Em entrevista à Revista CARAS, a atriz Deborah Evelyn abre o jogo sobre maturidade e analisa sua trajetória na carreira
Sempre em movimento, com 40 anos de carreira recém completados, a atriz Deborah Evelyn (58) quer se manter dessa forma: curiosa e empolgada com cada novo desafio em sua trajetória. Mesmo com esse desejo, a artista avalia que o cenário audiovisual ainda é bastante etarista. Em entrevista à Revista CARAS, ela fala sobre maturidade e declara: "A pessoa mais velha é quase que descartada".
Durante quatro décadas dedicadas à arte, Deborah Evelyn confessa que não tem problemas com envelhecer em frente às câmeras e reforça que seu maior objetivo é seguir com sua trajetória profissional por muitos anos ainda.
"Tive o privilégio, nesse País, de poder fazer aquilo pelo que sou apaixonada e ainda dar certo! Posso viver disso. Isso me acompanha até hoje, ter essa surpresa, esse tesão de até hoje trabalhar no que eu amo. Ser ator é um ofício, não é glamour. Nem tudo é maravilhoso", declara.
A atriz avalia que a sociedade ainda é bastante etarista e o mercado audiovisual também. Deborah analisa, e lamenta, que a experiência de artistas mais velhos não é valorizada: "Essa é uma questão muito séria que vivemos há anos e só agora colocamos luz sobre. O etarismo é um problema da sociedade".
"A pessoa mais velha é quase que descartada, não é levada mais em consideração. Os mais velhos, de todas as gerações, sempre têm o que contribuir. Isso realmente não é levado em conta na sociedade ocidental capitalista. Na nossa profissão, se parece muito com a questão da beleza, que também é supervalorizada. Eu acho que é um preconceito que precisamos lutar contra, assim como racismo, homofobia, misoginia", avalia.
No último ano, Deborah Evelyn passou por um período de muita dor em sua trajetória pessoal ao lidar com a morte do marido, o alemão Detlev Schneider, falecido em decorrência do câncer. A atriz confessa que se apegou em seu trabalho para enfrentar toda essa luta.
"Ainda estou nessa fase de recuperação. Não sei se esse luto um dia vai passar. A sensação que tenho, hoje, ainda é de que não vai passar, é como se eu fosse ter sempre essa dor muito grande dentro de mim", confessa.
"Ter feito esse trabalho cerca de dois meses depois da morte dele me ajudou a não ficar paralisada, porque acho que eu ficaria [...] No trabalho, tinha que estudar, gravar com a sensação de que eu poderia fazer o meu melhor. Contracenar com os meus colegas, poder ouvir, jogar com eles. Isso tudo foi me abrindo. Todos me acolheram. Pude começar a viver alguma coisa apesar do meu luto", finaliza.
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