. Qual a importância da dança na sua vida?
– Minha carreira começou com o balé e o jazz, aos 7 anos. Depois veio o sapateado, a dança moderna e a contemporânea. E, só aos 10, o teatro. Venho de família que sempre colocou meus pés no chão, e aprendi que, independentemente da profissão que escolhesse, teria de estar muito preparada. Então, sou formada em dança e em teatro. O único lugar em que sucesso vem antes de trabalho é nos verbetes do dicionário. Tenho essa consciência desde cedo.
– Você já deu aula para crianças. Pensa em voltar?
– Fazer um trabalho com crianças especiais está nos meus planos, pois tive de largar minhas turmas quando comecei a fazer TV. Dava aulas de dança e de iniciação corporal e teatral, mas, infelizmente, não consegui conciliar. E, logo depois, soube que a escola havia fechado, pois não tinham condições de manter. Eram crianças com síndrome de Down e outras acamadas, que nem tinham movimentos. Aprendi muito com elas e fiquei com o coração apertado de ter saído. Quando tiver condições de ter uma escola, um espaço cultural para reunir diversas artes, vai ter um setor para crianças especiais. Mas já estou envolvida em um projeto de aulas para 2013.
– E como será?
– É um projeto de reabilitação corporal, dicção e audição para pessoas que sofreram AVC. Já existe em SP e está ‘indo’ para o Rio. Irei participar dando aulas.
– Mudando de assunto, conte como foi seu primeiro cruzeiro.
– Foi uma viagem perfeita. É maravilhoso acordar com a imensidão do mar à frente e o tempo lindo, com sol todos os dias. No navio temos um conjunto de tudo que se precisa para tirar férias de verdade, uma estrutura de hotelaria completa. O teatro é ótimo, há bons restaurantes, uma adega com excelentes vinhos. Mas também existem vários lugares em que se pode ficar quietinho, como a biblioteca, um de meus cantinhos preferidos. Foi lá que li a biografia da bailarina Isadora Duncan.
– E por que nas paradas caminhou várias vezes descalça?
– Queria sentir o chão, receber a energia de cada lugar. Foi gostoso ficar o mais à vontade possível.
– Em junho você passará a ser uma mulher de 30. Rola crise?
– Não, pelo contrário. Vou é ficar mais madura. E com a maturidade quero preservar a menina que é minha essência, o que me alimenta emocionalmente, o que me move artisticamente.
– E o que a espera no Brasil na volta do cruzeiro?
– Cursos e cuidados com a boa forma. Entre o fim da participação em Balacobaco e a viagem, fiz o workshop de cinema do Sérgio Pena. Agora, volto às aulas de inglês, ao violão, à dança e me preparo para os ensaios da peça que estrearei em SP, o texto é de Paulo Emílio Lisboa. Também farei outro curso de interpretação teatral. No fim do ano quero morar alguns meses fora do País, para me aprimorar profissionalmente.