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Revista / Moda

Dior: Os cinqüenta tons de preto!

Ready to Wear - Paris Spring 2019

Paula Martins Publicado em 19/10/2019, às 12h00

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Preto é o tom principal da coleção - Getty Images
Preto é o tom principal da coleção - Getty Images


O ponto de partida para esta coleção de alta-costura da Dior foram as reflexões da estilista italiana Maria Grazia Chiuri (55) sobre o significado das roupas, o que elas representam atualmente e o motivo de estabelecermos nossos gostos sobre determinadas peças. Influenciada principalmente pelo arquiteto, escritor e designer austríaco Bernard Rudofsky (1905-1988) Maria Grazia proporcionou uma integração entre moda e arquitetura. Na década de 1940, Rudofsky questionava a função e a forma das roupas e sua exposição Are Clothes Modern? – ou as roupas são modernas? – promovia esse contraponto entre moda e arquitetura na mesma época em que Christian Dior (1905-1957) criava sua Bar Silhouette e mudava os rumos da moda com o chamado new look pós-guerra.

A coincidência foi levada em conta por Chiuri na hora de escolher a locação do desfile: o primeiro endereço da Maison, na Avenue Montaigne, que, inclusive, foi retratado de maneira surrealista em um dos looks na passarela. A conexão entre design, moda e arquitetura já pôde ser vista logo na entrada do local, onde a artista americana Penny Slinger (72) montou uma estrutura natural imponente, batizada de Árvore da Vida. A escolha do preto como tom principal da coleção também demonstra essa integração entre diferentes formas de exercer a criatividade, a reflexão. Anulando as cores, Maria quis que observássemos as proporções e as texturas densas usadas em vestidos de silhueta romântica e peças de atmosfera mais casual, como camisetas, blazers e saias de comprimento médio.

A dualidade entre o possível e o fantástico e entre a feminilidade e a atitude pôde ser notada nas criações e a maneira natural com que a estilista trabalha opostos fez da coleção uma das mais sensíveis e significativas da Dior na era Chiuri.