De volta aos palcos de SP, Eriberto Leão se reinventa e faz incursão na música
Desde 2016, Eriberto Leão (51) não pisava nos palcos paulistanos. Mas a espera do ator e dos fãs chega ao fim com a chegada do espetáculo O Astronauta na cidade. Na peça, Eriberto dá vida a um viajante do espaço que é enviado para explorar o desconhecido do universo. Mas será que sua viagem é por outros planetas ou para dentro de si mesmo?
Depois de trabalhar duas décadas na Globo, onde colecionou personagens inesquecíveis em diferentes novelas, Eriberto, assim como tantos outros colegas, não renovou seu contrato e experimenta uma nova fase na carreira. Ele está escalado para um musical no segundo semestre — do qual ainda não dá detalhes —, e se prepara para lançar seu primeiro álbum musical. “Acho que não é sobre se reinventar, e sim continuar a jornada, com vários ciclos, estágios e etapas”, diz ele, que adiantou para CARAS as novidades desse período fértil e produtivo direto de seu lugar favorito: o palco, no Teatro Laura Alvim, no Rio.
– O Astronauta fala dessa viagem ao desconhecido. Qual a mensagem que você transmite ao público como artista e cidadão com o espetáculo?
– Esse desconhecido é nossa mente, nossa alma. Nós temos contato com ambas, mas não as conhecemos como poderíamos porque estamos focados mais em ter do que em ser. É uma viagem dentro de si mesmo. Essa necessidade de se reconectar às leis que regem o universo. Por meio da natureza, descobrir uma nova maneira de pensar a tecnologia, o desenvolvimento. Focar na economia circular, na cooperatividade. Precisamos retornar a esse contato vertical com ela. Como diz a primeira lei da alquimia, o universo é mental. A viagem intergaláctica do astronauta é para dentro de si mesmo. É a verdadeira religião: a terra, a natureza e as leis do universo.
– Qual a sensação de voltar aos palcos em São Paulo? Como a cidade mexe com você?
– A sensação é de muita alegria. Sou de São Paulo, venho do teatro paulistano, formado pela Escola de Artes Dramáticas da USP. Meu último espetáculo na cidade foi interpretando Jim Morrison, um marco na minha trajetória, um momento muito especial. A cidade mexe comigo porque é a minha cidade, é de onde eu vim, apesar de estar há 20 anos no Rio. Sou um paulistano de coração e de alma.
– Seu primeiro álbum também vem por aí. Qual a importância da música na sua carreira? De que forma ela te move?
– Meu primeiro disco vem aí, com uma pegada rock’n’roll, claro, mas será ligado ao sertão. O sertão que nos habita e o interior do País. Minha carreira musical alimenta a minha alma, me faz estar em conexão com meus propósitos mais verdadeiros. A música é capaz de salvar a humanidade, como disse Tom Jobim.
– Estamos vendo muitos artistas se reinventando fora da Globo. O que está vivendo de mais especial nessa nova fase profissional?
– Acho que não é sobre se reinventar, e sim continuar a jornada, com vários ciclos, estágios e etapas. Eu fiquei 20 anos na Globo, sou muito grato, aprendi muito, fui muito feliz, fiz personagens em novelas de muito sucesso, o público brasileiro me conhece e é muito bom quando nos unimos por meio do teatro, da música e de outras artes. É um processo de evolução natural. Nada é estável, tudo se transforma o tempo inteiro. E a gente se transforma junto.
– Como é o Eriberto pai e marido que não vemos no palco ou em frente às câmeras? Como é o mundo que espera deixar para os seus filhos?
– Eu sou um pai muito presente. Amo ser pai, aprendo muito com o amor incondicional da paternidade, aprendo com o amor de mãe da minha esposa, com os meus filhos. Sempre procuro estar presente, busco na escola, no clube. Faço tudo por eles, não deixo nada para amanhã porque o tempo passa muito rápido e eu não quero perder nenhum momento. Quero deixar para eles um mundo melhor e eu trabalho muito para isso acontecer.
FOTOS: MARCIO FARIAS; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; AGRADECIMENTOS: AMIL, DLZ E EDUARDO GUINLE
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