Sucesso em Vai na Fé, Jean Paulo Campos conta sobre a sensação de crescer na frente dos olhos do público e celebra a nova fase na carreira
Ele trocou o uniforme escolar e as buzinas de São Paulo pela vida adulta e a brisa do mar carioca. Aos 19 anos, Jean Paulo Campos acaba de fazer sua grande estreia na Globo, dando vida a Yuri, na trama das 7, Vai na Fé. O personagem é um dos mais queridos e comentados das redes sociais e dá sequência ao histórico de êxitos da carreira do jovem ator, que começou como o Cirilo, de Carrossel, no SBT. Em papo exclusivo com CARAS, Jean abriu as portas de seu apartamento, de frente para o mar da Barra da Tijuca, e falou sobre o processo de amadurecimento em frente às câmeras e a fase de independência na atmosfera carioca.
– Como se sente ao estrear na Globo? Se identifica com o Yuri?
– Está sendo fantástico, estou muito feliz. É especial. Eu me divirto muito nas gravações e estou recebendo um feedback legal do público. O Yuri sabe muito bem porque está na faculdade, eu me identifico bastante. Se estou em algum lugar, eu mereci estar ali. Esse pertencimento é um ponto que nos aproxima.
– Vai na Fé traz vários atores negros em papéis de protagonismo. Qual a importância disso?
– Logo na preparação, isso foi notório para nós, do elenco negro. A gente está muito contente de ter nosso espaço, contar nossa história, sei que o pessoal que está assistindo se identifica com isso, é uma história potente e linda.
– Desde pequeno, você serve de exemplo e inspiração para outras crianças e jovens negros na TV. Como se sente sendo esse símbolo de representatividade?
– É especial para mim. É uma responsabilidade muito boa, a melhor que poderia ter. Poder ser esse exemplo me deixa muito feliz. É importante nos ver na tela, especialmente em papéis relevantes. Ver que é possível chegar lá.
– Recebe mensagens de fãs e seguidores sobre isso?
– Desde o Cirilo, recebo esse tipo de mensagem e, com certeza, elas me dão um gás absurdo. Agora, com o Yuri, recebo mais ainda esse retorno. Percebo que histórias como a do Yuri precisam de visibilidade, precisam ser contadas. A trama está sendo muito abraçada.
– O que foi mais difícil sobre crescer em frente às câmeras?
– Crescer com essa exposição e ter passado por isso desde pequeno, me ajudou a levar tudo de uma forma mais fácil. Se eu tivesse começado na adolescência, não sei se seria tão tranquilo. Quando eu tinha 7 ou 8 anos de idade, em Carrossel, ia pouco ao shopping, ao parque, a lugares públicos. Então, não tenho muito essa memória afetiva de andar tranquilo nos lugares. O mais chocante foi na escola. Em um dia, estava tranquilo, no outro, era o Cirilo e todos queriam fotos.
– O que acha de ainda ser tão lembrado pelo Cirilo?
– Confesso, pensava que não marcaria tanto assim. Não imaginava ficar tão famoso com um personagem, aconteceu tão rápido. É uma honra ter marcado a vida de tantas pessoas. Sempre que me reconhecem, fico contente.
– Acha que as pessoas ainda têm dificuldade de entender que você cresceu?
– Rola bastante. O pessoal viu as novelas e tive um intervalo bem grande da TV, então, acaba rolando esse choque. ‘Pisquei e ele já está assim?’. Mas está sendo divertido, comentam bastante!
– O que quer provar para as pessoas nessa nova fase?
– Tudo rola de forma natural, não de forma pensada. Conforme vou amadurecendo e crescendo, esses personagens adultos vão surgindo. A forma de trabalhar é a mesma de antes, mas vai ser natural me ver de outros modos.
– Chegar à maioridade, de certa forma, te transformou?
– Ter entrado na maioridade foi muito importante, já passei a morar sozinho e foi simbólico, foi vida real. Ter que virar adulto, ter mais deveres e afazeres do que eu já tinha... tinha compromissos todos os dias, mas tive que me virar sozinho e isso me transformou.
– Do que sente mais falta em SP e o que mais gosta no Rio?
– Me dei muito bem no Rio. Sou filho único, então, não sofri muito por morar sozinho. O Rio é fantástico, acordar e ir andar na praia é maravilhoso. Sair do trabalho e dar um mergulho também é muito bom. Quando faço, fico contente. Mas amo São Paulo, sempre fico querendo voltar.
– Como é sua relação com a Larissa Manoela, que, agora, é sua colega de emissora? Sonham em trabalhar juntos de novo?
– A Lari é especial para mim. Ela foi muito especial nessa ida à Globo, ela já tinha passado por
tudo isso, já sabia como funcionavam as coisas. Foi minha guia nesse processo. Espero que a gente atue juntos de novo um dia.
– Como é sua relação com a Mel Maia, a Bella Campos e os outros jovens nos bastidores?
– Todo mundo se deu muito bem, Nós nos conectamos muito rapidamente. É muito fácil de gravar todas as cenas, sejam elas as de intrigas ou as de proximidade. De verdade, está sendo uma experiência muito legal.
– Como é atuar ao lado de tantos grandes atores na novela?
– Foi difícil manter a postura ao lado deles. Só monstros! Me agrega demais gravar com cada um deles, sejam os mais novos ou os mais velhos. A pessoa com quem mais gravo é a Carolina Dieckmann e, toda vez, é uma aula. Ela é fantástica. Gravamos cenas tocantes, é sempre uma troca boa que vai permanecer na minha memória.
– O que espera de seu futuro profissional nas telinhas?
– Espero viver outros personagens, contar novas histórias. Quero continuar nesse ritmo. Não quero saber de descansar! Vou estar feliz trabalhando.
FOTOS: CADU PILOTTO