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Hebe Camargo: Um exemplo de coragem

Estrela enfrentou o câncer sem perder sua fé

Redação Publicado em 02/10/2012, às 12h22 - Atualizado em 10/10/2012, às 17h56

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Conhecida por seu bom humor e pela alegria de viver, Hebe Camargo não parou de sorrir mesmo durante a árdua luta contra um câncer no peritônio — membrana que envolve os órgãos da região abdominal —, doença descoberta em janeiro de 2010. Os primeiros sintomas foram sentidos durante o Ano-Novo, em Miami. Logo em seguida veio a primeira cirurgia e o início da quimioterapia. Na primeira gravação de seu programa, ainda no SBT, após 12 dias internada, a estrela agradeceu o carinho dos fãs e amigos que a apoiaram no momento difícil. “Posso morrer daqui a pouco, que vou morrer feliz da vida”, declarou em março daquele mesmo ano.

Os amigos são unânimes em destacar a coragem e o alto-astral da apresentadora. “Nos falamos recentemente e nunca a vi deixar a peteca cair. Ela é um exemplo de mulher”, comentou a atriz Bruna Lombardi (60) durante o velório da grande dama da TV. Visivelmente emocionado, o apresentador da Band Otavio Mesquita (53) lembrou que uma vez perguntou a Hebe se ela tinha medo de morrer, ao que ela respondeu de imediato: “Não, eu tenho medo é que as pessoas fiquem tristinhas”, afirmou. “Ela sempre lutou como uma guerreira”, completou o padre Marcelo Rossi (45).

Em setembro de 2011, Hebe começou a fazer novas sessões de quimioterapia. Como de costume, não esmoreceu. “Não estou doente, apenas continuo me tratando para poder ficar com vocês muito tempo ainda”, afirmou. Vaidosa, fã de joias e vestidos dignos de uma autêntica diva, ela precisou lidar com a perda dos cabelos em função do tratamento. “Evidentemente, todo remédio forte causa algum tipo de problema. O meu é que eu fiquei, de novo, carequinha. Eu não estou careca, mas quase. Então, estou de peruca”, divertiu-se ela, que ainda passou por mais duas cirurgias — uma de emergência, em março deste ano, quando ficou 13 dias internada, e outra em junho passado, para a retirada da vesícula —, até a sua morte no sábado, dia 29.

A saída de cena de Hebe interrompe uma das carreiras mais brilhantes da TV brasileira. Natural de Taubaté, no interior paulista, ela teve uma infância difícil e precisou interromper os estudos na quarta série para ajudar os pais a completar a renda familiar trabalhando como doméstica na casa de uma parente rica. Talento precoce, aos 11 anos e já morando em São Paulo ela estreava nos palcos ao lado da irmã Stella, com quem formou a dupla Rosalinda e Florisbella e passou a participar de programas de calouros em emissoras de rádio. Quatro anos mais tarde gravou o primeiro disco. O êxito fez com quem fosse convidada pelo empresário Assis Chateaubriand (1892-1968) para cantar o Hino da Televisão no início das transmissões da TV no País, em 1950. Alegou estar doente e foi substituída pela amiga Lolita Rodrigues (83) na tarefa. Anos mais tarde ela confessou que faltou ao compromisso para ir com um exnamorado a uma festa. Logo em seguida estrearia como apresentadora na TV Paulista, no programa Musical Manon. Começava uma bem-sucedida trajetória de quase 60 anos e que se confunde com a história da televisão no Brasil. “Desde os tempos de crooner do maestro Silvio Mazzuca ela batalhou e trabalhou muito. Venceu pelo talento e demonstrou uma força extraordinária até o fim. E era aquela mulher de felicidade transbordante sempre, era aquilo mesmo, muito autêntica. Nos deixa uma herança de dignidade e amor ao próximo. Mas como diz o padre Marcelo: saudade, sim, tristeza, não. Ela está sorrindo para todos nós”, elogiou o cantor e amigo Agnaldo Rayol (74).

Em 1955, já com os cabelos tingidos de loiro, Hebe passou a comandar O Mundo É das Mulheres, na TV Paulista, considerado o primeiro programa feminino da TV nacional, que chegou a ser exibido cinco vezes por semana. Seu talento como entrevistadora não demorou para chamar a atenção de outras emissoras. Em 1964, no entanto, ela se casou com o empresário Décio Capuano, já falecido, e decidiu fazer uma pausa de dois anos após dar à luz Marcello (47), seu único filho. Foi o período mais longo em que esteve fora do ar. Na volta, estreou o dominical Hebe Camargo, na Record. A união chegou ao fim em 1971. “O casamento é uma prisão. Tanto o homem quanto a mulher têm de dar satisfação de tudo. Acho que não casaria de novo. A liberdade não tem preço”, declarou. Dois anos depois, ela passou a namorar o empresário Lélio Ravagnani (1921-2000), com quem viveu até a morte dele.

Em novembro de 1985, Hebe assinou com o SBT, onde permaneceu até dezembro de 2010, quando levou o seu célebre sofá para a RedeTV!. Tão célebre quanto o móvel por onde passaram cerca de 6000 entrevistados foram os selinhos, que ela costumava  dar em seus convidados e viraram sua marca registrada. Deixou o canal de Silvio Santos (81) devido às constantes mudanças de horário de sua atração. Na mesma emissora, com a qual assinou novo contrato na quinta-feira, fez muitos amigos e era querida por todos. “Eu sentia que ela queria voltar para o SBT. A torcida de todos os funcionários da casa era para que ela retornasse. A Hebe tinha certeza que não ia parar. Ela iria voltar para o SBT e íamos abrir o primeiro programa juntos. Já tínhamos até combinado isso”, revelou o apresentador Carlos Massa, o Ratinho (56).

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Veja como foi a cobertura da morte da apresentadora Hebe Camargo

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