Ele analisa a nostalgia do público com as reprises de novelas e revela facetas dentro e fora da TV
Determinado, autêntico e dono de personalidade forte, Caio Castro (31) é daquelas pessoas que não gostam de viver em águas mornas. Seja no trabalho, nos negócios ou na vida pessoal, o ator pauta suas narrativas pela intensidade e pela constante busca do conhecimento e evolução. A prova disso está nas telinhas! No ar com as reprises de Fina Estampa, de 2011, que o consagrou como o ambicioso Antenor, e de Novo Mundo, trama de 2017, na qual deu vida ao icônico dom Pedro I (1798–1834), ele garante que as mudanças fazem parte do percurso e compara o Caio de hoje com o de nove anos atrás, quando atuou em Fina Estampa, de Aguinaldo Silva (76). “Eu estou em constante mudança, acho que faz parte do ser humano evoluir e se transformar com o passar do tempo. Hoje, vejo mais beleza na minha profissão, por exemplo. Tenho conseguido viver minhas outras facetas com o esporte, os negócios e o meu canal no YouTube também”, atestou ele. As reprises, que mostram diferentes fases da carreira do ator, têm sido sucesso de audiência, em especial Fina Estampa. “Eu acho que, de alguma maneira, as pessoas têm sido mais nostálgicas e este momento que estamos vivendo faz com que esta nostalgia esteja ainda mais presente. Quem assistiu na primeira vez, deve querer reviver os momentos bons da época. E a novela conta uma história bacana de superação e de valores”, analisou ele, que ainda pode ser visto no canal Viva com a reprise da 15ª temporada de Malhação, que marcou sua estreia na TV. “A qualidade de vida da minha família e a minha mudaram graças ao meu trabalho. Sou grato e tenho consciência disso”, já disse.
Além de ser movido a desafios, Caio é desbravador por natureza e está sempre de malas prontas para se aventurar pelo mundo. Em 2014, por exemplo, aterrissou no Castelo de CARAS, em Tarrytown, nos arredores de NY. Na época, o ator havia acabado de voltar de um ano sabático e se dedicava ao livro É por Aqui Que Vai pra Lá, o qual lançou em 2016. De lá para cá, ele colecionou carimbos em seu passaporte e conheceu diferentes culturas. Hoje, no entanto, por conta da pandemia, a palavra de ordem é ficar em casa. “Tenho estado em isolamento social, tomando todos os cuidados de higienização e usando máscara para ir ao mercado. Fora isso, montei uma rotina de atividades e exercícios, tenho tocado as coisas do escritório de casa e faço reuniões por call e vídeo”, explicou ele.
Dono do título de galã, ele dispensa o rótulo e prefere ser reconhecido por seus feitos dentro e fora das telinhas. Além de exibir talento diante das câmeras, Caio possui uma forte veia empreendedora — ele se engaja em diferentes negócios —, e ainda tem intimidade com a velocidade. Nos últimos anos, inclusive, tem brilhado nas pistas em competições oficiais de automobilismo.
Discreto quando o assunto é sua vida pessoal, Caio mantém a relação com Grazi Massafera (37) longe dos holofotes e é taxativo quando questionado sobre como lida com o assédio, a fama e a exposição: “Eu prefiro não lidar”, limitou-se ele.
– Desde sua estreia, em 2007, você está sempre mergulhado em projetos artísticos. De certa forma, se sente privilegiado por poder trabalhar com o que gosta?
– Acho que mais do que me sentir privilegiado, sou muito grato por poder exercer minha profissão e ainda expandir meu olhar para outras esferas. Batalhei muito para conseguir unir todos esses desejos e sou grato por isso.
– Por falar em trabalho, considera uma carreira difícil?
– Toda carreira é difícil, né? Você precisa se dedicar, estudar e estar muito focado para obter sucesso em qualquer carreira. A diferença, e talvez por isso a carreira artística se torne mais difícil, é a exposição. Manter este equilíbrio entre exposição e trabalho é algo desafiador.
– Você tem forte veia empreendedora. Hoje, quais os negócios que comanda?
– Sim! Como disse, eu sou grato por ter me realizado em outras esferas também e, mais que isso, é muito bacana poder gerar empregos e me relacionar com pessoas muito diferentes e agregadoras. Hoje, eu tenho a rede de hamburgueria Black Beef, que surgiu da vontade de trazer uma rede do mesmo estilo dos EUA, mas que acabou não rolando. Então, conheci o food truck do chefe Deco Sadigursk, que fazia muito sucesso em Maceió, e, juntos, montamos o projeto. Hoje, a Black Beef se tornou líder no
segmento de Fast Casual no Brasil, especializada em burgueres artesanais no melhor estilo churrasco. Além da rede, sou sócio investidor da construtora de alto padrão Nosso Lar, na Praia Grande. Fora isso, tenho uma agência de publicidade, a C3 Group, com meu sócio Sandro Andrade, em que atuamos no gerenciamento de carreira, além da atuação no mercado publicitário e marketing de marcas e empresas. Outro negócio que toco é um estúdio de tatuagens, Alcabones Tattoo, que foi desenvolvido do zero, não veio de nenhuma base ou de algo já existente, tudo foi construído a partir do meu gosto, das minhas preferências e do Diógenes Martins, outro sócio meu. O bacana do Alcabones é que acabo fazendo de tudo, até tatuagens. Fiz um curso e, antes da pandemia, tinha uma média de 30 tatuagens por mês para fazer.
– Inevitável não falarmos da pandemia! Como tem encarado o período da quarentena?
– Estou aproveitando para estudar, tenho feito aulas de francês, que era algo que eu estava tentando há um tempo, também vejo séries, jogo videogame e ainda participo de alguns campeonatos on-line.
– Precisou pausar algum projeto por conta do isolamento?
– Sim, principalmente os relacionados às competições de corridas. Estava me preparando para a Fórmula Academy e Rally dos Sertões, por exemplo. Agora está tudo pausado e estamos entendendo como as coisas vão ficar.
– Passada essa fase, quais seus próximos passos na carreira?
– Retomar o que acabou sendo pausado por conta da pandemia do coronavírus. Eu acho que este tem sido um momento de reflexão também, de olharmos mais para dentro e para o outro. Sabe, acredito que vivemos um novo mundo.
– Defina o Caio de hoje?
– Um cara tranquilo, que ama o que faz, que sempre está em busca de novos desafios, de ser atuante em causas em que acredita e que, de alguma forma, contribua com o outro.